Mães de crianças e adultos com TEA realizam manifestação na Câmara de Tatuí

Pedidos englobam cuidadores em escolas e fornecimento de medicamentos

Mães de pessoas com TEA levam cartazes para a manifestação (Foto: AI Câmara)
Da reportagem

Em sessão na Câmara Municipal de Tatuí, segunda-feira, 7, um grupo de mães de crianças e adultos com TEA (transtorno do espectro autista) e outras deficiências do município compareceu ao local em manifestação, com pedidos nas áreas de saúde e educação. As mães também já haviam se manifestado no sábado anterior, 5, na Praça da Matriz.

Os pedidos incluem: cuidadores em escolas, fornecimento de medicamentos, oferta de terapias na rede do CIR (Centro Municipal Integrado de Reabilitação), contratação de psiquiatras, ampliação do número de crianças atendidas no CMEAA (Centro Municipal de Educação e Atendimento ao Autista) e aulas de natação.

Na tribuna, o vereador Kelvin Joelmir de Morais (PT) expressou apoio às manifestantes: “Eu gostaria de me solidarizar com a luta de vocês e colocar o mandato e o gabinete à disposição, porque entendo o mandato como uma ferramenta de defesa das reivindicações populares e de apoio para que haja a efetivação dos direitos sociais”.

Posteriormente, Rosana Nochele Pontes Pereira (PSD) também manifestou apoio, afirmando: “Vocês podem contar com meu apoio e com meu gabinete. Estamos juntos nesta Casa de Leis para batalhar por cada uma de vocês”.

Os parlamentares Alexandre de Jesus Bossolan (PL), José Eduardo Morais Perbelini (Republicanos), Alex Leite Mota (União), Vade Manoel Ferreira (Republicanos), Leandro de Camargo Barros (MDB) e Cíntia Yamamoto Soares (PP) também expressaram apoio às mães, colocando seus mandatos à disposição da causa.

Paulo Sérgio de Almeida Martins (PSD) também se posicionou favoravelmente e prestou esclarecimentos sobre a situação. Segundo ele, o processo seletivo para a contratação de cuidadores está na fase final.

“A grande dificuldade foram as diretrizes, que não vieram do governo. A Secretaria da Educação teve que buscar informações em diversas fontes e está trabalhando com base em um parecer do governo federal sobre o profissional de apoio”, explicou.

“Hoje, temos cuidadores na rede. Sabemos da grande demanda, e esse problema não é recente, já vem de muito tempo. Mas, os profissionais também precisam ser capacitados. Não se pode contratar qualquer pessoa e colocá-la ali; há uma diretriz de capacitação de 80 horas, e os profissionais precisam estar preparados para atender às crianças”, relatou.

“Ensinar é função do professor, mas cuidar deve ser tarefa do profissional de apoio. Em breve, aproximadamente cem profissionais serão contratados”, comunicou.

“Acredito que será um grande reforço para as mães atípicas. Sabemos das grandes dificuldades, mas o prefeito (Miguel Lopes Cardoso Júnior) e a secretária (Rosângela Aparecida Domingues Fernandes da Silva) têm se dedicado muito para resolver essa questão”, finalizou.

Na sequência, João Éder Alves Miguel (União) comentou sobre a capacitação dos cuidadores e a comprovação da formação acadêmica dos responsáveis pelas terapias de crianças com TEA.

Segundo ele, há a percepção, por parte das mães, de que podem existir profissionais na rede sem a formação adequada para o acompanhamento. “Isso não é culpa do profissional, e sim do poder público, que precisa identificar e qualificar esses profissionais”, sustentou.

O vereador também questionou a possibilidade de se oferecer formação necessária a todos os profissionais da área. E finalizando mencionando um pedido formal de criação de um projeto de aulas de natação para crianças com TEA. A resposta do Executivo foi de que “seria realizado um estudo minucioso” sobre a viabilidade da proposta.

Respondendo ao questionamento de Alves Miguel, Renan Cortez (MDB) informou que o estudo diz respeito à disponibilidade de espaço físico e de mão de obra qualificada, tratando-se de “uma questão esportiva e fitoterápica”.

“Essas são as recomendações que estão sendo avaliadas com muito cuidado, pois se trata de uma iniciativa valiosa para as crianças atípicas”, sustentou.

Ainda segundo Cortez, a elaboração do processo seletivo para os cuidadores tem sido cobrada pelos parlamentares há alguns anos. “Chegamos não ao ideal, mas, diante do momento político, não foi possível realizar um processo seletivo completo. Então utilizamos a mão de obra existente (monitores cuidadores)”, apontou.

“Não está sendo eficaz, não pela qualidade da mão de obra dos monitores — que é excelente —, mas sim pelo volume e pela capacitação necessária para atender a toda a demanda”, complementou.

“Estou muito feliz, não com a morosidade do processo, mas com a dedicação que nos permitiu alcançar o sonho de realizar esse processo seletivo com pessoas qualificadas, maduras, com uma visão paterna e materna, capazes de trabalhar com segurança, afeto e muito carinho com as crianças atípicas da rede municipal de ensino”, concluiu.

Encerrando as falas na tribuna, Luiz Ricardo Trevisano (Solidariedade) também reiterou apoio às mães atípicas e abordou a questão dos valores pagos em precatórios pelo Executivo.

“Abordo esse requerimento porque tenho tratado desse assunto em várias sessões. Até o momento, foram pagos R$ 40 milhões em dívidas (de outros mandatos), entre 2021 e 2024, o que impacta diretamente na realidade que vivemos hoje no município”, argumentou.

De acordo com ele, as dívidas pagas impactam “na falta de medicamentos e de tudo que a população necessita”. “Eu não preciso vir aqui apenas para falar disso, tenho que apresentar soluções, mas também é preciso deixar claro por que tudo isso está acontecendo”, declarou.

Ainda segundo o parlamentar, “é necessário buscar apoio de deputados para obtenção de verbas que ajudem a solucionar o problema”.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui