Raul Vallerine
A Independência do Brasil é construída a cada dia com o nosso compromisso por uma educação melhor e mais igualdade social!
A Independência do Brasil, indiscutivelmente, o fruto de um movimento nativista, cujo exemplo mais alto e cruel, se encontra na Inconfidência Mineira, que culminou com a morte de Tiradentes e passou à história como o “Mártir da Independência”.
Na noite cheia de sombras, a senha corre os conspiradores: “Amanhã é o batizado”. A História da Independência do Brasil poderia ter começado assim. Estamos em Vila Rica, Minas Gerais, em 1789.
O governado, finalmente, assinara o Decreto ordenando a derrama. Rigorosa cobrança dos pesados impostos atrasados que a toda gente assustava. Havia medo e revolta em Minas Gerais.
Os planos foram traçados: na ocasião da derrama, Tiradentes, depois de prender o governador despertaria Vila Rica aos gritos de Liberdade. Sopravam vozes na escuridão: “Amanhã é o Batizado”. E Vila Rica dormiu, sonhando com a Independência do Brasil.
Seu sonho era que se proclamasse a República, mas o nome do novo país não ficou decidido, porque a maioria dos conjurados queria antes saber até que ponto o Brasil estava disposto a livrar-se do domínio português.
Tiradentes propõe que a Bandeira da Nova República seja um triângulo, simbolizando a “Santíssima Trindade”, riscado em vermelho sobre um fundo branco. Alvarenga Peixoto sugere a inscrição tomada ao Poeta Virgílio: Libertas quae sera tambem – “Liberdade ainda que tardia”.
O Governador suspende a derrama em Barbacena e os inconfidentes são presos. A infidelidade a Portugal é paga com a condenação de Tiradentes a morrer na forca, cuja sentença foi executada no dia 21 de abril de 1792.
O ideal de liberdade, que já empolgava a todos, tomou impulso irresistível com a vida da Família Real para o Brasil.Com a presença da corte e a implantação de desenvolvimento industrial, alargavam-se as vias de circulação econômica e social, fortalecia-se o poder Real e provia-se unidade ao governo.
Em 24 de agosto de 1820, uma Revolução Liberal eclodiu na cidade do Porto, em Portugal, onde os revolucionários pretendiam impor ao Rei uma Constituição e, ao mesmo tempo, obrigar D. João VI a regressar, tendo em vista que a ameaça napoleônica fora afastada a tempo.
Instalou-se em Lisboa uma Assembléia Constituinte, a qual exigiu a volta imediata do soberano. Este obrigado a ceder embarcou para a Europa, em 26 de abril de 1821. O Príncipe D. Pedro permaneceu no rio de Janeiro, na qualidade de Regente do Reino do Brasil.
Prenunciava-se o fim de uma longa jornada em busca da liberdade ao anunciar-se o ano de 1822, sob o clima fortemente nacional causado pelas últimas tentativas de recolonização do país.
A 09 de janeiro, com a opção do regente pelo Brasil e o decidido apoio da população, define-se o rumo da História, constituindo-se o primeiro governo brasileiro.
Com a Independência em curso, torna-se necessário o “CUMPRA-SE” do Príncipe para obediência às ordens vinda de Portugal. D. Pedro é aclamado “Defensor Perpétuo do Brasil”.
Proíbe-se que as forças portuguesas desembarquem em território nacional. Convoca-se uma Assembléia Nacional Constituinte e realiza-se a organização do Conselho de Procuradores Gerais das Províncias do Brasil. Notificam-se as potências européias das mudanças em curso e o governo brasileiro nomeia representantes em Londres, Paris e Berlim.
As Províncias são aclamadas à união em torno do ideal maior da Pátria. A 02 de setembro, reúne-se o Conselho de Estado ante intoleráveis exigências das Cortes portuguesas.
Finalmente, a 07 de setembro de 1822, às margens do riacho do Ipiranga, D. Pedro, após receber de José Bonifácio a seguinte mensagem: “A sorte está lançada, e de Portugal não temos que esperar senão escravidão e horror”. A sua resposta: “Laços fora, Soldado! Viva a Independência, a liberdade e a separação do Brasil! Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil! A nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte! Assim fez-se a História…”.
A independência do Brasil só foi reconhecida pelos portugueses em 1825, por meio de um acordo realizado entre Brasil e Portugal e mediado pela Inglaterra. Esse reconhecimento custou ao nosso país, uma indenização de dois milhões de libras.