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Máximo M. Lourenço, que assumiu cargo de secretário da Saúde com o desafio de melhorar o atendimento público
O novo gestor da Secretaria Municipal da Saúde, Máximo Machado Lourenço, assumiu o cargo deixado por Fábio Villa Nova no dia 10 deste mês. Ele falou a O Progresso sobre os planos e projetos para a gestão dele.
De acordo com Lourenço, ele dará continuidade ao serviço que vinha sendo realizado na Saúde, particularmente quanto a planejamento e estratégias de trabalho.
“Nós estamos com um trabalho previsto, com várias reformas e ampliações nas unidades, para melhorar o atendimento, pois nosso foco é o atendimento, melhorar a cobertura da atenção básica para atender um maior número de população”, ressaltou.
Conforme ele, tatuianos dependem do SUS (Sistema Único de Saúde) e, por isso, é essencial melhorar a atenção primária e criar novas ferramentas de trabalho.
Lourenço pontuou reformas e ampliações que estão previstas para serem inauguradas ou iniciadas ainda neste ano.
A ampliação da UBS (unidade básica de saúde) da vila Angélica está em andamento, uma academia de saúde no bairro Santa Rita, em construção, prevista para terminar no segundo semestre, e outra no CDHU, em processo de abertura de licitação.
As academias terão equipamentos disponíveis para pessoas que precisam praticar atividades físicas por motivo de saúde. De acordo com Lourenço, profissionais da área de saúde e professores de educação física farão acompanhamento das pessoas na academia.
Segundo o secretário, a conclusão da construção da UBS Jardins de Tatuí está programada para setembro ou outubro. A unidade, provavelmente, quando começar a funcionar, passará a ser UBSF (unidade básica de saúda da família), pois uma equipe de PSF (Programa Saúde da Família) irá atender no local.
De acordo com Lourenço, as unidades da vila Angélica e CDHU também receberão equipes de PSF, no final de março. No segundo semestre, ele disse que o Executivo retomará a construção e também implantará o PSF no Jardim Tóquio.
“Nós estamos aumentando o Saúde da Família no município, porque acreditamos que tem dado muito resultado para a população, está dando uma cobertura melhor na atenção básica”.
Para maio, também está prevista a finalização da reforma das UBS do Rosa Garcia e São Cristóvão – mas elas não receberão equipes de PSF.
“O Rosa Garcia ficou um tempo atendendo período da manhã, e, agora, está atendendo integral, também. Para a unidade de São Cristóvão, vamos entregar uma reforma totalmente nova e equipada. Mas, as duas estão funcionando”, disse Lourenço.
Outra meta prevista para a gestão é a implantação de um ambulatório de hemodiálise, apesar de já haver equipamentos funcionando na Santa Casa de Misericórdia.
Segundo o secretário, a clínica já está em processo avançado, com o projeto aprovado pela Vigilância Sanitária. A Prefeitura está em fase de aquisição de terreno para iniciar a construção.
“Eu acredito que isso já é uma realidade, o prefeito quer começar a construção agora, no primeiro semestre. Será importante para atender pacientes do SUS aqui na cidade, sem precisarem ir para a região buscar tratamento”, afirmou Lourenço.
Segundo ele, há intenção de instalar uma UTI neonatal. “Nós estamos tentando, fazendo gestões para ver se conseguimos trazer para o município, porque isso é um programa do governo Manu (José Manoel Correa Coelho), e vamos tentar buscar”.
Mas, de acordo com o secretário, ainda não há nada acertado, dado o fato de que existem outros municípios também reivindicando o mesmo serviço.
Ele afirmou que, apesar de o índice de mortalidade infantil estar na média do Brasil, a intenção é melhorar e não manter.
Lourenço afirmou que planeja trabalhar junto com o Conselho Municipal de Saúde, a partir de estratégias e metas, “pois é um órgão importante para Tatuí”.
Médicos e PS
Lourenço disse que foi pedido o “Programa Mais Médico”, mas, devido às condições sociais da cidade, o Ministério da Saúde deu parecer desfavorável, pois o programa é enviado a municípios que estão com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo que Tatuí.
“Mas, nós fomos contemplados por outro programa, o Provab (Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica), em que o governo federal paga o médico que já está aqui”.
“No CDHU, vai iniciar, segunda-feira, 24, uma médica que foi encaminhada pelo Provab”, afirmou Lourenço.
Ele afirmou que a quantidade de médicos existentes no município não é o único problema. Seria necessário, também, aperfeiçoar o atendimento no PS.
