A onda de calor que “castiga” também a cidade tem apresentado reflexos que vão além do desconforto. As altas temperaturas geraram uma “corrida” dos consumidores às lojas em busca de condicionadores de ar.
Por conta da procura, unidades locais de grandes redes varejistas suspenderam a venda dos aparelhos e de equipamentos como ventiladores e circuladores de ar.
Quatro estabelecimentos comerciais do município – que integram redes varejistas – não disponibilizam os produtos nem mesmo por encomenda. A informação dos vendedores é de que as redes proibiram a comercialização em praticamente todo o país.
O motivo é que as fabricantes não dão garantias se poderão remeter os produtos para as lojas dentro do prazo estipulado pelo Procon – Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor. A entrega das encomendas processadas em Tatuí é realizada, normalmente, entre dois e três dias úteis.
De acordo com os vendedores, as fábricas não estão “dando conta” dos pedidos. Como em todo o país as temperaturas permanecem altas, a procura existe em praticamente todos os Estados. As redes que possuem unidades espalhadas pelo país têm de dividir o número de aparelhos que recebem.
Por esse motivo, condicionadores de ar, circuladores e ventiladores entram no sistema como lote único e são enviados às unidades.
Entram nesse “bolo” as lojas virtuais. As unidades físicas só ficam autorizadas a vender produtos após liberação no sistema de informática, que unifica o estoque.
Esse mesmo sistema aponta falta dos aparelhos que ajudam no “enfrentamento” do calor para vendas em Tatuí. Em algumas lojas, no caso dos condicionadores de ar, há somente uma das peças em estoque. Como faltam condensadores (no caso de aparelhos do modelo “split”), não é possível vendê-los.
Conforme os vendedores, a situação obrigou as lojas a proibir as vendas, de modo a não aceitar nem mesmo encomendas. Em duas das unidades consultadas pela reportagem, não havia previsão de liberação da venda.
A restrição para o município consta, também, nas lojas virtuais das redes. Duas delas exibiam, até a tarde de sexta-feira, 7, a informação de que “temporariamente, o produto não poderia ser entregue no CEP (Código de Endereçamento Postal) informado”.
O processo de compra virtual, no entanto, pode se concretizar dependendo do aparelho. Algumas lojas físicas não disponibilizam determinadas marcas que são vendidas nos sites das mesmas empresas. O resultado é que a venda não é concretizada, já que os aparelhos saem de estoque da base da unidade física.
Duas das lojas varejistas do município informaram previsão de reposição do estoque para ventiladores e condicionadores de ar para o início desta semana.
Com relação aos circuladores, pelo menos uma rede possuía peças em condições de venda a pronta entrega, ou por encomenda (a depender do modelo).
A escassez de peças é justificada pelas altas temperaturas que estão sendo registradas na região e no município.
Neste mês, a “Estação Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar” de Tatuí registrou “pico” de temperatura na tarde de quinta-feira, 6. Às 16h daquele dia, os parâmetros meteorológicos apontaram 37,7ºC, com a umidade relativa do ar em 26%.
O percentual registrado na data ficou muito abaixo do preconizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A entidade considera como ideal a umidade relativa do ar acima de 60%. Os dados de Tatuí são monitorados pela Cetesb (Companhia de Saneamento de Tecnologia do Estado de São Paulo).