Neste mesmo período de comemorações em razão da data oficial de fundação do município, marcada pelo dia 11 de agosto de 1826, também acontece a passagem de mais um ano de fundação do jornal O Progresso de Tatuí, ocorrida em 30 de julho de 1922.
Em 2012, portanto, a publicação completou exatamente nove décadas de existência, reafirmando-se como um dos veículos de comunicação impresso mais “longevos” do Estado e, muito provavelmente, do país.
Para marcar a data, entre outras ações – como exposição no Centro Cultural Municipal -, aconteceu a publicação do tabloide “90 Anos de Progresso”. O resultado foi, inesperadamente, até mais positivo como instrumento de pesquisa do que institucional para a própria empresa.
A partir desse material, passaram a ser incontáveis as vezes em que a publicação foi procurada como referência de resgate da história local, particularmente a marcada pelo meio século entre a década de 20 até o início da de 70.
Fica evidente, por este particular, o fato de que o município ainda continua carente em publicações e demais registros que resguardem – ou resgatem – sua história, a qual, vale lembrar, é sua própria “identidade”.
Consciente disso, O Progresso decidiu novamente aproveitar o momento festivo para apresentar novo trabalho com o objetivo de torná-lo mais uma fonte de informações históricas.
Desta vez, a opção é pautada por alguns dos mais significativos patrimônios, em especial, os prediais – ainda em pé, “tombados” positivamente, ou, literal e infelizmente, “tombados” em destroços.
Com este mote, são registradas as origens desses patrimônios, cujo resultado final, mais uma vez, tem a pretensão de servir como um presente aos leitores e fonte para consultas futuras.
Entretanto, considerando que inovar é sempre necessário e bem-vindo, O Progresso buscou algo a mais, algo que diferenciasse esta das demais publicações especiais. Encontrou a (bela) solução no trabalho do artista plástico Mingo Jacob.
Pela série de telas à óleo “Tatuí na Visão do Artista”, Mingo tem feito exatamente o que o jornal procura efetivar, embora utilizando-se não das palavras, mas de traço e cores.
Por que não juntar, então, estas duas “visões” e propósitos análogos? A história da cidade seria lembrada em simultâneo a homenagem prestada a ela e ao reconhecimento e registro indelével de um trabalho artístico tão belo quanto oportuno, executado por Mingo Jacob.
E, se pela visão do artista uma parte significativa do patrimônio tatuiano seria delineada por pinceis, melhor ainda se também fosse refletida pelas lentes de artistas fotógrafos, as quais, da película ao digital, poderiam acentuar as mudanças da Cidade Ternura.
Assim, às imagens de Mingo foram acrescidos registros dos mesmos patrimônios a partir do que foi possível ser acessado do arquivo (sempre ele) do eternamente precioso e tatuianíssimo Erasmo Peixoto. E, em contraponto ao passado, o presente, em imagens atuais, colhidas por Giorge de Santi e sua visão não menos peculiar e artística.
Alinhavando o que acabou por tornar-se uma verdadeira exposição em papel, há o contexto dos objetos reproduzidos, então por meio das reportagens, assinadas pelo jornalista Cristiano Mota.
O resultado poderá ser acompanhado – e admirado, pela arte dos tatuianos – neste novo especial, que circulará no próximo final de semana, tendo como inspiração maior o carinho pela história, pela beleza e pelas peculiaridades da terra vermelha, nossa terra, cujo patrimônio excede em muito os edifícios, ainda sendo capaz de inspirar a arte e sensibilizar seus cidadãos de “cabeça boa” e legítimo “pé vermeio”.