Tatuí tem agosto mais mortal desde 2015, mostra estatística

Da reportagem

O município registrou este ano o mês de agosto com maior número de mortes desde 2015. Os dados são apontados por levantamento divulgado no Portal da Transparência do Registro Civil, administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos registrados de Pessoas Naturais).

Os dados do órgão apontam um total de 97 óbitos declarados em agosto deste ano, 31,08% a mais que os 74 registrados em agosto de 2019. Em comparação com agosto de 2018 (80), em 2020 o acréscimo foi de 21,25% nas mortes.

Já com relação a 2017 e 2016, que tiveram o mesmo número de declarações (75), foram 29,33% a mais, enquanto, na comparação com 2015 (62), o percentual de aumento em 2020 é de 56,45%.

O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país. As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos que constatam os falecimentos) que dão origem à certidão de óbito, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.

Desde o início da pandemia, a plataforma do Registro Civil passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeita ou confirmada) e, ao longo dos meses, novos módulos sobre óbitos por doenças respiratórias e cardíacas foram adicionados ao portal, com filtros por estado e município.

Os números levantados pelo portal ainda mostram que os casos de mortes por causas naturais, nos meses de março a setembro deste ano, tiveram aumento de 14,83%, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Conforme o relatório, entre os dias 16 de março e esta sexta-feira, 18 de setembro, 511 mortes por diversas causas foram registradas na cidade. Já no ano passado, foram emitidas 445 declarações de óbitos.

Segundo o levantamento, o crescimento foi de 66 óbitos no período de março a setembro. O maior crescimento aconteceu em agosto, com 23 mortes a mais que no mesmo mês do ano passado.

Ainda em comparação a 2019, os dados mostram aumento de 26 para 41 casos em março, 67 para 70 (4,47%) em abril, 67 para 89 (32,83%) em maio e 78 para 93 (19,23%) em junho.

O mês de julho aparece com 26,80% menos mortes que em 2019, passando de 97 para 71 registros no período. Já nos 18 dias de setembro em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento é de 40%, passando de 35 para 49 casos.

As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos e, nesta classificação, estão inclusos os óbitos por Covid-19, a SRAG (síndrome respiratória aguda grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia, que é o choque séptico.

Até às 14h de sexta-feira, 18, o registro apontava três mortes por SRAG, 66 por pneumonia, 30 por insuficiência respiratória, 46 por septicemia e uma por causa indeterminada (ligada a doença respiratória, mas não conclusiva).

Além disso, o levantamento mostra um total de 69 mortes por Covid-19 neste ano. Contudo, a assessoria de comunicação do portal explica que, quando na declaração de óbito há menção de Covid-19, coronavírus ou novo coronavírus, considera-se como causa a Covid-19 (suspeita ou confirmada).

Outros 213 óbitos estão relacionados a causas cardiovasculares, como AVC, infarto e outros tipos de doenças.

Nos mesmos 186 dias de 2019, houve dois registros de morte por síndrome respiratória aguda grave, 93 por pneumonia, 22 por insuficiência respiratória, 65 por septicemia e três por causas respiratórias indeterminadas.

Além disso, 191 pessoas faleceram por AVC, infarto, outras causas cardiovasculares e demais doenças.

A atualização do Portal da Transparência pelos registros de óbitos lavrados pelos cartórios de registro civil obedece a prazos legais. A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem até cinco dias para efetuar o registro de óbito e, depois, até oito dias para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.