‘Seresta’ homenageia Pedro H. de Campos

Pedro Henrique de Campos é o homenageado do mês dos professores (foto: AI Prefeitura)

O professor Pedro Henrique de Campos será homenageado na noite de sexta-feira, 25, no Museu Histórico “Paulo Setúbal”, por meio da tradicional “Noite da Seresta com Ternura”. O evento é realizado em parceira com o Grupo Seresteiros com Ternura e tem início às 19h.

A iniciativa faz parte do projeto “Ilustres Tatuianos”, ação colaborativa entre o MHPS e o Grupo Seresteiros com Ternura, que visa resgatar a história de Tatuí e dos tatuianos. Neste mês, a edição é comemorativa pelo Dia do Professor, celebrado em 15 de outubro.

Uma exposição de fotos que retrata a vida do professor ficará exposta no museu, situado na praça Manoel Guedes, 98, de terça-feira a domingo, das 9h às 17h, até 21 de novembro.

O evento também celebra o mês do idoso e contará com a presença do Projeto Envelhecer com Qualidade de Vida, do Fusstat (Fundo Social de Solidariedade), que desde 8 de outubro está realizando a exposição de fotos “Beleza da Pessoa Idosa”, organizada por Luciana Picchi, Rosa Maria de Souza e Adriana Moraes Alegre.

O diretor do Departamento Municipal de Cultural e gestor do MHPS, Rogério Vianna, lembra que o projeto “Ilustres Tatuianos” foca na tradição seresteira, considerada uma grande manifestação da cultura brasileira, e também em homenagear os tatuianos.

“Homenagear o ‘seu’ Pedro é um presente, ele é uma pessoa muito querida, que há anos vem registrando quase todos os eventos da cidade e possibilitando que a gente tenha um registro audiovisual de nossos tempos”, ressaltou o diretor.

Ele ainda salientou que o professor “fez um grande legado para a educação e que, por isso, será o homenageado do mês de outubro”. “É de extrema importância salvaguardar a memória de Pedro Henrique de Campos, uma pessoa que tanto fez e faz pela memória da cultura e das atividades realizadas no município”.

Viúvo, com dois filhos e dois netos, Campos é filho de João Pires de Campos e Benedita Gabriel de Campos. Nasceu em Tatuí em 15 de julho de 1944, na chácara Morro Grande, onde atualmente está localizado o condomínio Monte Verde.

Iniciou os estudos aos sete anos, no Grupo Escolar “Eugênio Santos”, e, durante cinco anos, percorreu, aproximadamente, três quilômetros a pé, para ir de casa até a escola e concluir do 1º ao 5º ano.

Em 1955, Campos prestou exame de admissão ao ginásio, no Instituto de Educação “Barão de Suruí”, onde foi aprovado e iniciou os estudos secundários na primeira série ginasial, concluindo-os em 1959 e preparando-se para o colegial.

A escola oferecia três opções no nível colegial: clássico, científico e normal. O curso normal de formação de professores primários exigia, para o ingresso, um exame vestibular, porém, garantia a oportunidade aos formandos de exercerem uma profissão, enquanto os outros dois cursos exigiam continuidade a nível superior para a profissionalização.

Campos optou pelo curso normal, sendo aprovado no exame vestibular. Iniciou o curso de formação de professores primários, o qual realizou de 1961 a 1963, e fez o curso de aperfeiçoamento em 1964.

Nesse período, enquanto estudava, trabalhou na técnica de som e locução na extinta Rádio Difusora de Tatuí, além de exercer funções de auxiliar e operador de projeção nos cinemas São Martinho, São José e Santa Helena.

Após concluir o curso de magistério, inscreveu-se como professor substituto no Grupo Escolar “João Florêncio”, enquanto aguardava a oportunidade de ingressar no magistério oficial do estado, por concurso.

Em 1964, ocorreram inscrições para ingresso no magistério e o professor foi aprovado, porém, a chamada dos candidatos só teve início em 1966. Em outubro daquele ano, Campos foi chamado para trabalhar no magistério e escolheu uma vaga no Grupo Escolar do Jardim das Flores, em Osasco, assumindo cargo efetivo de professor a partir de fevereiro de 1967.

Nessa mesma época, foi aprovado no concurso de educador municipal de Osasco e passou a trabalhar na Biblioteca Pública Municipal “Monteiro Lobato”. Na escola, conheceu a professora Luiza Aparecida Jorge de Campos, com quem se casou no dia 6 de janeiro de 1973 e viveu até o falecimento dela, em 17 de agosto de 2016.

Ainda na década de 70, na TV Cultura, havia um programa chamado “Ação Super 8”, que divulgava a recente bitola de cinema mais acessível ao cineasta amador. Ele conta que o marido da diretora da escola onde lecionava possuía uma câmera, com a qual registrava eventos na escola.

Campos ainda se graduou em pedagogia, com a habilitação em inspeção escolar, pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), em 1974, e bacharelou-se em direito em 1989, pela Faculdade de Direito de Itapetininga (FKB).

Em 1976, foi nomeado ao cargo de assistente de diretor da 1ª Escola Estadual de Ensino Fundamental da COHAB, no Conjunto Habitacional da COHAB, em Carapicuíba (SP), e começou a dedicar-se à fotografia e ao cinema Super 8 como hobby, adquirindo equipamentos de filmagem e projeção, registrando eventos familiares e escolares.

A escola já possuía um projetor 16 milímetros e alugava filmes na Fotóptica de São Paulo para exibir aos alunos. Com a experiência anterior com projetores comerciais de 35 mm, nos cinemas em que trabalhou em Tatuí, Campos logo apreendeu a manejar os equipamentos.

De 1977 a 1978, graduou-se em estudos sociais e ciências sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “Teresa Martin”, na Freguesia do Ó, em São Paulo.

Em 1981, ingressou, por concurso, no cargo de supervisor de ensino, retornando a Tatuí para trabalhar na Delegacia de Ensino, onde permaneceu até a aposentadoria, em 1999, ocasião em que a delegacia foi transferia para Itapetininga, onde o atendimento das escolas da região passou a ser feito.

Nesse período, lecionou, na Faculdade Asseta de Tatuí, disciplinas nos cursos de pedagogia e estudos sociais. Foi nomeado em comissão para o cargo de supervisor de ensino municipal a partir de 2005, para dar apoio ao processo de municipalização do ensino fundamental da prefeitura, permanecendo até o ano de 2012.

Em parceria com o maestro Marcelo Afonso, participou da composição da letra da música do hino da Escola Estadual “Chico Pereira”.

Campos foi acompanhando o progresso das mídias e realizando os registros dos eventos em VHS e DVD, registrando os eventos que constituem a “memória’ da cidade, e apresentou, em 2014, a sugestão de um MIS para Tatuí, que está se concretizando por meio da lei municipal 5.286, assinada em 5 de setembro de 2018, pela prefeita Maria José Vieira de Camargo.

Atualmente, Campos participa da instituição filantrópica Núcleo Kardecista Amor e Caridade, na qual atua desde 2012.