Inveja de Deus

Aqui, Ali, Acolá

José Ortiz de Camargo Neto * 

Conceito do dia: “Freud já havia dito sobre o magno problema de inveja nas patologias graves, e Melanie Klein trabalhou toda a sua vida sobre tal base – no entanto, nenhum deles abordou o seu aspecto mais importante, que é a inveja de Deus, através da qual o ser humano tenta acreditar que a realidade é ruim, só porque tem raiva de toda a maravilha que existe”.

Caros amigos:

Invejar é não querer ver (invidere). É aquele mal-estar, desconforto ou fúria (nos casos mais graves) que a pessoa sente diante da beleza, sabedoria, produtividade, inteligência ou qualquer outra qualidade que vê em outra pessoa.

Foi devido à terrível inveja que foi atacado e morto o ser mais incrível que apareceu neste planeta: Jesus Cristo – que, aliás, teologicamente considerando, era deus e homem ao mesmo tempo.

O indivíduo muito invejoso sofre com o bem do outro, e tenta destruí-lo (o bem), achando que assim se acalmará. De modo que começa a falar mal do outro, ataca sua reputação, para tentar apagar aquele brilho que nota no semelhante. Esta inveja inconscientizada é que nos leva à depressão, ao desânimo, ao mau humor, à reclamação constante, mas, percebida, perde sua periculosidade, a pessoa consegue se alegrar e progredir.

A frase acima, do livro “A Glorificação”, de Norberto Keppe, mostra que a maior inveja que o ser humano sente é diante de Deus, o ser Bom, Belo e Verdadeiro por excelência. De modo que sem perceber bem, procura destruir sua obra: seja o planeta em que vive, seja o próximo, seja a si mesmo, através das doenças, vícios e até do suicídio.

Por causa da inveja de Deus, “o ser humano tenta acreditar que a realidade é ruim, só porque tem raiva de toda a maravilha que existe”.

Esta frase é muito significativa. Tentamos provar que a vida é ruim, e não maravilhosa; buscamos reclamar de tudo, ao invés de agradecer dia e noite a formidável ventura de estarmos vivos, com a possibilidade de continuarmos assim para sempre.

Isso mostra que a coisa mais importante que temos de fazer é perceber a própria inveja, que aparece em nossas atitudes destrutivas, quando atacamos relacionamentos, amigos, familiares, pessoas boas, ou quando atacamos a nós mesmos, seja nosso corpo, seja nossa mente.

Esta consciência é fundamental para conseguirmos alcançar, na medida do possível, a felicidade e a realização.

Até breve.