Mobilidade domina sugestões para o Plano Diretor





AC Prefeitura / Evandro Ananias

População acompanhou audiência realizada na Escola Estadual ‘Lienete Ribeiro’ e teve contato com projeto

 

A mobilidade urbana é tema que tem dominado as sugestões apresentadas pela população durante as discussões da revisão do PD (Plano Diretor). A informação é do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, que participou da quarta audiência pública promovida pelo Executivo. A reunião aconteceu na noite de quinta-feira, 5, na Escola Estadual “Lienette Avalone Ribeiro”.

Os encontros para discussão dos “novos rumos do município” tiveram início no dia 2 deste mês, passando pela vila Angélica (Escola Municipal de Ensino Fundamental “Lígia Vieira de Camargo”), CDHU (“Firmo Vieira de Camargo Del Fiol”) e Jardim Santa Rita de Cássia (“Magaly Azambuja de Toledo”), respectivamente, nos dias 3 e 4.

Durante a semana, Manu compareceu a todas as audiências. Elas se encerrariam na noite de sexta-feira, 6, no Centro Cultural Municipal. O encontro aconteceria às 19h, após o fechamento desta edição (17h). Eles têm o propósito de dar à população oportunidade de sugerir melhorias para o município.

De acordo com o prefeito, a maioria das sugestões apresentadas está relacionada com a mobilidade urbana. “No Santa Rita, esse foi um assunto muito priorizado”, declarou Manu. O bairro é um dos que está recebendo mais investimentos do Executivo para melhoria do fluxo da rua Teófilo Andrade Gama.

A Prefeitura está finalizando ciclovias no trecho entre o Rosa Garcia e o Santa Rita, e em vias de abrir novas ruas. Uma delas vai ligar a Teófilo Andrade Gama ao Parque San Raphael.

Também haverá a abertura de uma nova via para acesso à rua Osmil Martins. “Ela vai permitir mais segurança para quem usa a malha para ter acesso ao Santa Rita, ou sair do bairro”, disse o prefeito.

Manu compôs a mesa de autoridades ao lado da secretária municipal da Fazenda, Finanças e Planejamento, Lilian Maria Grando de Camargo.

A responsável pela pasta que vai atualizar o Plano Diretor abriu os trabalhos afirmando que a cidade tem de aproveitar a “onda de desenvolvimento”.

No discurso de abertura, Lilian sustentou que Tatuí está “sendo direcionada para um desenvolvimento ocasionado pela expansão da Região Metropolitana de Sorocaba”, aprovada no mês passado pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin.

A secretária apontou que o “desenvolvimento está vindo pela rodovia Castello Branco”. “Podem ver que a cidade de São Paulo já está saturada. Muitas empresas vêm nos procurar para se instalar. Então, temos de preparar a cidade para receber esses investimentos”, afirmou.

Lilian disse, também, que o Plano Diretor é uma lei que definirá as estratégias e diretrizes que o Executivo pode adotar nos próximos anos. Conforme ela, as ações previstas no PD vão propiciar o “desenvolvimento”.

A Prefeitura começou os estudos para a revisão do plano em janeiro deste ano. Em fevereiro, passou a discuti-lo com a Terra Urbanismo, empresa que desenvolve projetos ligados a urbanismo, contratada por meio de “compra direta”.

O PD de Tatuí data de 2006 (lei municipal 3.885) e, segundo a secretária, precisava ser revisado. “De lá para cá, nós vimos que a cidade começou a tomar outro rumo. Então, por isso, resolvemos fazer uns ajustes na lei”, argumentou.

Lilian disse que a Prefeitura quer aproveitar o crescimento do município para “melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da população”.

A secretária citou que Tatuí cresceu bastante desde 2006 e que, atualmente, existe “uma demanda social muito grande” e que recai sobre a administração.

De modo a reduzir essas demandas e evitar que problemas futuros possam surgir, o Executivo está revisando o plano, propondo participação da população.

“Temos de preparar a cidade para receber novos investimentos e propiciar à administração a expansão das políticas públicas já iniciadas pelo Manu”, falou.

Para facilitar a participação popular, a Prefeitura criou folhetos que são distribuídos durante as audiências. Os munícipes também têm acesso a canetas, mesas e cadeiras para que possam fazer perguntas e sugestões no próprio material.

O encarte contém explicações sobre o Plano Diretor, por que ele está sendo revisado e por que acontecem as reuniões públicas. Também contém a programação dos encontros e, no verso, um espaço para que questões ou ideias sejam analisadas pelo Executivo.

Alma para o sucesso

Segundo a discursar, o prefeito Manu disse que as audiências públicas são “muito importantes”, pois abrem discussão que apresenta ao público o que está “se pretendendo fazer” em termos de planejamento no município. “Ele é a alma para o sucesso da cidade, porque projeta ações futuras”, argumentou.

Segundo Manu, o Plano Diretor possibilita que a cidade “seja pensada” de modo a evitar o crescimento desordenado. O prefeito afirmou que a projeção elimina consequências negativas de uma expansão sem planejamento.

Como exemplo, disse que a cidade tem bairros segmentados (em regiões de difícil acesso) com problemas viários – caso do Residencial Astória.

“Temos que despertar para o crescimento ordenado, respeitando a área industrial, a área de desenvolvimento social. Tudo tem de ser muito bem pensado”, declarou.

Defendendo a premissa de que o município tem de estar preparado, o prefeito classificou como primordial a revisão do plano. Também defendeu a “aproximação da cidade com a rodovia Presidente Castello Branco (SP-280)”.

“Temos uma das maiores e mais importantes rodovias do país passando aqui, a seis quilômetros da nossa cidade, e pouco se pensou nisso em muitos anos que se passaram. Essa foi uma preocupação nossa desde o começo”, afirmou.

Seguindo a linha de raciocínio da secretária de Finanças, o prefeito sustentou que o momento de expansão do município por conta da rodovia é propício.

De acordo com Manu, a cidade deve aproveitar a criação da Região Metropolitana de Sorocaba de modo a promover o desenvolvimento de Tatuí.

O prefeito disse, ainda, que a cidade está “no mesmo período de tempo” – no sentido de deslocamento para a capital – que municípios do eixo Sorocaba-Campinas.

Afirmou, também, que o desenvolvimento econômico da região é “muito forte”. “Haja vista o número de empresas que vêm bater na porta de Tatuí, porque as áreas que temos aqui ainda fecham a conta para o empresário fazer empreendimento. Áreas nessas regiões já estão extremamente caras”, declarou.

Modelo dinâmico

O modelo de participação popular criado pela Prefeitura é considerado dinâmico e ideal pelo prefeito. Manu afirmou, em entrevista, que ele incentiva o munícipe não só a acompanhar as audiências, mas a interagir durante elas.

“Quando a participação é atingida dessa maneira, ela é melhor aproveitada”, disse. Manu destacou que os participantes recebem explicação (da secretária e do representante da empresa de consultoria contratada) do que é o Plano Diretor e, a partir disso, têm entendimento do que podem sugerir.

“Às vezes, a pessoa está numa região que quer mudança. No entanto, se essa mudança não estiver contemplada no PD, não vai chegar lá, nunca. Então, essa participação popular é fundamental e acho que é muito válida”, considerou.