Fila de espera para a vacina contra a gripe já ultrapassa 200 pessoas





A procura por vacinação contra a gripe aumentou depois que casos de H1N1 foram noticiados na imprensa nacional. Com a vacina em falta, o Cevac (Centro de Vacinação) já tem fila de espera que supera as 200 pessoas, estimou a enfermeira Lidiane Campos dos Santos.

“A procura aumentou muito depois que passou uma reportagem no ‘Fantástico’ (Rede Globo). Cerca de 40 pessoas foram vacinadas em poucos dias”, afirmou.

As vacinas são importadas. A alta da cotação do dólar e o aumento da procura fizeram os preços se elevarem neste ano. Enquanto a dose custava R$ 100 no ano passado, em 2016, o preço é de R$ 130.

A circulação do vírus Influenza H1N1 pelo Estado, que já registrou 55 mortes pela doença, pegou a clínica de surpresa. A procura pela vacina da gripe foi baixa no ano passado, disse Lidiane.

Com a suspeita de que a cepa do vírus esteja circulando na cidade, a procura tende a aumentar. A clínica reforçou o estoque com a compra de 500 doses, que devem chegar nos próximos dias.

“Nós compramos dois tipos de vacinas. A tetravalente, que imuniza contra quatro tipos de vírus, e a trivalente, que combate três vírus”, afirmou.

Ambas as vacinas imunizam o paciente contra o H1N1, garantiu Lidiane. A tetravalente protege também contra o H3N2 e dois subtipos de Influenza B. A trivalente é eficaz contra o H3N2 e um subtipo da Influenza B. As vacinas têm o mesmo valor.

As doses são de 0,5 mililitro e já chegam dos laboratórios privados armazenados em seringas prontas para a aplicação. As agulhas são colocadas na hora da vacinação, explicou a enfermeira.

Não podem ser vacinadas as pessoas com alergia a ovo e bebês menores de seis meses. Não é recomendada a vacinação de pessoas com quadro de febre ou que estejam gripadas.

Crianças com até nove anos de idade e que estão tomando a vacina pela primeira vez é recomendado que sejam imunizadas em duas etapas, em doses de 0,25 mililitro. A partir da segunda vacinação, a dose passa a ser única.

Pelo Sistema Único de Saúde, Tatuí receberá aproximadamente 22 mil doses da vacina. Ainda não está confirmado se a versão é a tri ou tetravalente. No ano passado, segundo a Vigilância Epidemiológica, foi distribuída nas unidades de saúde a vacina trivalente.

De acordo com a coordenadora da Vigilância, Marilu Aparecida Rodrigues da Costa, tanto a vacina pública quanto a privada têm a mesma qualidade.

“Não tem diferença na qualidade, é igual. Acho que, inclusive, as cepas dos vírus são as mesmas. Só não sei se receberemos a tetra ou a trivalente”, declarou.

Na rede pública, a vacinação segue o calendário nacional, estabelecido pelo Ministério da Saúde, começando no dia 30 de abril.

A campanha é destinada a crianças entre seis meses e cinco anos de idade; pessoas com 60 anos ou mais; trabalhadores da Saúde; povos indígenas; gestantes; puérperas (mulheres até 45 dias após o parto); população privada de liberdade; funcionários do sistema prisional e portadores de doenças crônicas não transmissíveis.

Pessoas com outras condições clínicas especiais, como imunossuprimidos, com problemas respiratórios, cardíacos, renais, hepáticas, neurológicas, diabéticos, obesos e transplantados, também têm a vacinação indicada.

A coordenadora afirmou que o número crescente de casos não é tratado como surto, e sim como uma antecipação da circulação do vírus pela população.

“O aumento de casos que está ocorrendo sempre tem, é que aconteceu de forma antecipada. É normal acontecer no final de abril, começo de maio”, afirmou.

Em caso de suspeita, a orientação dada pelo Ministério da Saúde é de que se faça a internação hospitalar em isolamento, nos casos mais graves, e a coleta da secreção de nasofaringe.

Nos casos mais brandos da doença, o paciente fica em repouso em casa, também em isolamento. Não é aconselhado que saia às ruas. Em ambos os casos, é receitado o Tamiflu.

“Todos os casos que o médico suspeita, entra com Tamiflu. O médico pode passar várias medicações, mas, para combater o vírus, só o Tamiflu”, explicou.

O remédio só é indicado para os pacientes e é distribuído pelo SUS. A recomendação é feita pelo próprio médico, quando suspeita da doença.

Tanto a gripe comum quanto a H1N1 é causada pelo vírus Influenza. A diferença nos sintomas é a intensidade, que no caso do H1N1 é bem forte.

Outra diferença apontada por Marilu é que os pacientes do vírus mais grave sofrem de dispneia (falta de ar). Em qualquer sintoma de gripe, é aconselhado que o doente procure o médico, que fará o diagnóstico preciso.

“Aconselhamos a procurar o médico. Se a pessoa está com tosse, febre, coriza e dor no corpo, precisa procurar o médico. Quem vai suspeitar é o médico, e não o paciente”, declarou.

Crianças internadas

Duas das quatro pessoas com suspeita de gripe H1N1 continuam internadas na Santa Casa de Tatuí. São duas crianças, que não tiveram o sexo nem a idade revelados.

Outras duas pessoas com a suspeita da doença, uma criança e uma mulher adulta, tiveram alta e passam bem, segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica. A mulher estava internada no hospital Unimed, enquanto a criança, na Santa Casa.

No total, são quatro casos suspeitos: além da mulher adulta, foram dois meninos e uma menina.

As amostras de secreção de nasofaringe foram enviadas ao Instituto “Adolfo Lutz”, em São Paulo. O teste foi colhido na terça-feira da semana passada e a previsão é de que fique pronto na sexta-feira, 8.