Tatuí recebe 1º lote da vacina Coronavac

Da reportagem

Tatuí recebeu na tarde desta quarta-feira, 20, o primeiro lote da vacina contra o novo coronavírus. As ampolas foram entregues, por volta das 15h, na sede da Vigilância Epidemiológica, órgão da Secretaria Municipal de Saúde.

A prefeita Maria José Vieira de Camargo acompanhou a entrega. Com ela, estavam a secretaria da Saúde, Tirza Luiza de Melo Meira Martins, a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, enfermeira Rosana de Oliveira, e demais profissionais da área.

Nesta primeira etapa, o município recebeu 1.680 doses da Coronavac, produzida em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science, do grupo Sinovac Biotech – já aprovadas pela Anvisa para uso emergencial no combate à Covid-19.

A O Progresso, durante a entrega dos imunizantes, a prefeita declarou que, com as doses, “chega também a esperança de dias melhores do combate à Covid-19”. Segundo ela, todas as ampolas serão utilizadas para a aplicação da primeira dose, consequentemente atingindo 1.680 profissionais.

“Para nós, é um momento de muita alegria e emoção. Essas doses serão destinadas aos funcionários da Saúde, que estão na linha de frente do combate à Covid-19, e vêm dar mais segurança e confiança aos nossos profissionais”, completou Maria José.

A secretária da Saúde também disse ter ficado emocionada com a chegada dos imunizantes e acentuou a importância da vacinação para ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus.

“É uma alegria muito grande receber essas doses. Nós entendemos que, com todos os testes realizados pelo Instituto Butantan e com a aprovação da Anvisa, nós temos a segurança dos órgãos competentes para aplicar a vacinação e podemos ser vacinados com tranquilidade”, disse Tirza.

Em ato simbólico, promovido na sala de reuniões da Santa Casa de Misericórdia, com a presença da imprensa, a técnica de enfermagem Sandra Daniele Maranho, de 40 anos, foi a primeira tatuiana a receber o imunizante.

Os imunizados inicialmente serão os profissionais da Saúde, atuantes na Santa Casa, gripário, Pronto-Socorro “Erasmo Peixoto”, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), UPA (unidade de pronto atendimento), hospital da Unimed e SAD (Serviço de Atendimento Domiciliar).

Com a chegada das vacinas, o calendário de imunização previsto para o dia 25 de janeiro foi adiantando e começou na quinta-feira, 21. A cidade disponibiliza doses em cinco pontos de vacinação. Para esta classe de profissionais, as doses estarão disponíveis até este domingo, 24.

Quatro ocorrem com atendimento de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 16h, envolvendo: ESF “Othoniel Cerqueira Luz”, na CDHU; ESF “Roseli de Oliveira Camargo”, no Jardim Santa Rita de Cássia; ESF “Mesquita Tibellio Mota”, Jardins de Tatuí; e UBS “Dr. Almiro dos Reis”, vila Dr. Laurindo.

Ainda acontece vacinação na unidade básica de saúde “Dr. Aniz Boneder”, na área central, com atendimento em horário estendido, das 8h às 21h, de segunda-feira a sexta-feira, e aos sábados e domingos, das 8h às 16h.

De acordo com Rosana, novos lotes da vacina estão prometidos para Tatuí nos próximos dias. “A previsão é de que a entrega seja semanal. Assim, vamos dando sequência à imunização conforme as doses forem chegando”, informou a enfermeira.

O Plano Municipal de Imunização contempla, como prioridade, imunizar nesta primeira fase os profissionais de saúde e, na sequência, os idosos, divididos por faixa etária,somando população de 22.114 mil pessoas e totalizando a aplicação de 44.228 doses.

Para a vacinação, são considerados os profissionais que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância em saúde, sejam hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios ou outros locais.

Desta maneira, estão sendo contemplados médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, dentistas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, educadores físicos, veterinários e respectivos técnicos e auxiliares.

Também estão incluídos os trabalhadores de apoio, como recepcionistas, segurança, auxiliar de limpeza, cozinheiro e auxiliares, motorista de ambulância e outros que trabalham nos serviços de saúde.

Incluem-se, ainda, os profissionais que atuam em cuidados domiciliares, como cuidadores de idosos e doulas/parteiras, bem como os do sistema funerário e demais que conduzem o processo de enterro e têm contato com cadáveres/covas potencialmente contaminados.

Conforme levantamento divulgado pela prefeitura, a cidade soma 4.644 profissionais na área. Entre esses, 1.680 serão vacinados até domingo, e os demais (2.964) devem receber a primeira dose no dia 25 e a segunda, no dia 15 de fevereiro.

A partir do dia 8 de fevereiro, receberão a primeira dose do imunizante os idosos com 75 anos ou mais (4.309). Eles terão a segunda dose no dia 1º de março. Idosos entre 70 e 74 anos recebem a primeira dose no dia 15 de fevereiro, com reforço no dia 8 de março (3.330).

Em seguida, no dia 22 de fevereiro, serão imunizadas as pessoas com idade entre 65 e 69 anos, com reforço em 15 de março (4.298).

