Samu pleiteia VIR para aumentar chances de sobrevida de pacientes





A frota de veículos do Samu (Sistema de Atendimento Móvel de Urgência) de Tatuí pode aumentar. Pelo menos no que depender dos planos da coordenadora municipal de urgência e emergência, Roberta Lodi Molonha Machado.

Ela antecipou a O Progresso pleito que possibilitaria ganho não só para a estrutura da unidade, mas à população. A coordenadora está solicitando a compra da sétima viatura. O veículo escolhido para compor a frota do Samu local é um Jeep Renegade, usado também como viatura de polícia na Inglaterra.

Trata-se de um veículo da categoria “crossover”, produzido com base em plataformas de carros, em monobloco, mas com linhas “mais esticadas e robustas”. No caso do modelo que está sendo solicitado pelo Samu, a requisição não se deve ao design, mas às características que o veículo possui e ao “porte”.

Um Renegade possui motorização que vai de 1.6 a 2.0 litros de diesel e de 120 a 170 cavalos. Para o Samu, as vantagens do veículo não param nas especificações. “Ele tem mais agilidade que uma unidade convencional”, disse Roberta.

Segundo a enfermeira, o modelo consegue chegar mais rápido ao destino da ocorrência. A principal vantagem é que o atendimento é feito no local e não no pronto-socorro, por exemplo, ou mesmo no caminho para o ambulatório.

Em caso de necessidade, após a estabilização do paciente, a equipe do Samu que vier a tripular a viatura poderia transferi-lo ou pedir apoio de outras unidades para isso.

A VIR (viatura de intervenção rápida) seria a quarta em atividade. A frota do Samu local é composta por seis veículos, sendo três em uso e três na reserva técnica.

Dos três em atividade, um é USA (unidade de suporte avançado) e dois USB (unidades de suporte básico). A primeira conta com um motorista, um médico, um enfermeiro e um socorrista; a segunda, com um socorrista e um técnico em enfermagem, além do condutor.

A VIR seria equipada com respirador, desfibrilador e todos os equipamentos usados na estabilização do paciente, com a diferença de que é “menor e mais rápida” que uma ambulância. “Ela não tem maca, mas conta com todos os equipamentos de UTI”, disse Roberta.

Com o veículo, a coordenadora estima que o atendimento pode ser agilizado em três minutos, em média, dependendo do local do chamado. O prazo também varia conforme o tempo entre a ocorrência e a ligação para a Central de Regulação. Os chamados ao 192 são regulados em Itapetininga.

“Em uma parada cardíaca, um minuto de atendimento equivale a 10% de chance de sobrevida para o paciente. Com a VIR que nós estamos pedindo, conseguiremos chegar mais rápido e evitar um óbito”, argumentou a coordenadora.

A aquisição do veículo precisa ser feita por meio de licitação. O processo é realizado pela Prefeitura, que poderia utilizar recurso excedente do governo federal para comprar a nova viatura. O Samu é resultado de parceria entre o município e a União. Ambos fazem o rateio de custeio das unidades.

A base do município é vinculada a Itapetininga, que administra a Central de Regulação. Neste ano, a Prefeitura da cidade vizinha abriu licitação para terceirizar a gestão do Samu Regional.

A transferência de gestão havia sido adotada por Itapetininga, pela primeira vez, em 2014, conforme Marilu Rodrigues da Costa. “O serviço já é terceirizado faz um ano e meio. Agora, eles vão fazer um novo processo para ver se a mesma empresa que presta serviços continua ou se será outra”, comentou ela, que é coordenadora municipal dos postos de saúde.

Marilu disse que a terceirização não afeta a prestação do serviço em Tatuí. Conforme a enfermeira, a base do município continua funcionando da mesma maneira que antes da transferência de gestão, por conta do convênio em vigência.

A base de Tatuí é chamada de descentralizada e vinculada à central, em Itapetininga, em função da estrutura do atendimento. De acordo com a coordenadora de planejamento da Secretaria Municipal da Saúde, Tirza Luiza Martins, os chamados feitos por moradores de Tatuí são regulados em Itapetininga.

Os médicos que atendem lá fazem uma avaliação (regulação) com base nas informações repassadas pelos usuários e indicam quais viaturas precisam ser deslocadas. Neste caso, decidem se é preciso acionar um veículo USA ou um USB.

“Não só Tatuí, mas outros municípios têm a base descentralizada. Eles nos prestam contas do serviço”, comentou a coordenadora. Tirza explicou que a secretaria ainda não recebeu nenhum comunicado oficial sobre o processo licitatório.

Entretanto, a enfermeira acrescentou que, caso haja mudança, a pasta e o Executivo são informados. “Eles (os representantes da Prefeitura de Itapetininga) prestam contas para nós e para todos os municípios que são bases descentralizadas e estão sob a administração centralizada de Itapetininga”.

Ainda sobre a questão da terceirização, a coordenadora do Samu de Tatuí enfatizou que não houve e não haverá mudanças. Roberta frisou que a gestão é feita pela Prefeitura.

A base local conta, atualmente, com 48 funcionários. Ela opera na rua 15 de Novembro, 1.383, fazendo uso de garagem de imóvel na mesma rua, que abriga a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude, para acomodar a frota.