A greve dos funcionários do campo de provas da Ford em Tatuí, localizada na rodovia Antônio Romano Schincariol, foi debatida pelos parlamentares, em tribuna, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal, na noite de segunda-feira, 2.
A paralisação foi abordada por meio da moção 595/19, de apoio aos funcionários da empresa “em razão de demissões em massa”. A matéria foi protocolada pelo vereador e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí, Ronaldo José da Mota (Cidadania).
Segundo o documento, após a Ford anunciar o fechamento da fábrica em São Bernardo do Campo (SP), os trabalhadores do campo de provas local “passaram a ser atingidos pelas demissões em massa, gerando grande preocupação no momento crítico na economia nacional”. A matéria ainda afirma que os funcionários “estão sendo submetidos a desgastes emocionais”.
Mota revelou que o sindicato estava negociando com a empresa até a quinta-feira, 29 de agosto, porém, nessa data, recebeu informação de que, além das demissões, os funcionários não receberiam alguns direitos trabalhistas.
Segundo ele, a Ford vem passando por um momento de reformulação em todo o país. Contudo, em outras localidades, as demissões teriam ocorrido por meio de PDV (pedidos de demissão voluntária), ou acompanhadas de pacote de benefícios, negociado junto aos sindicatos.
Conforme Mota, os trabalhadores da unidade do ABC paulista têm o direito de receber 83% de um salário por ano trabalhado. “Na Ford de Tatuí, há funcionários com 10, 15 e alguns quase 30 anos de ‘casa’. Se analisarmos essa porcentagem, há empregados que vão perder quase R$ 200 mil”, frisou.
O vereador e sindicalista acrescentou que, há cerca de um ano, houve desligamentos na unidade tatuiana por meio de PDV, diferentemente do que está acontecendo agora.
Aproximadamente 250 funcionários da unidade estão em greve desde segunda-feira, 2. O sindicato da categoria reivindica pacote de benefícios para os trabalhadores, após anúncio de demissão por reestruturação da montadora.
Cerca de 10% dos trabalhadores (20 a 25 pessoas) foram dispensados. O estado de greve havia sido anunciado, na sexta-feira, 30 de agosto, caso as reivindicações não fossem atendidas.
Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Ford confirmou que fará readequação no quadro de funcionários do campo de provas, “como parte do amplo processo de reestruturação organizacional feito pela montadora nos últimos meses”.
Outra moção abordada no plenário da Casa de Leis, a 592/19, congratula o deputado federal Samuel Moreira (PSDB) “pelo empenho em favor do município, culminando na liberação de R$ 5 milhões em emendas parlamentares destinadas às áreas de saúde e infraestrutura”.
Os vereadores ainda analisaram e votaram, ao todo, 39 indicações, 97 requerimentos e 14 moções. Nesta semana, não houve ordem do dia para apreciação e votação de projetos de lei e nem convocação para sessão extraordinária.
Entre as matérias aprovadas na sessão ordinária, houve uma série de indicações e requerimentos, assinados por Eduardo Dade Sallum (PT), solicitando melhorias em relação ao saneamento básico, pavimentação asfáltica, limpeza, saúde e trânsito, na vila Brasil.
As reivindicações foram colhidas pelo vereador e a equipe dele junto aos moradores do bairro, no dia 24 de agosto, quando promoveu a caravana “#ChamaoSallum”.
Em uma das reivindicações, ele afirma que, na rua José Marques Júnior, há diversas casas em áreas de risco. “A situação está tão precária que vemos casas prestes a desabar”, sustentou Sallum.
Conforme ele, as famílias foram para residências de aluguel social, contudo, a prefeitura só teria pagado oito meses. “Como questão de sobrevivência, as famílias voltaram às casas em áreas de risco”, declarou.
“Fica a cobrança à prefeita Maria José Vieira de Camargo e ao deputado federal tatuiano Guiga Peixoto”, finalizou o vereador.