O quarto mês do ano registrou abertura de 28 novos postos de trabalho no município. Os setores de indústria de transformação e comércio foram responsáveis pelo resultado positivo.
Os dados constam no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado na sexta-feira, 24 de maio, pela Secretaria Especial de Previdência do Ministério da Economia. O resultado é decorrente de 650 novas admissões e 622 desligamentos
De acordo com Antonio Carlos de Moraes, mediador de negociações coletivas da agência regional do Ministério do Trabalho – que estava em exercício até o mês de abril -, o resultado “representa um pequeno avanço”. Contudo, para ele, os números ainda precisam aumentar para representar mais equilíbrio no mercado de trabalho.
“Vemos com alegria todos os saldos positivos, mas ainda é pouco. Acredito que é necessário haver uma atividade econômica maior a nível nacional para que haja melhora definitiva. Enquanto houver instabilidade financeira no país, este será o reflexo para os municípios”, argumentou o mediador.
A indústria de transformação contabilizou 28 novas contratações, resultado de 183 admissões para 155 desligamentos. O saldo foi positivo em seis dos 12 subsetores da atividade econômica, o que representa variação absoluta de 0,33%.
O melhor desempenho foi registrado pela indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria, responsável pelo saldo positivo de 16 vagas, com 25 pessoas contratadas e nove desligamentos no mês.
O setor de comércio obteve o segundo melhor resultado, gerando 18 vagas de emprego formal, vindos de 208 contratações para 190 demissões. Somente o comércio varejista foi responsável por 21 novas contratações, vindas de 201 admissões para 180 demissões.
Já o setor atacadista teve saldo negativo, com redução de três vagas no mês, sendo sete contrações para dez demissões entre os 167 estabelecimentos pesquisados.
Morais explica que o fenômeno do aumento de vagas no comércio é comum quando os outros setores apresentam resultados positivos. Segundo ele, a atividade econômica varejista é a que mais sente os reflexos da reação financeira do mercado.
“A partir do momento em que a indústria começa a reagir, estes reflexos também vão ser sentidos na área do comércio. Quanto mais trabalhadores na indústria, a circulação financeira no comércio também vai ser muito maior”, explica.
O mediador avalia que é possível haver novo crescimento do setor. “O comércio é bem instável, mas, quando começa a apresentar resultados positivos, ele vai crescendo gradativamente. É sempre um bom sinal quando o comércio apresenta melhora”, garantiu.
Dos oito setores estudados pelo órgão do Ministério do Trabalho, quatro sofreram redução de ocupações em abril: extrativa mineral (menos três vagas), construção civil (menos 11), serviços (menos três) e administração pública (menos uma vaga).
Outros dois setores da economia permaneceram com resultado zerado. A atividade agropecuária contratou 51 pessoas e demitiu o mesmo número de funcionários. Já no setor de serviços industriais e de utilidade pública, não houve contratações, nem demissões.
Esta é a segunda variação positiva registrada em 2019. Em fevereiro, a alta havia sido de 118 novos postos. Já no mês de janeiro, o município perdeu 31 vagas de empregos formais e, em março, outros 135 postos.
Os saldos positivos não compensaram o resultado do acumulado do ano, fazendo a conta fechar no vermelho em Tatuí. De janeiro a abril, houve fechamento de 20 postos de trabalho formal, com 2.986 admissões para 3.006 desligamentos nos 4.868 estabelecimentos cadastrados pelo órgão.
Morais afirma que o saldo negativo do mês de março se deve às demissões em larga escala no setor industrial, que aconteceram no final de fevereiro. “Uma empresa demitiu mais de 200 funcionários e, por conta do aviso-prévio, os números só apareceram no Caged de março. São situações anteriores ao que está acontecendo hoje”, argumentou.
O Caged fornece informações sobre trabalhadores regidos pela CLT (Consolidações das Leis do Trabalho) e que possuem carteira assinada. O levantamento não leva em consideração funcionários públicos estatutários e trabalhadores na informalidade.
Na microrregião, que soma nove cidades, o saldo também fechou positivo, com a criação de 491 empregos com carteira assinada. Sete das oito cidades fecharam o mês de abril no azul. O melhor desempenho foi de Laranjal Paulista, com a criação de 216 vagas. Em seguida, vem a cidade de Boituva, com 131 postos de trabalho.
Ainda tiveram saldo positivo: Cesário Lange (mais 59); Pereiras (mais 30); Tatuí (28); Cerquilho (17); Quadra (9); e Torre de Pedra (2). O município de Porangaba foi o único da microrregião a fechar o mês de abril com saldo negativo. O fechamento de uma vaga de trabalho é resultado de 29 desligamentos e 28 contratações.
