O quebra-cabeça da vida





“A não-violência não existe se apenas amamos aqueles que nos amam. Só há não-violência quando amamos aqueles que nos odeiam. Sei como é difícil assumir essa grande lei do amor, mas, todas as coisas grandes e boas não são difíceis de realizar? O amor a quem nos odeia é o mais difícil de tudo; no entanto, com a graça de Deus, até mesmo essa coisa tão difícil se torna fácil de realizar, se assim quisermos.” (Gandhi).

O quebra-cabeça da vida

Ganhei de uma amiga, há dois meses, um quebra-cabeça de 1.500 peças. Eu não montava um quebra-cabeça desde que era criança. É engraçado como deixamos de fazer certas coisas quando crescemos: quebra-cabeça, rodar pião, brincar com bolinhas de vidro, soltar pipa, brincar de esconde-esconde.

Coisas que nos trouxeram tanta alegria quando criança, nós paramos de fazer quando alcançamos certa idade. Devo admitir que aproveitei o quebra-cabeça, embora muito frustrante às vezes, era um bom desafio. Cada vez que eu achava uma peça que se encaixava, era extremamente recompensador.

Você já percebeu quantas semelhanças existem entre um quebra-cabeça e a vida? Num quebra-cabeça, cada peça é parte muito importante no grande quadro. Na vida, são as pessoas e os acontecimentos as partes importantes.

Como peças de um quebra-cabeça, cada um de nós é único, especial em seu próprio jeito. Embora semelhantes, não há dois iguais. Ironicamente, são nossas diferenças que nos fazem “encaixar”.

Enquanto eu trabalhava no quebra-cabeça, havia uma peça que eu estava certo de pertencer a um ponto em particular. Mas não encaixava. Acabava voltando a ela tentando encaixá-la, me esquecendo que já havia tentado. Eu tinha meu pensamento focado no fato de que eu sentia que a peça era daquele espaço.

Penso em quantas vezes eu fiz a mesma coisa em minha vida. Tentando fazer acontecer coisas que simplesmente não era para ser. Tentava várias vezes, chegava ao ponto de forçar, mas não era para ser e nada do que eu fiz mudou isso.

Se você já montou quebra-cabeça, sabe como é perder tempo procurando um pedaço específico. De repente parece tão óbvio, mas eu não conseguia achar. Consegui foi embaralhar ainda mais as peças. Fiquei frustrado e decidi deixar pra lá e ficar longe dele. Quando voltei mais tarde, eu achei a peça imediatamente. Estava bem na minha frente desde o começo.

Minha vida foi assim muitas vezes. Tentava entender por que certas coisas aconteciam e do jeito que aconteciam. Procurava as respostas por todos os lados e às vezes as respostas estavam bem na minha frente. Era só dar uma paradinha, um pequeno passo atrás, respirar e acalmar que as respostas me encontravam.

Olhando as peças deste quebra-cabeça, penso em todas as peças que imaginei sem importância e sem propósito. Reflito em todas as peças que em minha vida me fizeram perguntar: Por que isto? E repentinamente percebi que por causa dessas peças, outras peças se encaixaram tão bem.

Tudo em nossa vida acontece por uma razão. Cada acontecimento, bom ou mal, como uma peça do quebra-cabeça. Deixe uma peça de fora e se quebra a harmonia inteira do produto final. Talvez ainda não possamos entender o papel importante de cada peça em nossa vida, ainda existem muitos buracos e o quadro ainda não está claro.

Mas sei que quando minha viagem nesta vida estiver concluída, e a peça final estiver em seu lugar, eu entenderei. E serei capaz de ver o quadro completo e a beleza de cada peça.

Até lá, eu continuarei a viver com fé. Sabendo e confiando que todas as peças que eu preciso estão aí e que é só uma questão de tempo até que se encaixem bem.

Lembrarei de que há um grande quadro, um plano para mim, e que sou incapaz de ver agora. Acreditarei que cada peça em minha vida, mesmo as dolorosas, tem propósito e cumprem papel importante. E quando estiver fraco, procurarei força pela oração. Farei isto até que a obra-prima de Deus em mim estiver finalmente completa, e Ele então cochichará. “Muito bom! Está feito!”