Dr. Jorge Sidnei R. da Costa – Cremesp 34.708 *
O aumento de casos de infecções pelo vírus influenza no último trimestre do ano passado (2021) e no início deste ano de 2022 tem atraído atenção para uma velha doença conhecida da humanidade. A gripe (influenza em espanhol), como é chamada popularmente, tem gerado surtos regionais pelo país impulsionada pela introdução de uma nova cepa do subtipo A (H3N2).
Atualmente, são conhecidos três tipos de vírus influenza: A, B e C. Os dois primeiros são mais propícios a provocar epidemias sazonais em diversas localidades do mundo, enquanto o último costuma provocar alguns casos mais leves.
O tipo A do influenza é classificado em subtipos, como o A (H1N1) e o A (H3N2).
Embora possuam diferenças genéticas, todos os tipos podem provocar sintomas parecidos, como febre alta, tosse, garganta inflamada, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, calafrios e fadiga.
O vírus H3N2 é uma variante do vírus influenza A, que é um dos principais responsáveis pela gripe comum e pelos resfriados, sendo facilmente transmitido entre pessoas por meio de gotículas liberadas no ar quando a pessoa gripada tosse ou espirra.
Os sintomas são febre alta no início do contágio, inflamação na garganta, calafrios, perda de apetite, irritação nos olhos, vômito, dores articulares, tosse, mal-estar e diarreia, principalmente em crianças.
Pelo fato de o influenza ser um vírus respiratório, assim como o que causa a Covid-19 (vírus Sars CoV 2), a prevenção contra ele ocorre da mesma forma, ou seja, com distanciamento físico entre as pessoas (evitar aglomerações), uso de máscara e higiene das mãos.
O período de incubação do vírus H3N2 é de três a cinco dias, quando começa a manifestação dos sintomas. Porém, também é possível que uma pessoa tenha a doença de uma forma assintomática, sem apresentar nenhuma reação.
Durante o período de incubação ou em casos de infecções assintomáticas, o paciente também pode transmitir a doença. O período de transmissão do vírus em crianças é de até 14 dias, enquanto nos adultos é de até sete dias.
A doença pode começar a ser transmitida até um dia antes do início do surgimento dos sintomas. O período de maior risco de contágio é quando há sintomas, sobretudo febre.
Recomendação:
Pessoas que apresentarem sintomas gripais devem procurar atendimento médico na unidade básica de saúde mais próxima de sua residência.
Mesmo com letalidade menor que a Covid-19, o H3N2 tem mais chances de evoluir para casos graves em grupos de risco (crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades). A propagação do vírus pode ter relação com a baixa cobertura vacinal contra a gripe e com a flexibilização das medidas de restrição e prevenção adotadas contra a Covid-19.
A vacina que protege contra o H3N2 faz parte da vacina Flu-quadri, vacina esta quadrivalente produzida pela Sanofi, na Pensilvânia, nos EUA. Dela fazem parte as cepas H3N2, H1N1 (gripe suína) e mais 2 vírus B (portanto contra 4 vírus da gripe).
Na Clínica particular, ainda tem algumas poucas doses da vacina quadrivalente contra o influenza (gripe), que tem vencimento programado para o 26/01/2022.
Fontes: Agência Fiocruz de Notícias; https://bvsms.saude.gov.br.
* Título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e diretor clínico da Clínica de Vacinação Particular “Sou Doutor Cevac Dr. Jorge Sidnei”.