Carga de trabalho no pronto-socorro gera pedidos de demissão





“Os médicos novos que estão chegando à cidade estão pedindo demissão do pronto-socorro porque nunca viram uma coisa como Tatuí”. A situação descrita pelo secretário municipal da Saúde, o enfermeiro Jerônimo Fernando Dias Simão, deve-se ao grande volume de trabalho efetivado pelos pediatras.

Contratados em janeiro, os profissionais especialistas em pediatria – que atendem 24 horas por dia – teriam externado descontentamento à coordenadoria do ambulatório. Segundo o secretário, eles alegaram jornada extenuante em razão da procura ocorrida em menos de um mês.

“Eles dizem que não querem continuar, o que é uma pena, porque os pediatras representam uma conquista muito grande para o município”, declarou Simão.

Conforme ele, alguns dos médicos sugeriram a redução da jornada do plantão, de 24 horas para 12 horas por semana. “Eles acham que o número de crianças que está passando pelo pronto-socorro está demais”, adicionou o secretário.

O senso comum entre os médicos é de que quase a totalidade das crianças que passam pelo ambulatório poderia ser atendida nas UBSs (unidades básicas de saúde). Em função disso, os especialistas estão encaminhando as mães ou responsáveis para que levam as crianças a consultas nos postos.

“A questão é que as mães não estão aceitando e indo para as redes sociais para reclamar do atendimento”, constatou o secretário. Por outro lado, Simão disse que muitos pais deixam de levar os filhos para as consultas agendadas.

Em janeiro, a secretaria registrou 233 faltas em consultas com médicos pediatras, entre 962 vagas ofertadas. “As pessoas estão deixando de ir para os postos e buscando o pronto-socorro, que é para uma criança que teve algum trauma, ou apresenta quadro de vômito e precisa de dosagem certa de remédios”, encerrou.