Projeto leva idosos a praticar atividades na Ayrton Senna





Eduardo Djun

Idosos participam de aula de dança rítmica na praça Ayrton Senna

 

A turma da terceira idade ganhou uma edição especial do “Melhor Idade”, projeto que oferece atividades físicas gratuitas ao ar livre. Todas as segundas-feiras e quartas-feiras, a partir das 17h, em um dos espaços da praça Ayrton Senna da Silva, na vila Dr. Laurindo, os idosos podem fazer aulas de dança rítmica.

O evento é uma união entre a Prefeitura e o Fundo Social da Solidariedade, e tem como objetivo proporcionar ao idoso melhor qualidade de vida.

O lugar foi escolhido devido ao amplo espaço que a praça oferece para a prática de atividades, informou a primeira-dama e presidente do Fundo Social, Ana Paula Cury Fiuza Coelho.

“A praça foi inaugurada em 2012, em um convênio com o governo do Estado. Havia ali um amplo espaço que não era bem aproveitado, até que colocamos a ideia em prática”, afirmou.

Segundo ela, a iniciativa surgiu devido ao grande número de pessoas na lista de espera para participar das atividades no Parque Ecológico Municipal “Maria Tuca”.

O programa social existe há seis anos e integra 180 idosos em atividades pelo parque, nas manhãs de segunda a sexta. De acordo com Ana Paula, cerca de 200 pessoas aguardam chamada para o projeto.

“Sabemos que a população está envelhecendo cada vez mais, e, como gestores do município, temos que proporcionar a melhor qualidade de vida para todos eles”, argumentou.

Segundo ela, os idosos participam de atividades externas no “Maria Tuca”, como apresentações de dança e coral, além de gincanas, visitas, excursões, entre outras ações.

Coordenado pela gerontóloga Paola de Campos, o programa ainda conta com uma equipe multidisciplinar de saúde para atender aos idosos.

Paralelo a esse trabalho, acontecem as ações na praça Ayrton Senna. De acordo com a primeira-dama, o projeto lá desenvolvido começou em junho deste ano e inclui atividades rítmicas e dança.

A presidente do Fundo Social explica que a iniciativa foi criada para oferecer mais um espaço aberto para os idosos “se sentirem mais incluídos na sociedade”.

A educadora física Ana Carolina Gagliardo Comelli de Camargo explica que, mais do que dar condicionamento físico, o projeto busca proporcionar novas amizades.

“Eles têm a oportunidade de interagirem entre si e de ganharem qualidade de vida através da dança”, afirmou. Ana Paula concorda: “Muitos ficavam em casa, em depressão. Hoje, eles vêm conversar com outras pessoas e se divertem com as atividades”.

A professora afirma que todas as atividades foram adaptadas para proporcionar bem-estar e ajudar na saúde do participante. Segundo ela, a dança rítmica mescla todos os estilos musicais. Além dela, há dança de zumba, danças coreografadas, aeróbicas e locais.

De acordo com ela, o número de participantes na praça varia a cada semana. No entanto, ela conta que já deu aula para mais de 50 alunos. “Como o projeto é recente, o número de pessoas varia muito. Às vezes, tenho aula com 12 e outras, com 40 ou 50 alunos”, contou.

Apesar de as atividades serem voltadas para o público mais velho, a educadora afirma que qualquer pessoa pode participar. No entanto, explica que, como as aulas são adaptadas para idosos, o interessado deve saber que os exercícios serão mais leves.

“Às vezes, utilizamos materiais cedidos pela Prefeitura, como bola, bambolê, corda, mas nem todos aguentam”, comentou. Segundo ela, o objetivo das variações das atividades é proporcionar algo que não se torne cansativo, que traga entusiasmo e seja novidade toda semana.

A ideia, segundo a primeira-dama, é que a ação se expandam para outras regiões. “Queremos levar o projeto para mais praças. Esse é só o início. A intenção é que isso abranja a cidade e que todos possam participar”.

Ana Paula ainda contou que pretende desenvolver atividades complementares na praça, a fim de estimular a memória do idoso. “A ideia é, mais pra frente, instituir outras ações, como grupos de leitura ou grupos de memória, para acrescentar no projeto”.

Os interessados em participar das ações na praça Ayrton Senna devem, obrigatoriamente, apresentar atestado médico de aptidão antes de começar no projeto, conforme a professora.

Ela explica que o objetivo da avaliação pré-participação é identificar contraindicações relativas ou absolutas às práticas de atividade física por parte da pessoa.

Além disso, Ana Carolina explica que, mês a mês, todos os participantes passam por processo de avaliação física de anamnese. A entrevista permite verificar os benefícios que eles têm alcançado com as atividades.

Uma das participantes do projeto, a secretária Adriana de Sá ressalta que, apesar de ainda não ter chegado à terceira idade, está sempre presente nos dias da atividade. A secretária, que tem 50 anos, afirmou que, após começar a participar, as constantes dores nas pernas “saíram de sua vida”.

“Tinha muitas dores nas pernas, porque, como secretária, trabalho muito tempo sentada. Então, após iniciar as aulas de dança, as minhas dores sumiram”, afirmou.

Outro participante, o aposentado José Aparecido Camargo conta que, há 25 anos, sofreu um acidente de moto em que teve uma fratura na perna. Na ocasião, teve de colocar uma haste de 12 pinos.

Com a intenção de melhorar a mobilidade das pernas, ele decidiu participar das aulas, há dois meses, e já mostrou resultados positivos nos movimentos. “Tenho 84 anos e, desde que comecei a participar, vejo que as minhas pernas estão bem melhores”, garantiu.