Fotos: Polícia Civil
(Da esquerda para a direita) Bruno Camargo foi preso pela PM; Denis Luan integraria quadrilha; Marcos Vinicius é um dos suspeitos
Pelo menos dois postos de combustíveis de Tatuí viraram alvo de quadrilha presa pela Polícia Militar na semana passada. Os suspeitos receberam voz de prisão depois de tentar repetir o assalto na cidade de Cesário Lange.
Bruno Camargo da Silva, Marcos Vinicius de Oliveira, Denis Luan de Oliveira e um adolescente de 16 anos teriam se “especializado” em assaltar postos – o último deles praticado na cidade vizinha, no dia 27 do mês passado.
Classificados como “bem apessoados”, os jovens – de idade não divulgada – teriam montado esquema descoberto pela Polícia Civil, após cruzamento de informações feito pelo delegado titular do município, José Alexandre Garcia Andreucci.
Segundo ele, a quadrilha tinha como alvo os postos de combustíveis, tendo sido interrompida pela PM de Cesário Lange, com apoio do Tático Móvel, de Tatuí. Dois dos envolvidos acabaram detidos na praça central do município vizinho.
“Naquele dia, eles tinham acabado de roubar um posto e se preparavam para assaltar outro”, disse Andreucci. Com a interrupção da sequência de crimes, os jovens acabaram sendo levados para a delegacia de Cesário Lange.
Durante interrogatório, “alguns” dos indiciados teriam confessado espontaneamente a autoria dos roubos praticados em Tatuí.
“De posse dessas informações, determinei aos investigadores daqui que fossem até a cidade vizinha e providenciassem a fotografia das pessoas presas, dos capuzes que usavam e das armas que haviam sido apreendidas de posse deles”, contou Andreucci.
O delegado apresentou as imagens para frentistas de dois postos de combustíveis locais. Os funcionários haviam sido contatados depois de os investigadores realizarem levantamento preliminar do tipo de crime e forma de agir dos acusados.
“Nós verificamos esses dois roubos, sendo um deles num posto da rua 11 de Agosto e o outro, na Teófilo Andrade Gama”, disse.
Em Tatuí, funcionários do primeiro estabelecimento foram rendidos no dia 19 de julho. No dia seguinte, 20, os mesmos criminosos invadiram o segundo posto. Em ambos os locais, ameaçaram os funcionários.
Andreucci informou que, apesar de a PC identificar os autores de dois crimes, há a suspeita de que a quadrilha possa ter invadido outros postos de combustíveis em Tatuí. Isso porque um dos locais não havia prestado queixa. O delegado descobriu o crime porque um dos envolvidos teria confessado.
Conforme o titular, a comunicação desse tipo de crime à PC é essencial para o esclarecimento dos casos e a detenção dos suspeitos.
Ainda mais porque a quadrilha que agia em Tatuí – e decidiu ampliar a área de ação para Cesário Lange – é classificada como “extremamente violenta”. “Eles são muito jovens, bem arrumados e aparentam ser de classe média. Mas muito violentos”.
Todos os detidos maiores de idade foram encaminhados para CDPs (centros de detenção provisória) da região. O adolescente está custodiado e, nos próximos dias, deverá ser encaminhado para a Fundação Casa.
“Estamos só aguardando vaga para transferi-lo”, disse Andreucci na quinta-feira, 1º.
Conforme o delegado, a quadrilha tinha modo específico de agir. Eles utilizavam, sempre, uma motocicleta e um automóvel – de modelo identificado.
Os funcionários eram rendidos por dois ou três criminosos, que ameaçavam e agrediam os frentistas. Alguns deles levaram coronhadas, socos e pontapés.
“Eles estavam se especializando nesse tipo de roubo. Quando perceberam que a polícia de Tatuí já estava no encalço deles, com investigações, resolveram investir em Cesário Lange”, citou Andreucci. Segundo ele, a quadrilha acreditava que seria “mais fácil” agir na cidade vizinha.
No dia 27, eles praticaram o primeiro crime em Cesário Lange. Lá, iriam assaltar outro posto, mas tiveram de parar na praça central para voltar a esquematizar o crime.
Andreucci disse que eles pararam para despistar a polícia e porque haviam se perdido – eles não sabiam como chegar até o outro posto.
O esclarecimento do crime foi possível por meio de ação conjunta entre a PM – que deteve a quadrilha – e a PC – que tomou os depoimentos e cruzou as informações para que houvesse reconhecimento das vítimas em Tatuí.
Na cidade, o titular acredita que novos frentistas possam reconhecer os criminosos. Por conta disso, na Delegacia Central, mantém fotos dos suspeitos, das armas utilizadas por eles e de acessórios, como bonés e capuzes.
Os suspeitos aproximavam-se dos postos a pé. Conforme Andreucci, evitavam deixar veículos perto dos locais para que testemunhas não conseguissem identificá-los. Entretanto, utilizavam, sempre, um Chevrolet Corsa.
Para praticar os assaltos, um dos criminosos passava de moto, parava, verificava o movimento e seguia em frente. “Ele falava para os outros se poderiam ir, ou não”, comentou o titular.
Os demais assaltantes, de carro, paravam a um quarteirão de distância. Dois ou três desciam e faziam o assalto, corriam como se estivessem fugindo a pé e voltavam para o automóvel.
Como as polícias procuravam bandidos sem veículo, nunca os localizavam. A quadrilha agia dessa maneira em qualquer hora do dia. Todos moravam em Tatuí, em residências situadas no Jardim Santa Rita de Cássia.