Funcionária de uma loja de calçados situada no centro, uma mulher de 32 anos, levou um tiro durante assalto praticado por três homens na quarta-feira, 21. A vítima precisou ser internada, passou por cirurgia e está na UTI (unidade de terapia intensiva) da Santa Casa.
O crime ocorreu no período da tarde – perto das 17h20 –, mobilizou efetivos da Polícia Militar e Guarda Civil Municipal e provocou pânico entre os comerciantes. Alguns deles chegaram a ligar uns para os outros, orientando que fechassem as portas mais cedo.
De acordo com o comandante da 2a Cia. da PM, capitão Kleber Vieira Pinto, a vítima trabalhava no caixa do estabelecimento. O disparo atingiu-a na altura do peito.
O projétil encontrado no local do crime já está com a perícia técnica de Itapetininga, para definição do calibre da arma.
Funcionários da loja acionaram a equipe da Rocam (Rondas Ostensivas Com Apoio a Moto) depois que os criminosos deixaram o estabelecimento.
De acordo com o comandante, os bandidos fugiram a pé, pela rua 7 de Abril. “Eles tomaram sentido à vila Esperança”, disse Kleber, com base nos depoimentos de testemunhas e nas filmagens de câmeras da loja e de outros estabelecimentos.
Além dos militares que atuam em moto, a PM destacou outras viaturas. “Assim que foi acionada, a Rocam anunciou o crime pela rede de rádio, divulgando para que outras viaturas diligenciassem”, relatou o comandante.
O reforço concentrou patrulhamento no sentido da fuga dos criminosos. Conforme Kleber, a PM estendeu o policiamento até a meia noite – quase sete horas depois de a funcionária ter sido baleada.
“Nós conseguimos, inclusive, abordar pessoas, que foram levadas ao plantão policial. Entretanto, nenhuma delas foi reconhecida”, citou o capitão.
Durante os trabalhos, equipes da PM levantaram filmagens do circuito interno da loja. Os militares também tiveram acesso a imagens de estabelecimentos situados ao redor.
“Já temos alguns suspeitos. Aliás, a própria vítima, antes de ser atendida, descreveu as características. Agora, o esclarecimento do crime ficará a cargo da Polícia Civil”, informou o capitão.
No entanto, o oficial disse que a PM deverá colaborar para a prisão dos autores. “Em função disso, qualquer informação que recebermos é valiosa”, salientou.
Os dados aos quais a companhia tiver acesso serão repassados à PC. As investigações devem prosseguir com a identificação do calibre da arma. “Pelas informações recebidas, a cápsula pode ser de uma pistola 765”, disse Kleber.
A PM não soube informar quantas pessoas ocupavam a loja no momento do roubo – as imagens do circuito interno mostram que havia clientes no estabelecimento.
Conforme o capitão, o chamado inicial era de tentativa de roubo. Entretanto, como os criminosos levaram dinheiro (R$ 531), o caso foi registrado como roubo consumado em boletim de ocorrência.
O capitão informou, ainda, que os criminosos não haviam entrado em outros estabelecimentos comerciais, desmentindo boatos.
Com medo do roubo, muitos comerciantes fecharam as portas. Em função da concentração de viaturas, cogitou-se que estaria havendo um “arrastão”. “O assalto ocorreu somente em uma loja. Não houve arrastão de modo algum”, enfatizou Kleber.
A vítima precisou ser socorrida ao Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”. Conforme a enfermeira responsável pelo ambulatório, Roberta Molonha Machado, a funcionária precisou passar por cirurgia para “avaliação da lesão”.
Depois de ser atendida por médicos e de fazer bateria de exames, a mulher teve de ser submetida a cirurgia. O procedimento terminou às 22h.
Segundo a responsável pelo ambulatório, o projétil perfurou o estômago, o diafragma e o fígado. “Essas são lesões graves, mas a paciente está estável”, disse Roberta.
A enfermeira destacou o trabalho da equipe do ambulatório (cirurgiões, enfermeiros e auxiliares de enfermagem) e frisou que a vítima teve atendimento imediato. “A paciente está consciente, mas o estado dela inspira cuidados”, informou.
Colegas de trabalho da mulher contaram à PM que os criminosos teriam se passado, inicialmente, por clientes. Os três entraram no estabelecimento, tendo pedido para experimentar pares de tênis. Dois deles chegaram a vestir os calçados, enquanto que o terceiro ficou na porta do estabelecimento.
Quando os dois primeiros terminaram de calçar os pares, o suspeito que estava na porta entrou. Nesse momento, os três dirigiram-se ao caixa e anunciaram assalto.
Para a polícia, as testemunhas contaram que um dos criminosos atirou antes do roubo. O disparo atingiu a funcionária, que ficou caída enquanto os bandidos abriam o caixa. Depois de pegar o dinheiro, o trio fugiu, levando os calçados.
Na fuga, um dos bandidos teria deixado um par de óculos em cima do balcão. As testemunhas também contaram que viram os criminosos com duas armas, um revólver e uma pistola. Descreveram que dois deles aparentavam ter entre 20 e 25 anos e o terceiro, entre 17 e 20 anos.