Município deve oferecer a partir de 3º mês do ano o ‘Estação Juventude’





Aprovado no ano passado, o convênio que trará para o município o programa “Estação Juventude” deverá se concretizar a partir do terceiro mês deste ano. A previsão é da coordenadora municipal da Juventude, Carla Moura.

Em entrevista a O Progresso, ela divulgou que a Prefeitura aguarda para março o início das atividades da iniciativa ligada à Secretaria Nacional da Juventude. A intenção é disponibilizar para jovens do município acesso a redes sociais. “O Estação é para levar informação a pessoas da periferia que têm dificuldades em conseguir utilizar as redes sociais e interagir”, disse a coordenadora.

O programa consiste na oferta de uso de computadores que devem ser instalados em um “espaço no centro da cidade”. Por meio do programa, a coordenadoria municipal quer oferecer aos jovens de bairros carentes informações como o financiamento de estudos.

“Todos vão saber os direitos. Por exemplo, poucas pessoas sabem que podem pagar os estudos de faculdade com uso do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Existe essa possibilidade, mas quase não tem ninguém que possa explicar isso para o jovem”, descreveu Carla.

O “Estação Juventude” contará com presença de assistente social e “outros profissionais”. Eles serão responsáveis pelas orientações “rotineiras”. “Por enquanto não existe uma definição do local. Tudo indica que ela será montada na Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude”, antecipou a coordenadora.

A Prefeitura deverá contratar parte dos funcionários que atuarão no programa. Quatro deles deverão ser admitidos via concurso (por processo seletivo simplificado); dois serão retirados do próprio quadro de funcionalismo público.

Todos receberão treinamento em Brasília, sem custos para o município. Conforme Carla, o governo federal envia os recursos necessários para os treinamentos. “Obviamente que isso vai acontecer quando o programa estiver perto de começar”, disse.

A coordenadora informou que o programa, em média, prevê a implantação de 30 computadores. Entretanto, não há um número definido para o polo do município.

Carla explicou que o programa não deve concorrer com o Acessa São Paulo. Trata-se de programa do governo do Estado de São Paulo que mantém dois polos no município. Um terceiro será construído no Jardim Santa Rita de Cássia.

De acordo com a coordenadora, o município terá R$ 516 mil para investir no programa. O valor seria o dobro do previsto no convênio (de R$ 284 mil). “Eu consegui dobrar com apoio do senador Eduardo Suplicy (PT)”, disse a coordenadora.

O montante será enviado ao município em etapas. A primeira será repassada pela secretaria nacional; as demais, por “remessas” que serão enviadas ao município quando houver as liberações de emendas do senador.

Carla informou que o Executivo aguarda a vinda do recurso para fazer a compra dos computadores e a contratação da equipe que atuará no “Estação Juventude”. A intenção inicial é que ele funcione no horário de atendimento da secretaria. “Junto com eles vêm recursos para fazer eventos de conscientização”, acrescentou.

O programa faz parte da Política Nacional da Juventude trazida ao município em 2013. “Acho que tivemos muitas conquistas no ano passado, uma delas, o ProJovem Urbano. Ele foi a primeira política do governo federal para jovens a vir ao município”, declarou.

Carla afirmou, também, que o ProJovem Urbano, “do ponto de vista financeiro”, é a melhor política que poderia ser obtida, uma vez que é 100% financiado pela União. “O município não tem gasto nenhum”, complementou.

De acordo com a coordenadora, ele ajuda não só a elevar o grau de escolaridade da população como oferece perspectiva de vida para jovens infratores. Em função disso, destina vagas para pessoas que cumprem pena na CPMA (Central de Penas e Medidas Alternativas).

A possibilidade foi viabilizada por meio de parceria estabelecida entre o juiz de direito, Marcelo Nalesso Salmaso. Ele é membro da Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJ (Tribunal de Justiça) do Estado de São Paulo.

Segundo a coordenadora, o programa deverá ter sequência em Tatuí com o ProJovem Trabalhador. Quem concluir o primeiro poderá ser convidado a frequentar o segundo. Carla informou que a Prefeitura fez a adesão ao novo programa em 2013.

“Só que, no ano passado, houve denúncias de corrupção no Ministério do Trabalho e, por essa razão o Projovem Trabalhador está passando por reformulação”, disse.

Carla afirmou, também, que o Executivo está aguardando os reajustes por parte do ministério para que ele possa ser iniciado no município. “Assim que os problemas forem resolvidos em Brasília, ele já começa aqui”, projetou.

O ProJovem Trabalhador prepara jovens para o mercado de trabalho e para “ocupações alternativas” geradoras de renda. Como no Urbano, podem participar pessoas com idades entre 18 e 29 anos de idade que estejam desempregadas e sejam membros de famílias com renda per capta de até um salário mínimo.

A exemplo do ProJovem Urbano cada participante recebe bolsa auxílio no valor de R$ 100, e em até seis parcelas, mediante comprovação de 75% de frequência às aulas. Os cursos de qualificação serão de 350 horas/aula, sendo cem horas/aula de qualificação social e 250 horas/aula de qualificação profissional.

No ProJovem Urbano, os participantes têm oportunidade de concluir o ensino fundamental em um período de 18 meses. Ele oferece treinamento em informática e formação profissional inicial. Em Tatuí, 200 pessoas frequentam o programa, sendo, aproximadamente, 50 delas encaminhadas pela Justiça.

Conforme a coordenadora, em um ano e meio os participantes conseguem concluir o ensino fundamental, “independentemente” do ano que deixaram a escola. “Nesse meio tempo, a pessoa faz um curso de administração”, informou.

Na cidade, Carla descreveu que o programa é coordenado por Sônia Regina Menezes da Silva e tem como um dos requisitos que o participante saiba ler e escrever. Os alunos realizaram um processo de seleção e frequentam o programa na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) “Maria Eli da Silva Camargo”.