1º DP da capital vai investigar a morte do ator Carlos Ribeiro





O inquérito policial que trata da morte do ator e diretor teatral Carlos Ribeiro, falecido no dia 30 de agosto, será enviado ao 1º Distrito Policial de São Paulo. A informação foi dada pelo delegado Emanuel dos Santos Françani.

De acordo com o titular da Delegacia de Polícia de Tatuí, o laudo necroscópico realizado no corpo de Ribeiro comprovou que a morte do ator ocorrera em decorrência das agressões sofridas em São Paulo, o que força a ida do inquérito para o distrito responsável pela área.

Familiares da vítima haviam afirmado à Polícia Civil que Ribeiro teria sido espancado com golpes de taco de beisebol, nas imediações da estação de metrô da praça da República, no centro da capital paulista. A agressão teria ocorrido no dia 27 de agosto, três dias antes da morte do ator.

No inquérito, consta-se que o agressor teria atacado o ator “gratuitamente” e que o espancamento só teria cessado quando Ribeiro correu para dentro da estação do metrô. A investigação local solicitou à Companhia do Metropolitano de São Paulo as imagens das câmeras de segurança do local.

O jornal teve acesso, na manhã de quarta-feira, 14, ao laudo necroscópico emitido pelo IML (Instituto Médico Legal), de Itapetininga. O documento, assinado pelo médico-legista Edson Herkes, constata que o ator morreu de “choque traumático em decorrência dos ferimentos recebidos” e de “anemia aguda por hemorragia interna traumática por agente contundente”.

Segundo o legista, o corpo do ator apresentava hematomas na região da têmpora esquerda, laceração na região do olho esquerdo e edema no couro cabeludo. O antebraço e o cotovelo direito da vítima apresentavam escoriações, assim como o lado esquerdo do tórax, onde se encontra o baço.

A respeito do órgão, cuja hemorragia causou a morte do ator, o legista relatou que o baço tinha sete lacerações de tamanhos variados. Com as lesões, a cavidade do abdômen apresentava “volumosa hemorragia”, com aproximadamente dois litros de sangue e coágulos. O baço tem função imunológica e ajuda na filtragem do sangue.

“Havia lesões externas e internas compatíveis com a ação vulnerável de agente contundente, que provocou a ruptura da víscera parenquimatosa do baço, que produziu intensa hemorragia, que conduziu a vítima a óbito”, declarou no laudo.

Ribeiro foi encontrado morto na casa do pai dele, na avenida São Carlos, no centro, na noite do dia 30 de agosto. Ele estava caído no chão, ao lado da cama do quarto dele.

O corpo foi encontrado pelo pai do ator. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionado, mas Ribeiro já estava morto.

Policiais civis e peritos do Instituto de Criminalística estiveram no local para analisar o local. A delegada Silvia Fernanda Albieiro, que estava de plantão naquela noite, acompanhou a perícia. O sepultamento da vítima ocorreu na tarde de 31 de agosto.

Ribeiro foi coordenador do Setor de Artes Cênicas e da Cia. de Teatro do Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”. Trabalhou na instituição entre 1990 e 2015. Além de ator e diretor, era iluminador e lecionou teatro na mesma instituição.