Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa *
Obs.: a pedido de vários clientes e amigos meus, resolvi publicar novamente sobre essa doença que tem aparecido frequentemente em nosso meio e muita gente não conhece seus pormenores.
O herpes zoster, popularmente conhecido como “cobreiro” é uma infecção viral capaz de provocar bolhas na pele e dor intensa, normalmente acompanhando um filete nervoso da pele. Ele pode acometer qualquer região, mas é mais comum no tronco e no rosto.
As lesões, geralmente, se manifestam na forma de uma faixa em somente um dos lados do corpo (no hemi-corpo). É causado pela reativação do vírus varicela-zóster – o mesmo da varicela (catapora) – em pessoas que tiveram catapora em algum momento da vida e ficaram com vírus latente (adormecido) nos gânglios do corpo.
A vacina diminui as chances de se ter a doença, de apresentar neuralgia pós-herpética (NPH) e induz à redução da dor aguda e crônica associada ao herpes zoster, enquanto o tratamento precoce reduz a chance de complicações.
Causas: qualquer pessoa que teve catapora em algum momento de sua vida pode desenvolver herpes zoster. Isso porque o vírus fica alojado em gânglios e permanece “latente” por anos.
Eventualmente, ele pode ser reativado e “viajar” ao longo das vias nervosas até a pele, produzindo as erupções, extremamente dolorosas e que podem durar até várias semanas ou meses na pele, mesmo com tratamento correto.
Fatores de risco: mais comum a partir dos 45 anos e principalmente a partir dos 60 anos (quanto maior a idade, maior é o risco), chegando a 50% de chance nos maiores de 85 anos; doenças que debilitam o sistema imunológico, tais como HIV/Aids e câncer; tratamentos com imunossupressores; medicamentos de uso contínuo que reduzem a imunidade.
A razão para o herpes zoster ocorrer não é clara. Uma das hipóteses é a redução da imunidade, uma vez que a doença é mais comum em pessoas com 60 anos ou mais e/ou com sistema imunológico debilitado.
Transmissão: ainda que raro, uma pessoa com herpes zoster pode transmitir o vírus Varicela-zóster para quem não está imune. Isso ocorre por meio do contato direto com as lesões da pele. Uma vez infectada, a pessoa contactante poderá desenvolver catapora e, no futuro, herpes zoster.
Sintomas
O herpes zoster pode aparecer em qualquer parte do corpo, acometendo geralmente apenas um lado – o esquerdo ou o direito da região afetada, seja na face ou no tronco (locais mais habituais de aparecimento) na metade do corpo.
Período de incubação (antes das erupções)
Dor que se inicia antes mesmo de surgirem as lesões de pele; ardor e sensação de cócegas e/ou formigamento na área próxima aos nervos afetados; calafrios; distúrbio gastrointestinal.
Fase ativa
Nesta fase, a erupção aparece. O fluído dentro das lesões é claro no início, mas pode tornar-se turvo após três ou quatro dias. As erupções: podem ocorrer na testa, bochecha, nariz ou em torno de um dos olhos (chamado também de herpes zoster oftálmico); são geralmente acompanhadas de dor, descrita como “agulhas penetrantes na pele”; as lesões vão regredir, gerando uma crosta que persiste por cinco dias em média.
Fase crônica
A neuralgia pós-herpética é a complicação mais comum do herpes zoster (acomete de 10 a 15% das pessoas). Dura pelo menos 30 dias e pode continuar por meses ou anos. Os sintomas: queimação e pontadas na área onde ocorreram as erupções; dor muito forte e persistente no local, que pode durar anos; extrema sensibilidade ao toque.
A dor (forte na maioria das vezes) é mais comum na testa ou no peito e prejudica as atividades diárias, como comer, dormir e trabalhar. A dor da neuralgia pós-herpética pode ser confundida com as típicas de outros quadros, como uma apendicite, um ataque cardíaco, úlceras ou enxaqueca, dependendo da localização.
O tratamento deve ser feito por um clínico, dermatologista ou especialista em doenças infecciosas (infectologista).
Vacina
Sim, existe a vacina contra o herpes zoster. Ela só é encontrada na rede particular de vacinação. E é a melhor forma de se evitar a doença: tomando a vacina contra o herpes zoster (Zostavax), que pode ser tomada por qualquer pessoa acima de 45 anos, mesmo já tido a doença, ou mesmo que esteja com a doença ativa, pois ela protege de uma nova recidiva e melhora o quadro da pessoa com a doença (melhora as dores e ajuda a eliminar mais rápido o vírus causador).
Ela está disponível somente nas clínicas particulares de vacinação. É uma vacina de herpes zoster atenuada, importada, fabricada pela Merck Sharp & Dome em West Point, nos EUA, e aplicada em dose única, feita por via subcutânea (embaixo da pele) e está indicada para: prevenção do herpes zoster, prevenção de neuralgia pós-herpética; redução da dor aguda e crônica associada ao herpes zoster!
Fonte: Internet (www.dermosaude.com.br); arquivos do autor.
* Médico com TEP pela AMB e SBP. Membro da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações) e diretor clínico da Clínica de Vacinação “Sou Doutor Cevac” – Clínica de Vacinação Humana, prestando serviços de vacinação há 40 anos, sita à rua Prefeito Assunção Ribeiro, 81, em Tatuí (próxima ao Conservatório).