Já os idosos entre 60 e 64 anos serão atendidos no dia 1º de março, com reforço no dia 22 de março (5.533). Além desse público inicial, pode haver eventuais quilombolas ou indígenas (não há registros deste público no município).

Os imunodeprimidos ativos na área de saúde, seguidos de autorização médica, também fazem parte da primeira fase de vacinação.

Para os estudantes da área de saúde, somente os que estão em fase de estágio recebem a vacina na primeira fase. Para tanto, devem apresentar um comprovante emitido pela instituição de ensino.

Aposentados pela Saúde, fora das atribuições, deverão aguardar a fase de acordo com a idade, seguindo o protocolo de vacinação.

Como a vacina terá registro nominal no cadastro próprio do Ministério da Saúde, haverá necessidade de apresentação do Cartão SUS (Sistema Único de Saúde), um documento com foto e a carteira de vacinação, para o registro no prontuário eletrônico do paciente.

Conforme o Plano Municipal de Imunização, caso o cidadão não possua a carteira de vacinação, receberá um comprovante da primeira dose, que obrigatoriamente deve ser apresentado para a aplicação da segunda dose.

No caso dos profissionais de saúde, ainda é necessária a apresentação de um comprovante da atividade laboral (do registro no conselho de classe, crachá, carteira de trabalho, holerite ou contrato de trabalho).

Os trabalhadores que não possuem registro na carteira de trabalho, como cuidadores de idosos, devem apresentar uma declaração de trabalho redigida pelo responsável direto do paciente, contendo: nome, documento (RG e CPF), endereço e contato telefônico do paciente e do funcionário.

O profissional e o empregador são responsáveis pela veracidade da declaração, ficando sujeitos à visita da assistente social e a penalizações.

Sobre as contraindicações, a secretária explica não ser possível estabelecer uma lista completa, por não existir registro para uso da vacina do país.

No entanto, salienta que, considerando os ensaios clínicos em andamento e os critérios de exclusão utilizados nos estudos, há algumas contraindicações prováveis.

Entre estas, as que envolvem pessoas menores de 18 anos (o limite de faixa etária pode variar para cada vacina, de acordo com a bula), gestantes e os que já apresentaram reação anafilática confirmada a uma dose anterior de alguma vacina contra Covid-19 ou a qualquer componente dela.

Segundo a secretária, pessoas no período ativo da doença devem adiar a vacinação até o fim do isolamento, para evitar confusão com outros diagnósticos.

Para as pessoas que apresentem sintomas, a orientação é, antes de tomar a vacina, procurar o serviço de saúde para atendimento, avaliação e conduta médica, e, posteriormente, realizar a vacinação, em caso de resultado negativo.

Nos casos de resultado positivo, deve-se seguir as orientações comuns a todos. Se o paciente não realizar exame, após dez dias dos primeiros sintomas e se não mais apresentá-los, poderá receber a vacina.

Caso o paciente apresente algum sintoma pós-vacina, deverá ir ao “gripário”, acompanhado obrigatoriamente do comprovante de vacinação e seguir o protocolo (triagem, avaliação, atendimento médico, conduta). Então, será encaminhado à Vigilância Epidemiológica, através de receituário ou outros meios viáveis.

O serviço de atendimento ficará encarregado, também, de fazer uma notificação à parte e encaminhar à Vigilância Epidemiológica, para que,em casos de “desvio do fluxo”, a VE possa entrar em contato com o indivíduo, para as devidas providências.

Conforme o plano de ação tatuiano para a imunização, com o intuito de evitar aglomerações, bem como filas nos postos de vacinação, invasão de outros grupos populacionais e de outras localidades, será designado um profissional para a triagem das pessoas e entrega de senhas de atendimento.

Também está previsto apoio de profissionais da segurança pública, no local e em rondas, em todos os locais de aplicação, além de equipe de vacinação para acamados e em sistema “drivethru”.

O SAD (Serviço de Atendimento Domiciliar) terá um roteiro específico para atender aos pacientes cadastrados, que receberão as doses seguindo os critérios de faixa etária e cronograma do plano de São Paulo. Para tanto, a família receberá as orientações e será avisada previamente.

A Divisão de Vigilância Epidemiológica ficará responsável pelo controle e entrega dos insumos específicos para atender essa população.

Para a distribuição das doses e dos insumos, serão utilizados dois carros, diariamente, que seguirão para os postos de vacinação indicados, sempre acompanhados por uma viatura da Guarda Civil Municipal.

A segunda fase de vacinação ainda está em definição pelo Ministério da Saúde. Conforme anunciado pelo governo do estado, a campanha de imunização será desenvolvida segundo a disponibilidade das remessas do órgão federal.

À medida que o MS viabilizar mais doses, as novas etapas do cronograma e os públicos-alvo da campanha serão divulgados.

A secretária ainda aponta que a vacina utilizada possui eficácia de 50,38% após 15 dias de aplicação da segunda dose. Portanto, os cuidados sanitários ainda devem ser seguidos mesmo depois da vacina.