“O nosso maior problema é a questão do pronto-socorro, do pronto atendimento no PS, porque os funcionários estavam com dificuldade para fechar escalas, e chegamos à conclusão de que o problema vinha dos valores que estavam sendo pagos para os médicos”, ressaltou Lourenço.
Conforme o secretário, o montante que estava sendo pago aos médicos era inferior ao mercado de trabalho. Portanto, esses profissionais estavam migrando para outras cidades.
Isso teria causado grande transtorno à Saúde, além de que, segundo Lourenço, “algumas pessoas vão de forma errada procurar o PS, com coisas que poderiam ser resolvidas em unidades básicas”.
De acordo com ele, a partir de agora, que a Santa Casa vai fazer a gestão dos plantões do PS, por meio de convênio com a Prefeitura, a falta de médicos deverá ser sanada.
A intenção será manter quatro médicos por plantão, um emergencista e três para pronto atendimento no PS. Lourenço informou que, atualmente, procura-se manter essa escala de número de médicos, mas não é sempre que acontece.
Objetivos
Lourenço afirmou que quer fortalecer a atenção básica e a atenção secundária de saúde, uma vez que, depois de consolidar as UBSs nos bairros, ele acredita que irá diminuir a demanda no pronto atendimento do PS.
“O objetivo, a curto prazo, é realmente o PS, trabalhar com estes quatro médicos de plantão. A médio prazo, é otimizar o atendimento médico das UBSs”, ressaltou.
Conforme o secretário, não haverá mudança no quadro de funcionários das UBSs, o que ele pretende é melhorar o atendimento.
Para conseguir essa otimização, adiantou que incentivará os funcionários a trabalharem e que vai fiscalizar, “para trazer benefícios à população”.
Lourenço acredita o estímulo dará certo porque, segundo ele, o sistema de saúde está bem aparelhado e com muitos profissionais.
Questionado sobre prévia do resultado de enquete do jornal O Progresso, que, na quarta-feira, 19 (data da entrevista), apontava que a população considerava a saúde do município insatisfatória, Lourenço afirmou ter conhecimento de que as pessoas estão insatisfeitas e que o desafio é reverter a situação.
“A meta é melhorar o serviço, porque, se as pessoas estão reclamando, elas têm razão, são as usuárias”, disse.
O secretário sustentou que, também, é preciso ter cautela e avaliar as reclamações, para saber qual realmente é o problema e se as pessoas que falam da Saúde são as mesmas que utilizam o PS e as UBS. Mas, “o objetivo é acalmar a população”.
Ele acentuou que vai focar nas pessoas carentes. “Não tem como fugir, porque eles não têm acesso à saúde complementar. Então, temos que orientar e educar também”.
Segundo Lourenço, ele pretende fazer um trabalho preventivo para “educar” os moradores. A intenção do secretário é, também, concentrar-se em ações e programas para “abrir os olhos da população” no ato de preservar e conservar a saúde.
Perspectivas
Lourenço tem experiência de 22 anos na área de serviço público e, de acordo com ele, este fator “pesou” na decisão em aceitar o convite do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, para assumir o cargo.
“A experiência tem que ajudar, senão jamais assumiria, porque eu sei que temos problemas. Mas, quando o prefeito me convidou, aceitei pelo meu tempo de serviço na Saúde e porque acredito nos profissionais que há aqui em Tatuí, acredito nos equipamentos, na estrutura e no prefeito, que está com ótimo conhecimento na Saúde e vai me dar apoio”, ressaltou.
Ele afirmou que pretende manter bom relacionamento com a população e com a Câmara Municipal, para receber sugestões e ideias e, assim, melhorar o atendimento na saúde pública.
Segundo Lourenço, assumir o cargo foi um grande desafio, mas ele acredita que vai, junto com o prefeito e equipe da Saúde, “acertar a situação”.
“Como o Fábio (Villa Nova) disse, ele plantou algumas sementes, assim como José Luiz Barusso também plantou. Eu estou aqui para regar e fazer com que dê frutos, pois quero continuar e melhorar”.
“Gostaria de deixar bem claro que eu sou um profissional que estou há 22 anos na área da Saúde, nasci na saúde pública, venho de família que já trabalha na saúde pública há muito tempo. E, desde criança, eu acompanhava”.
“Então, tenho uma origem, uma história e, por isso, voltei os meus objetivos nesta área, que eu amo, e vou continuar até onde eu puder”, finalizou Lourenço.