No acumulado do ano, a região teve variação absoluta de 1.058 novos empregos formais, resultado de 9.671 admissões para 8.613 demissões nos 15.085 estabelecimentos contabilizados pelo órgão do Ministério do Trabalho.
No estado, os resultados também foram positivos. São Paulo liderou a geração de empregos no Brasil em abril. No período, houve abertura de 50.168 novos postos de trabalho, uma variação de 0,42% em relação ao estoque do mês anterior.
Em abril, todos os setores da economia paulista tiveram saldo positivo. Os destaques foram serviços, com a geração de 21,8 mil novos postos, e indústria da transformação (12,8 mil). A agropecuária (6.500) e o comércio (4.300) também apresentaram resultado expressivo no mês.
No país, o saldo de empregos foi positivo nos oito setores econômicos. O Brasil registrou abertura de 129.601 novas vagas de emprego com carteira assinada, resultado de 1.374.628 admissões e 1.245.027 desligamentos. Este foi o melhor resultado para abril desde 2013.
No acumulado do ano, de janeiro a abril, foram gerados 313.835 postos de trabalho, levando o estoque de empregos a 38,7 milhões.
O resultado de abril está diretamente relacionado aos setores de serviços, indústria de transformação e construção civil, responsáveis pela maior parte da geração de empregos no mês.
O setor de serviços abriu 66.290 vagas e apresentou saldo positivo em todos os seis subsetores, com crescimento de 0,38% em relação ao mês anterior. A indústria de transformação gerou 20.479 novos postos formais, saldo positivo em sete dos 12 subsetores.
Na construção civil, foram criados 14.067 postos de trabalho, impulsionados pelo subsetor de construção de edifícios, que abriu 5.365 vagas, e pela construção de rodovias e ferrovias, que criou 2.148 postos.
Comparando-se com o mesmo mês de 2018, o saldo em abril de 2019 foi superior em 13,7 mil postos de trabalho. Nesta comparação, os saldos foram maiores principalmente nos setores da agropecuária (12,3 mil), comércio (3.000) e serviços (2.000) e menores nos setores da indústria de transformação (3,6 mil) e construção civil (0,3 mil).
Em âmbito regional, todas as regiões apresentaram melhora na geração de empregos, com destaque para o Sudeste, que criou 81.106 postos formais. Na sequência, aparecem as regiões Nordeste (15.593), Centro-Oeste (15.240), Sul (14.570) e Norte (3.092).
O emprego foi positivo em 23 unidades federativas. Os maiores saldos positivos ocorreram em São Paulo (50.168), Minas Gerais (22.348), Paraná (10.653), Bahia (10.093) e Maranhão (6.681).
Entre os quatro estados que apresentaram saldo negativo, o maior recuo ocorreu em Alagoas, com fechamento de 4.692 vagas de emprego, seguido do Rio Grande do Sul (menos 2.498) e Rio Grande do Norte (menos 501).
Pela modalidade de trabalho intermitente, foram gerados 5.422 empregos, envolvendo 2.491 estabelecimentos e 1.980 empresas contratantes. Esse resultado representa aumento de 1.439 empregos (36,1%) na comparação com abril de 2018, quando o saldo foi de 3.983 empregos intermitentes.
Foram registradas, ainda, 7.419 admissões em regime de tempo parcial e 4.592 desligamentos, gerando saldo positivo de 2.827 postos de trabalho. Em abril, ocorreram 17.513 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, 38,1% a mais que os 12.677 casos registrados em igual período de 2018.
Para o mediador, a expectativa é de melhora para os resultados do mês de maio. Os números gerais do quinto mês do ano ainda devem ser publicados depois do dia 20 de junho, contudo, Morais adianta que houve contratação de mão de obra para a construção civil, indústria de transformação e comércio.
“Acredito que haverá um pequeno aumento no número de vagas nestes três setores, pois são áreas que estão reagindo nos últimos meses. Muitos trabalhadores foram admitidos no mês de abril, principalmente para a retomada das obras na construção civil”, apontou Morais.
Ele ainda destaca que pode haver chances de a economia brasileira voltar a crescer nos próximos meses, mas acrescenta que isso dependerá da aprovação da reforma da Previdência.
“A projeção é positiva para o futuro. Muitos empresários têm projetado investimentos para o país, mas estão aguardando a aprovação da reforma para medir os indicadores econômicos para se planejar. Acredito que possa haver melhora, mas depende muito destes fatores”, concluiu.