O renascimento da Medicina II

Aqui, Ali, Acolá

José Ortiz de Camargo Neto *

Frase do dia: A filosofia dever ser uma medicina para a alma (Sêneca, filósofo estoico romano).

Caros amigos, no artigo anterior mencionei que a medicina deve retornar a sua grandiosa base greco-romano-judaico-cristã, num novo Renascimento.

Comentamos naquele artigo as maravilhosas bases gregas da ciência médica. Neste, vamos ver suas incríveis bases romanas, que trouxeram grande luz à questão da saúde e doença na Humanidade.

Não podemos esquecer que Roma, embora tenha conquistado a Grécia, foi conquistada pela formidável sabedoria grega. Como o romano era mais prático, uniu sua praticidade com a filosofia helênica, resultando na mais bela flor filosófica, que é o Estoicismo, uma filosofia que põe o dever acima do prazer.

Bases romanas da medicina

Em Roma, de onde nos chegou o lema: “Sanus animo in sano corpus” (Mente Sã em Corpo São), como se vê, dava-se muita importância à mente (alma) e viam o ser humano como um todo.

Surge então, em Roma, um filósofo estoico chamado Sêneca, que viveu na mesma época de Cristo, e foi um dos mais célebres pensadores do Império Romano. Ele nasceu em Córdoba, Espanha, no ano 4 a.C. e, com 68 anos, foi assassinado por Nero no ano 65 d.C.

Vejam o que ele dizia a respeito da filosofia (do pensamento certo na vida) com relação à saúde:

A filosofia deve ser uma medicina para a alma
Deve ser também uma pedagogia para o exercício da virtude
A ética é o centro da vida.
Não é difícil perceber que o famoso pensador romano unia a maneira de pensar e de sentir (a alma) à saúde ou doença do organismo, como a moderna medicina psicossomática (de psique = alma; soma = corpo) vem constatando.

Sêneca achava que corrigindo o modo de pensar e sentir das pessoas era possível ter uma boa medicina, realizar curas, Dava grande valor à atitude ética (virtude) para conservar-se saudável.

Nesse sentido, discorrendo sobre a vida longa e saudável de indivíduos de certas comunidades, em seu livro “De Olho na Saúde” (Proton Editora), Dra. Cláudia Bernhardt Pacheco escreve: “Dinheiro não é importante para esse clube de anciãos energéticos, mas a prática da honestidade, disciplina, hábitos frugais, certa incorruptibilidade nos valores éticos e morais (…) Seria então (…) certo estoicismo na conduta do dia a dia o segredo da fonte da juventude?”

É a ciência comprovando os ditos da filosofia.

No próximo artigo vamos falar das bases judaicas da Medicina, que associam o pecado à doença física, e a boa conduta à vida longa e saudável.

Até lá.

* Jornalista e escritor tatuaino