Detido por assalto a joalheria diz que precisava de dinheiro





Polícia Civil

Cesar de Souza Frecatti  confessou autoria e disse estar arrependido

 

Acomodado em uma das salas da Delegacia Central, Cesar de Souza Frecatti, de 18 anos, contou como praticou um assalto que assustou clientes de uma cooperativa no bairro Valinho. O crime ocorreu na antevéspera de Natal, dia 23 de dezembro, por volta das 20h45.

Munido com um revólver de brinquedo, Frecatti roubou uma joalheria. O suspeito disse que havia cometido o crime porque estava precisando de dinheiro para poder “passar bem” o fim de ano.

Detido em flagrante pela Polícia Militar um dia depois do crime, 24, o suspeito deu detalhes da ação durante oitiva comandada pelo delegado titular do município, José Alexandre Garcia Andreucci. Na delegacia, afirmou que não havia premeditado o roubo.

Contou que estava passeando pelas galerias de lojas que fazem parte da cooperativa e que, ao se dar conta da “oportunidade”, decidiu assaltar. O suspeito disse que rendeu apenas um casal, que estava na joalheria. As idades e profissões das vítimas não foram reveladas.

Dentro da loja, o suspeito teria sacado o revólver de brinquedo e ameaçado o homem e a mulher. A arma utilizada no crime estava “guardada” em uma sacola plástica e teria sido adquirida pelo próprio Frecatti, na cidade de Aparecida, onde fica o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil.

Conforme inquérito policial, o assalto provocou “grande movimentação” de pessoas na galeria. No momento do crime, havia “intensa concentração” de consumidores que faziam compras de final de ano.

Frecatti teria subtraído uma corrente, um relógio e um celular de uma das vítimas. Na sequência, deixou a joalheria e fugiu a pé. A Polícia Militar chegou a realizar buscas nas imediações, mas conseguiu localizar o suspeito somente no dia seguinte, na casa dele.

Além dos objetos do assalto, os policiais militares encontraram, com o acusado, 60 papelotes de cocaína. Frecatti recebeu voz de prisão em flagrante por tráfico de entorpecente e deve ter a prisão temporária decretada por conta do assalto, nos próximos dias.

Na delegacia, ele confessou o crime e negou que o tivesse cometido com ajuda de outras pessoas. O delegado titular filmou o interrogatório, que será incluído como prova no inquérito.

Andreucci também cedeu cópia das imagens a O Progresso e solicitou que a fotografia do suspeito fosse divulgada. A intenção da PC é que, com a imagem dele, outros assaltos possam ser esclarecidos.

No interrogatório, Frecatti disse que mora no Jardim Santa Rita de Cássia. Natural de Diadema, contou que a família mudou-se para Tatuí há 16 anos – na época, o suspeito tinha dois anos de idade.

Ele disse que estava na companhia de amigos, mas que tinha decidido praticar o assalto sozinho. Afirmou que, mesmo com a “grande movimentação de funcionários” da cooperativa, ele quis praticar o roubo.

Respondeu ao delegado que não havia pensado no risco de ser baleado por seguranças, ou por militares, em caso de flagrante.

Conforme Andreucci, Frecatti teria aproveitado a confusão por causa do assalto e “desaparecido” no meio da multidão. Posteriormente, com ajuda de testemunhas, policiais militares conseguiram identificá-lo. Abordado em casa, ele permanece encarcerado.

Em depoimento formal, o acusado disse que “estava arrependido” de ter cometido o crime. Afirmou, também, que teria roubado a joalheria apenas porque estava desempregado, precisando de dinheiro e queria “poder comprar coisas para passar o final de ano”.

Na quinta-feira, 2, Andreucci informou que fez a solicitação da prisão temporária do suspeito pelo assalto. Disse, também, que as vítimas tiveram os bens devolvidos, após a apreensão dos materiais.

Frecatti poderá pegar pena mínima de nove anos de reclusão e máxima de 23, somando a sentença mínima por tráfico de entorpecentes (de 5 a 15 anos) e por roubo (de quatro a oito).