O Museu Histórico “Paulo Setúbal”, equipamento da Secretaria Municipal de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, em parceria com o Duo Favoriti, realiza na sexta-feira, 26, às 19h, o recital de lançamento do CD “Diversi”, do Duo Favoriti, junto a alunos do curso de produção fonográfica da Fatec local.
A dupla Patrícia Nogueira e Dagma Eid começou a formar o Duo Favoriti em 2014, trabalhando com músicas do período clássico-romântico para guitarra tradicional e guitarra terza.
Em pesquisas de repertório, encontrou os livros dos compositores Mauro Giuliani, Ferdinando Carulli e Anton Diabelli e a expressão “temas favoriti”, que influenciou no nome do duo.
O Duo Favoriti é o único duo brasileiro a utilizar réplicas das guitarras modelo Rene Lacôte de 1829, o mesmo modelo usado pelo guitarrista espanhol Fernando Sor (1778-1839).
Conforme divulgado pela assessoria de comunicação da Prefeitura, “o duo interpreta nas guitarras românticas o ‘Dueto Op. 55 nº 3.’, o ‘Minueto da Sinfonia nº 39’, arranjo do violonista catalão Miguel Llobet (1878-1938) para o duo, que formou, com sua aluna Maria Luisa Anido (1907-1996), o duo Llobet-Anido”.
“Atraído pelos diversos timbres da orquestra, Llobet realiza adaptações de obras de compositores clássicos, como Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), ampliando as possibilidades expressivas do violão e transformando suas adaptações num marco histórico para o repertório de duos de violão”, segue a assessoria.
Na “Canção sem Palavras Op. 19b, nº 2 para Piano”, de Felix Mendelssohn (1809-1847), transcrita para dois violões por Edson Lopes, o duo também usa as guitarras Lacôte, “a fim de buscar a sonoridade e a expressão sugerida pelas palavras do compositor”: “A palavra é ambígua, e na música compreendemos uns aos outros com toda a clareza”.
As integrantes do duo, quando pensaram no projeto de gravar o primeiro CD, dizem ter se sentido “motivadas a homenagear compositores-violonistas importantes na formação de uma geração cuja trajetória passa em algum momento pelo Conservatório de Tatuí”
Entre estes, apontam: Edson Lopes (1957-), Geraldo Ribeiro (1939-) e Jair de Paula (1933-2012), elas também decidiram gravar, pela primeira vez, algumas de suas composições.
Edson Lopes é um dos principais violonistas brasileiros e professor no Conservatório de Tatuí desde 1974, onde também dirige a Camerata de Violões. Ele compôs cerca de 13 peças para violão solo, 4 peças para duo de violões e 1 peça para dois trombones e piano.
“Huerba” foi uma homenagem ao célebre Duo Abreu e é a única obra do compositor que faz referência à linguagem modernista, composta em 1977.
“Dois Amigos” foi composta em 1985, dedicada ao amigo violonista Roberto Colchiesqui, com quem Lopes formou um dueto e gravou os discos “Prelúdio” e “Violão e louvor”.
Geraldo Ribeiro foi o primeiro concertista erudito brasileiro e pioneiro no ensino superior de violão. Fundou a primeira cadeira de violão na Universidade de Brasília e a ocupou de 1966 a 1968, e, no Conservatório de Tatuí, atuou como professor de violão de 1983 a 2008.
Compôs cerca de 300 obras, que incluem peças solo, música de câmara com violão e outros instrumentos e concertos para violão e orquestra. Algumas dessas obras foram publicadas pela Ricordi e Di Giorgio, mas a maioria permanece em manuscrito.
“Inflexão Modinheira”, de Geraldo Ribeiro, é uma obra em estilo urbano, composta em 2008. Ela transita entre o erudito e o popular e caracteriza-se pelo lirismo romântico e detalhes que evocam a modinhas do século 18 e 19.
Jair de Paula foi o primeiro professor do Conservatório de Tatuí, exercendo as atividades de 1969 a 2011. Deixou um arquivo musical com diversos arranjos de música popular, trechos de ópera, música espanhola, a maioria para formações camerísticas e algumas obras para violão solo de caráter didático e composições baseadas, principalmente, em temas brasileiros.
“Dança Paraguaia”, composta em 2003, representa a única obra original para duo de violões do saudoso violonista.
“Sambalanço”, composta em 1969, é a sua obra mais conhecida e que ganhou uma versão inédita para duo de violões. No arquivo doado ao Conservatório de Tatuí, consta uma versão incompleta para trio de violões.
A versão gravada aqui é uma revisão de Dagma Eid, baseada no manuscrito para trio e na obra original para violão solo, que ficou famosa na interpretação da violonista Cristina Azuma.
“Tico Tico no Fubá” e “Brasileirinho” são obras populares arranjadas por Edson Lopes e Jair de Paula para dois violões.