Da reportagem
Ainda em fase de construção, o MIS (Museu da Imagem e do Som), novo equipamento cultural da cidade, já está sendo projetado para oferecer acessibilidade na estrutura física e cultural às pessoas com deficiência.
O projeto de construção e revitalização do espaço que abrigará o museu segue normas de acessibilidade, como rampas, piso tátil e sanitários adaptados, e novas medidas ainda serão implantadas visando à participação da pessoa com deficiência nas futuras atividades.
Para isso, a prefeitura e a Secretaria do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude contarão com apoio do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Deficiente (CMDPD) e da Apodet (Associação de Portadores de Deficiência de Tatuí).
Membros dos dois órgãos voltados aos direitos das pessoas com deficiência visitaram as obras do equipamento cultural, a convite do poder público, na tarde de quinta-feira, 28.
Eles analisaram a estrutura do prédio e os projetos referentes à expografia, para apontar as adaptações necessárias visando garantir acesso a todo tipo de público no espaço.
Estiveram no local o secretário do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli; a presidente do CMDPD e membro da Apodet, Marina Oliveira; a vice-presidente da CMDPD, Mércia das Virgens Santos; e o tesoureiro do CMDPD e membro da Apodet, Vade Manoel Ferreira.
A O Progresso, Ferreira apontou que, sabendo da implantação de um novo equipamento cultural, conselho questionou a pasta sobre as medidas tomadas para garantir a acessibilidade ao espaço, principalmente para as pessoas com deficiência visual e auditiva e, assim, acabou sendo convidado para conhecer o novo espaço.
“Nossa preocupação é tornar os locais acessíveis para que as pessoas com deficiência possam participar das atividades e adquirir o mesmo conhecimento oferecido às demais pessoas, e percebemos que a prefeitura já estava trabalhando neste mesmo sentido”, disse ele.
O tesoureiro salientou que a intenção do conselho é buscar acessibilidade em todos os lugares, mas principalmente em espaços relacionados à cultura. Isso porque, segundo ele, muitas vezes, as pessoas com deficiência são privadas de participar de atividades culturais e de lazer por falta de adaptações específicas.
“Nós temos muitas pessoas com deficiência no município, e muitas delas não vão a espaços culturais pelo fato de não terem acesso aos conteúdos”.
“Deficientes visuais e auditivos, por exemplo, necessitam de material em braile, transmissão audiovisual, entre outros dispositivos, pouco oferecidos na cidade e até mesmo no mundo”, disse Ferreira.
Durante a visita, os conselheiros apresentaram essas questões e colocaram o órgão à disposição da prefeitura para auxiliar nas questões referentes à acessibilidade, divulgação e promoção do MIS entre as pessoas deficientes, além de se comprometerem em levar esse público, periodicamente, para visitar o local após a inauguração.
O equipamento cultural será implantado na avenida Domingos Bassi, utilizando o prédio do antigo matadouro, em fase de restauração, e um anexo, em construção no mesmo terreno – ao lado do prédio da nova prefeitura.
A revitalização do prédio do primeiro matadouro municipal (datado de 1859) começou no final de outubro de 2017, com recursos próprios do município. Já no ano passado, Tatuí foi contemplada com recurso de R$ 373.874,11 do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos).
O recurso possibilitou a retomada das obras em meados de abril deste ano, após processo de licitação que oficializou a empresa Spalla Engenharia e Construção, com sede em São Paulo, como a responsável pelos serviços.
Conforme Sinisgalli, mais de 20% da primeira fase está concluída. A empresa tem seis meses para entregar a obra, porém, segundo o secretário, o engenheiro acredita que, se tudo correr conforme o planejado, ela será entregue antes do prazo.
Ele reforça que a revitalização do prédio e a ativação do Museu da Imagem e do Som devem colaborar com a busca pelo título de estância turística e valorizar os pontos de visitação e atrativos turísticos já existentes.
Para a segunda fase do projeto, a prefeitura aguarda a liberação de mais R$ 360 mil por meio do Dadetur. Segundo Sinisgalli, o recurso deve contemplar o telhado do prédio, que está sendo restaurado, e equipamentos a serem utilizados no local.