Interesse por viagens em grupo aumentam e visam flexibilidade





Inglaterra, França e Holanda são países que já receberam grupos de tatuianos enviados por escolas de idiomas. Outros dois (Canadá e Nova Zelândia) devem ser incluídos nas listas de viagens coletivas preparadas pelas unidades para atender a uma necessidade crescente.

A empresária e professora de idiomas Luciana Orsi está entre os guias que acompanham os viajantes locais em experiências do tipo excursão. Ela já organizou diversas viagens para o exterior e programa uma próxima para este ano.

Luciana explicou que o roteiro é definido com os interessados, mas costuma ser mais flexível para atender às necessidades comuns de todos os participantes. Esse tipo de experiência pode, ou não, ser aberta para quem não frequenta cursos de idioma. A possibilidade depende da política de cada instituição.

“Esse é outro público que está crescendo. São pessoas que gostam de viajar, mas, às vezes, não têm companhia. Ou, então, não dominam a língua”, disse.

Na avaliação da professora, quem busca esse tipo de experiência quer fugir das obrigações impostas pelas excursões tradicionais (como roteiro fixo e horários pré-determinados).

Outra vantagem citada pela empresária é a de que as pessoas podem discutir, durante os passeios, quais locais querem ou não visitar.

A professora teve primeira experiência em 2011. Desde então, já levou seis grupos – de 15 pessoas em média – para conhecer novas culturas. “Existe a liberdade de reprogramar as viagens. Há o planejamento, mas mais flexível”, informou.

Luciana disse que a experiência fez tanto sucesso que, neste ano, um novo grupo partirá para a Nova Zelândia. A viagem está marcada para abril, tendo como guia Nathan Perks. “Ele nasceu lá, morou lá até os 24 anos e viajou muito pelo país”, contou. Perks é marido da empresária e, quando jovem, jogava basquete.

Em função da atividade, precisava viajar pelo interior do país para disputar competições. Além de acompanhar os tatuianos, Perks vai atuar como guia por falar português.

Considerado novidade, esse tipo de serviço ganhou a preferência dos tatuianos por conta do preço. É o que explicou Luciana Coelho Mota, a Lu Russa, professora de idiomas e também empresária. De acordo com ela, as viagens em grupo têm se popularizado em função das opções de planejamento.

“Viajar é algo acessível. Antigamente, era luxo. Na verdade, o voo já era um luxo. Eu me lembro de que viajava pela Varig (primeira companhia aérea do Brasil) e eles te ofereciam champanhe em qualquer classe. Agora, viajar de avião pode ser até mais barato que ônibus, dependendo do trecho”, comentou.

O aumento do crédito e a possibilidade de parcelamento também mudaram o panorama. Com essas “ferramentas”, Lu Russa disse que os brasileiros, de modo geral, estão viajando mais. E isso se reflete no comportamento dos tatuianos.

“Quem trabalha pode se programar. A pessoa pode tirar uma parte do salário e juntar dinheiro pra viajar. Aliás, todo mundo, algum dia, deveria viajar”, encerrou.