Crianças brincam com bichos em apresentação do ‘Cordão’





O início da tarde de sábado, 6, na Praça da Matriz, foi animado pela presença de 27 membros do Cordão Folclórico Tatuiense, o Cordão dos Bichos. Ao som de marchinhas de Carnaval, pessoas de todas as idades ignoraram o sol forte de verão e dançaram com os bichos.

Tucano, sapo, jacaré, tatu, boi, dinossauro, pato e burro alegraram o público. Uma bruxa corria de ponta a ponta na praça e levava jatos de espuma de Carnaval das crianças, que ficaram encantadas com a presença dos foliões.

A apresentação dos bichos na Praça da Matriz durou quase uma hora. Sem carro de som, o presidente do cordão, Pedro da Silva, improvisou com um veículo que ficou estacionado no centro da praça.

“Ficou difícil fazer sem recursos públicos. Grupos como o nosso precisam sempre fazer atividades para manter a tradição viva. É uma luta que a gente faz para conseguir colocar o Cordão na rua”, afirmou.

O grupo folclórico tem aproximadamente 35 fantasias e 50 homens cadastrados. A presença de mulheres é vedada por regra estatutária, explicou o presidente.

Os bonecos, grandes e pesados, são confeccionados com papel e restaurados a cada apresentação. “Temos muita preocupação com o visual das figuras”, afirmou.

O grupo trabalha com agendamento. Algumas aparições são cobradas e o dinheiro é usado no custeio do bloco. São até dez eventos por ano. Neste Carnaval, os bichos tatuianos animaram a festa em Boituva.

“A gente tem um agendamento. O Cordão dos Bichos não participa só das atividades carnavalescas, faz qualquer outro tipo de atividade festiva, como o aniversário da cidade, festivais”, detalhou.

A dona de casa Nair Monteiro Lima afirmou que conhece o Cordão desde garota. Para ela, a presença dos foliões na praça mostra que a tradição carnavalesca do grupo continua viva.

“É gostoso os ver brincando e divertindo as pessoas na praça. É uma tradição antiga daqui da cidade, e precisa ser preservada, sempre”, afirmou ela.

O grupo folclórico surgiu há 88 anos, com o nome de “Arca de Noé”. Seis funcionários de uma fábrica de tecido confeccionaram três figuras, sendo dois cavalos e um elefante. Saíram, então, pelas ruas da cidade. O sucesso foi tanto que, em pouco tempo, tornou-se tradição.

O Cordão chegou a ter 75 peças, porém, um incêndio no galpão do grupo, em 1982, destruiu parte delas. As 35 figuras que sobraram foram restauradas. Algumas delas têm mais de 80 anos.