Da reportagem
Nos primeiros sete meses deste ano, Tatuí registrou recorde de mortes por causas naturais. Os dados são apontados em levantamento do Portal da Transparência do Registro Civil, administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos registrados de Pessoas Naturais).
Os números levantados pelo portal mostram que os casos de mortes por causas naturais, nos meses de janeiro a julho, tiveram aumento de 65,77% em comparação ao mesmo período do ano passado e de 77,48% em relação aos primeiros sete meses de 2019.
Conforme o relatório, de janeiro a julho de 2021, 930 mortes por diversas causas foram registradas na cidade. Já no ano passado, foram 561 declarações de óbitos nos sete meses e, em 2019, 524 – antes da pandemia.
O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país. As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos que constatam os falecimentos) que dão origem às certidões de óbitos, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.
Desde o início da pandemia, a plataforma do Registro Civil passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeita ou confirmada), e, ao longo dos meses, novos módulos sobre óbitos por doenças respiratórias e cardíacas foram adicionados ao portal, com filtros por estado e município.
As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos, e, nesta classificação, estão inclusos os óbitos por Covid-19, SRAG (síndrome respiratória aguda grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia, que é o choque séptico.
O registro dos primeiros sete meses deste ano aponta 2 mortes por SRAG, 75 por pneumonia, 42 por insuficiência respiratória, 48 por septicemia, 2 por causa indeterminada (ligada a doença respiratória, mas não conclusiva) e 355 por Covid-19.
Entre as causas cardiovasculares, o levantamento apresenta 48 mortes por AVC, 55 por infarto e 74 por questões vasculares inespecíficas e outros 229 relacionadas a outros tipos de doenças.
Nos mesmos sete meses de 2020, houve 3 registros de morte por síndrome respiratória aguda grave, 87 por pneumonia, 32 por insuficiência respiratória, 53 por septicemia e 1 por causa respiratória indeterminada.
Além disso, no mesmo período do ano passado, 43 pessoas faleceram por Covid-19, 50 por AVC, 45 por infarto e 28 por causas vasculares inespecíficas – outros 219 óbitos estão relacionados a outros tipos de doenças.
Julho
Os dados do órgão apontam um total de 101 óbitos declarados em julho de 2021, 7,44% a mais que os 94 de julho de 2020. Em comparação ao sétimo mês de 2019 (104), o número de mortes representa redução de 2,88%.
Até às 10h de terça-feira, 3, o registro apontava que, no mês de julho deste ano, seis pessoas haviam perdido a vida por pneumonia, quatro por insuficiência respiratória, quatro por septicemia, uma por causa indeterminada e uma por SRAG.
Além disso, o levantamento mostrava um total de 36 mortes por Covid-19 em julho. Contudo, a assessoria de comunicação do portal explica que, quando na declaração de óbito há menção de Covid-19, coronavírus ou novo coronavírus, considera-se como causa a Covid-19 (suspeita ou confirmada).
Entre as causas cardiovasculares, o levantamento apontava sete mortes por AVC, oito por infarto e sete por questões vasculares inespecíficas. Outros 27 óbitos estão relacionados a outros tipos de doenças.
No sétimo mês de 2020, dez pessoas perderam a vida por pneumonia, cinco por insuficiência respiratória, nove por septicemia e uma por SRAG. Não houve morte por causa indeterminada no mês.
Além disso, o levantamento mostrava um total de 17 mortes por Covid-19 em julho de 2020. Entre as causas cardiovasculares, o levantamento apontava quatro mortes por AVC, nove por infarto e seis por causas vasculares inespecíficas. Outros 33 óbitos estão relacionados a outros tipos de doenças.
A base de dados é abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos (naturais e violentos) registrados nos Cartórios de Registro Civil do país. Os números ainda podem ser alterados, uma vez que o portal tem prazo legal de até 14 dias para lançar os registros de óbitos.
A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem até cinco dias para efetuar o registro de óbito e, depois, até oito para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.