Matar Amazônia é matar a Terra

José Renato Nalini *

Quem disse isso foi o americano Bill Nelson, diretor da Nasa. Antes disso, foi deputado pela Flórida, senador democrata, serviu na Guerra do Vietnã, viajou ao espaço em 1986 e desde 2021, é o administrador da Nasa.

Ele esteve no Brasil para tratativas que envolvem o uso de mais satélites e o compartilhamento de informações produzidas pela agência espacial americana. Sustenta a necessidade de criação de nova matriz econômica nas regiões em que hoje campeia a criminalidade, com a exploração ilícita de recursos naturais.

Textualmente, afirmou: “Se destruirmos essa diversidade biológica e ecológica única, de animais e plantas, destruímos o planeta Terra. Preservá-la é nosso principal objetivo. E como? Usando o melhor da ciência que temos”.

A Nasa sabe, com precisão, onde estão os incêndios florestais e onde acontece o desmatamento. Os aparelhos da Nasa são de tamanha precisão, que podem mostrar o que acontece com o solo de uma fazenda, detectar umidade e doenças em plantações, para que se possa investir com inteligência e poupar a cobertura vegetal nativa.

É preciso educar a população amazônica para que encontre fórmulas de sobrevivência que não eliminem as árvores. A ciência tem condições de provar que o extermínio da natureza é o extermínio da humanidade.

A cada 90 minutos, satélites da Nasa dão a volta ao globo terrestre. Por isso podem prestar serviço essencial na definição de padrões climáticos, apurar a temperatura da superfície da Terra, acompanhar as correntes oceânicas, mostrar como anda a emissão do dióxido de carbono, de gás metano, etc. a partir disso, provocar a vontade política do governo tupiniquim, para que deixe o discurso e o palanque e aja de fato na tutela da maior reserva tropical de vegetação nativa do planeta.

A cidadania consciente pode ajudar. Cobrar do Parlamento, do Executivo e até do Judiciário, cumpram rigorosamente o artigo 225 da Constituição, que impõe a todos nós o dever de cuidar da natureza, assegurando vida saudável para as futuras gerações.

Com nossa omissão, poderemos estar contribuindo para mais rápido encerramento da aventura humana sobre este sofrido e tão maltratado planeta Terra.

* Reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-geral da Academia Paulista de Letras.