Diógenes V. de Campos morre aos 98 anos de idade em Tatuí

Diógenes e os filhos Maria Eugênia e Luiz Antonio

Faleceu aos 98 anos de idade, quinta-feira da semana passada, 4, às 15h10, o professor Diógenes Vieira de Campos. Ele morreu em casa, após sofrer choque cardiogênio, insuficiência cardíaca congestiva e insuficiência renal crônica.

Era viúvo de Maria Aparecida Voss de Campos e deixou os filhos Maria Eugênia e Luiz Antonio Voss Campos. O sepultamento foi realizado dia 5, por volta das 10h30, no cemitério Cristo Rei.

O professor Diógenes, como era conhecido, lecionou por 31 anos na Escola Normal de Educação “Barão de Suruí”, em Tatuí, na qual dava aulas de matemática e física, disciplina para a qual era concursado.

Começou a carreira no ensino primário, em São Paulo. Antes de tornar-se educador, frequentou aulas em Sorocaba, concluindo a faculdade na capital. Lá, teve os primeiros alunos, trabalhando em uma escola particular por quatro anos.

Trinta e cinco anos depois de exercer o ofício, ele se aposentou. Em casa, com incentivo da esposa, descobriu um novo afazer e iniciou a lapidação de madeiras para a confecção de terços e bijuterias.

Religioso, o resultado da produção como artesão era comercializado entre os amigos e tinha renda revertida para a “sacola dos pobres” da 5ª Conferência Vicentina de São Luiz Gonzaga, comunidade da qual fazia parte. Além de professor e artista, Diógenes era um dos membros mais antigos do grupo religioso.

“Um homem simples, sério, honesto e cumpridor de todos os seus deveres e obrigações. Um super e dedicado pai de família e professor que ensinou milhares de pessoas da cidade. Um cristão exemplar, artesão de terços, um grande e sábio amigo e homem”, descreveu o filho, Voss Campos, no artigo “Professor Diógenes”, publicado em março de 2019, no jornal O Progresso.


Memória

Professor Diógenes

Dos pombos só caem penas. Não mais precisado de viver, Deus lhe deu honrada consagração por sua vida de oração, sentimento, compostura, do sentimento da essência divina, a pura generosidade, a fortaleza, o apoio na segurança, todos os bons imperativos que dele rolavam em cascata.

Deus nô-lo tirou de nós, uma vez já construído, Não mais precisado de viver, manso, resignado, piedoso e liberto de todos os laços humanos, mas com a aceitação da ausência da esposa, filho e neta que o precederam na Glória divina, na paz da meditação, no discurso do silêncio.

Vida esfolada de fé em suas missas diárias.

Deixou atrás de si uma geração de alunos, compartilhados de sua permanência. Sempre seguro de seus passos, firme em suas palavras. Sua partida deixou, nos ex-alunos e amigos uma dádiva de tristeza e saudade.

Que o Prof. Diógenes, que deixou, no sempre, a semente de sua permanência.

Leila Salum Menezes da Silva