Impaciência e Irritação





“A vida tem o colorido que a pessoa lhe dá. A paisagem se torna cinzenta ou plena de luz de acordo com as lentes de que se serve a pessoa para olhá-la”.

Impaciência e Irritação

Você costuma se irritar com facilidade? Em caso afirmativo, já pensou por que isso acontece?

Sem uma reflexão mais detida, costumamos dizer que as pessoas são as responsáveis pela nossa irritação, afinal, elas sempre estão onde não deveriam, e na hora errada.

E quando não são as pessoas é a situação em si que nos tira do sério.

Por exemplo: – Se estamos indo para casa ou para o trabalho, sempre tem muita gente na nossa frente, o que ocasiona um terrível congestionamento capaz de nos fazer perder a calma.

Se vamos ao shopping para umas compras rápidas, lá estão também aquelas pessoas inconvenientes.

Vamos encontrá-las outra vez nas filas dos bancos, supermercados e até no cinema. Logo, são elas as grandes culpadas pela nossa impaciência.

Quando não são as pessoas, são as situações que tramam contra a nossa paciência.

Planejamos uma viagem de final de semana ao litoral, e só temos dois dias para curtir a folga merecida. Saímos da nossa cidade com um céu azul e um sol maravilhoso. Quando faltam alguns quilômetros para chegar à praia, o sol se esconde e as nuvens se encarregam de roubar a nossa paz.

É que não estávamos preparados para enfrentar uma situação diferente da planejada e isso nos faz ficar irritados.

Se, por acaso, você está nessa lista dos que se irritam por causa dos outros ou das situações, pare e pense um pouco sobre o assunto. Será que são as pessoas que irritam você, ou é você que se permite irritar com as pessoas? Será que as situações são irritantes ou você está se deixando levar pelas circunstâncias sem se preservar da irritação?

É importante, até mesmo para a nossa saúde física e mental, que aprendamos a relevar situações inesperadas. Quando saímos de casa ou do trabalho, preparemo-nos para enfrentar um trânsito congestionado, se for necessário, sem que isso nos deixe irritados.

Se vamos ao supermercado, ao banco ou ao shopping, pensemos que muitas pessoas podem ter a mesma ideia e consideremos a possibilidade de enfrentar filas, sem perder a paciência.

Se o motorista que segue à nossa frente para no semáforo e não sinaliza que vai virar à esquerda, preparemo-nos para uma eventual decepção quando abrir o sinaleiro. Ele pode ter esquecido de avisar e só lembrar quando tiver que esperar os veículos que vêm em sentido contrário passarem.

Essas e outras tantas situações somente nos farão perder a paciência se nós permitirmos.

E se você já perdeu muitas vezes a paciência com situações e pessoas, poderá responder com conhecimento de causa: – Sua irritação já resolveu algum problema? Ou só serviu para lhe causar dor de cabeça ou outra indisposição qualquer?

Por tudo isso, vale a pena cultivar a arte de ser paciente, mesmo nas situações mais difíceis e aparentemente impossíveis.

Um dia o homem perguntou ao trabalho: – Qual o elemento mais resistente que você já encontrou? E o trabalho respondeu: – A pedra.

A água, que corria calmamente em derredor, escutou a conversa e, em silêncio, descobriu um meio de pingar sobre a pedra. Em algum tempo, abriu-lhe grande brecha, através da qual podia passar de um lado para outro.

O homem anotou o acontecimento e perguntou para a água qual fora o instrumento que ela utilizara para realizar aquele prodígio. A água humilde respondeu simplesmente: – Foi a paciência.

Envelhecer!

Envelheço quando me fecho para as novas ideias e me torno radical. Envelheço quando o novo me assusta. E minha mente insiste em não aceitar.

Envelheço quando me torno impaciente, intransigente e não consigo dialogar. Envelheço quando meu pensamento abandona sua casa. E retorna sem nada a acrescentar.

Envelheço quando muito me preocupo e depois me culpo porque não tinha tantos motivos para me preocupar. Envelheço quando penso demasiadamente em mim mesmo e consequentemente me esqueço dos outros.

Envelheço quando penso em ousar e já antevejo o preço que terei que pagar pelo ato, mesmo que os fatos insistam em me contrariar.

Envelheço quando tenho a chance de amar e deixo o coração que se põe a pensar: Será que vale a pena correr o risco de me dar? Será que vai compensar?

Envelheço quando permito que o cansaço e o desalento tomem conta da minha alma que se põe a lamentar. Envelheço, enfim, quando paro de lutar!