Noma anuncia retomada da fábrica em Tatuí para o primeiro semestre

Diretor da Noma, Paulo Shinta Shiozaki em visita à Tatuí em 2019 (Foto: AI Prefeitura)
Da reportagem

A retomada da construção da fábrica da Noma do Brasil Ltda., fabricante de carretas para caminhões, localizada à margem da rodovia Antônio Romano Schincariol (SP-127), em Tatuí, deverá ocorrer no primeiro semestre deste ano.

O anúncio da retomada das obras foi feito pelo presidente da empresa, Marcos Noma, em reportagem de Carlos Prieto para o jornal Valor Econômico, do grupo O Globo, veiculado nesta terça-feira, 23.

Segundo o presidente, os trabalhos no local serão retomados neste semestre e a previsão de conclusão é de 18 meses. Para a retomada, a empresa deve investir R$ 52 milhões na unidade.

A nova fábrica permitirá elevar em 70% a capacidade de produção da empresa. Atualmente, a Noma consegue montar 31 unidades por dia na fábrica em Sarandi, subdistrito de Maringá (PR), sede da companhia, e vai elevar para 54 unidades diárias a capacidade total.

Sobre a retomada da construção da fábrica, a prefeita Maria José Vieira de Camargo declarou: “Sempre acreditei que, se o Brasil se recuperar logo da crise econômica, Tatuí será uma das cidades a liderar o crescimento do emprego no interior”.

“Dias melhores virão”, acrescentou a prefeita, comentando sobre a notícia. Em Tatuí, a empresa paranaense está finalizando a primeira etapa, a da construção civil. A próxima será a implantação dos equipamentos e, em seguida, a formatação para a operação.

Da assinatura do protocolo de intenções até o início das obras, a empresa percorreu várias etapas. A fabricante confirmou a intenção de vir ao município em 14 de dezembro de 2011. Em pouco mais de um mês, dia 24 de janeiro de 2012, adquiriu o terreno.

O conselho do Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico e Social do Município de Tatuí, o Pró-Tatuí, reuniu-se pela primeira vez com os empresários em 29 de fevereiro de 2012. Na ocasião, os investidores apresentaram os primeiros projetos e tiveram a admissão no programa de incentivos, criado em 2007.

Ainda em 2012, a empresa obteve a licença prévia de instalação. O processo teve início em 24 de janeiro e terminou em 6 de março daquele ano. Em setembro de 2012, a empresa realizou a primeira limpeza do terreno e a terraplanagem.

De 4 de outubro de 2013 até 5 de agosto do ano passado, a empresa trabalhou para ter o projeto arquitetônico aprovado e obter o alvará que permitiu a construção. Em 13 de outubro de 2014, a empresa concluiu o projeto de prevenção de incêndio.

As obras tiveram início no dia 2 de fevereiro de 2015, envolvendo cerca de 300 profissionais, e a expectativa era de se iniciarem as atividades em meados de 2017. Contudo, segundo o diretor da empresa, a crise econômica dos últimos anos atrasou o cronograma.

A retomada já havia sido anunciada, em maio de 2019, pelo diretor da empresa, Paulo Shinta Shiozaki, em visita ao município. Na ocasião, a previsão de início das atividades e a contratação inicial de pelo menos 250 funcionários era até o final do primeiro semestre de 2020.

A empresa passou por forte queda econômica nos meses de abril e maio, comprometendo a previsão inicial, contudo, conforme salientado pelo presidente, alcançou recuperação no segundo semestre.

“Tivemos um ano (2020) muito bom e sustentado pelo agronegócio”, afirma Noma. Ele não informa o faturamento exato, mas diz que a receita cresceu 22% no ano passado, ficando na casa dos R$ 400 milhões.

O desempenho em unidades foi menor. Foram emplacados 4.250 produtos, alta de 16%. Com isso, a empresa fechou 2020 com 6% do mercado. “Já tivemos 12% (de participação de mercado), mas estamos recuperando”, diz o presidente.

Noma pondera que o crescimento da receita foi causado principalmente pela inflação de custos dos componentes e insumos, repassados para os preços finais.

Por conta dessa variação, a empresa optou por manter carteira de pedidos de, em média, três meses para evitar “descasamento” entre o pedido e a entrega. “Com um período menor, é mais fácil corrigir o preço do produto e, assim, preservarmos margem”, observou o presidente.

A Noma surgiu montando implementos para o segmento de pesados, que fechou o ano passado com alta de 6,16%, segundo a Anfir – entidade que representa perto de 150 fabricantes.

Nos últimos anos, a empresa adotou a estratégia de diversificar sua atuação também para o segmento de leves. O presidente conta ter entrado no mercado para atender aos pedidos dos clientes que já compravam os pesados.

“O cliente que encomendava o pesado começou a pedir o leve também. Então, fechamos pacotes com dois produtos”, afirma o empresário.

Conforme anunciado anteriormente pela prefeitura de Tatuí, o investimento total da Noma local é de R$ 115 milhões na construção dos prédios e do parque tecnológico, que terão 23,5 mil metros quadrados de área construída. A planta contempla, ainda, área de convivência e restaurante para os funcionários.

Se mantida, a previsão de contratação para a planta – atualizada em 2016 – pode chegar a até 250 pessoas. Em 2011, quando do início das negociações, os empresários estimavam contratação de 450 pessoas.

De acordo com a prefeitura, o número foi revisto em função do momento econômico, mas contempla, na maioria, mão de obra “originária da região”. Além disso, a empresa estima gerar pelo menos 600 empregos indiretos.

A planta local de implementos rodoviários abrigará linha de produção de plataformas para complementar a produção da planta de Maringá. No ápice da produtividade, a empresa espera manter mil empregos diretos na cidade, como divulgado anteriormente.