Feira do Doce soma 242 mil na 9ª edição

Novidade, competição “Doce Harmonia” premia os melhores produtos do evento

Praça da Matriz recebe grande público durante os dias da Feira (Foto: Pablo Ruiz)
Da reportagem

A nona edição da Feira do Doce de Tatuí teve encerramento no domingo passado, 9, feriado da Revolução Constitucionalista de São Paulo, tendo somado o fluxo de 242 mil pessoas durante os quatro dias de evento, 42 mil a mais que o esperado pela organização.

O número foi atualizado na segunda-feira, 10, sendo que, até a cerimônia de encerramento da feira, na noite de domingo, 9, o número contabilizado era de 230 mil pessoas.

Conforme os registros feitos pela empresa de monitoramento do evento, circularam pelo local, no primeiro dia de feira, quinta-feira, 6, 41.793 pessoas; na sexta-feira, 7, 59.039; no sábado, 8, 82.497 pessoas; e, no último dia, domingo, 9, 58.994.

A feira aconteceu na Praça da Matriz, com 60 expositores e cerca de 250 tipos diferentes de doces, divididos em oitos segmentos.

Na noite de sexta-feira, 23, a Praça da Matriz recebeu a cerimônia oficial da abertura. Nela, estiveram presentes o prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior e a primeira-dama, Regiane Oliveira Rosa Cardoso.

Também compareceram: a deputada federal Simone Marquetto; o secretário executivo da Cultura, Economia e Indústria Criativas do estado de São Paulo, Marcelo Henrique de Assis (representando a secretária Marília Marton).

Ainda: a secretária executiva do estado de São Paulo, Luciana Leite (representando o secretário de Turismo e Viagens de São Paulo, Roberto de Lucena).

Entre os secretários municipais, compareceram: do Governo e Transportes Públicos, Luis Donizette Vaz Júnior; do Esporte, Cultura, Turismo e Lazer, Douglas Dalmatti Alves de Lima (Buko); das Obras e Infraestrutura, João Francisco de Lima Filho; e dos Direitos Humanos, Família e Cidadania, Valdeci Proença.

Outras autoridades estiveram presentes, como: o chefe municipal de gabinete, Júnior Galvão; o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Dade Sallum; o vice-presidente da Câmara de Tatuí, Antônio Marcos de Abreu; e os vereadores Renan Cortez, Leandro de Camargo Barros e Micheli Vaz.

Também compareceram: o presidente do TatuíPrev, João Antônio da Fonseca; o secretário da Segurança Pública, Miguel Ângelo de Campos; o assessor da deputada estadual Maria Lúcia Amary, Gabriel Luvizotto; e a conselheira do Fundo Social de Solidariedade de Tatuí (Fusstat) Milene de Lara Rodrigues.

E, finalmente, o coordenador do Projeto Envelhecer com Qualidade de Vida, do Fusstat, Luiz Antônio Voz Campos, e o presidente da Aprodoce (Associação dos Produtores de Doce de Tatuí), Marcelo Leite de Almeida.

O presidente da Amitur (Associação Brasileira dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico), Jarbas Favoretto, enviou uma nota lamentando por não estar presente.

“Desde o ano passado, tenho vontade de estar presente nessa famosa festa, porém, por problemas de saúde e familiar, mais uma vez, a perco. Mas que, no ano que vem, eu possa estar presente. Muito obrigado pela gentileza”, diz a nota.

De acordo com a organização, a “humanização” foi um dos focos da feira, tendo proporcionado uma “experiência inclusiva e acolhedora aos presentes”.

Foram implementadas diversas medidas de acessibilidade na Praça da Matriz, que possui piso tátil. O evento contou com vagas exclusivas para embarque e desembarque de pessoas com mobilidade reduzida; intérprete de libras; banheiros adaptados; fraldário com espaço adequado para amamentação; espaço saúde com teste de glicemia, aferição de pressão arterial e disponibilização de cadeiras de rodas; totens digitais com informações do evento e da cidade; e mesas equipadas com QR Code do cardápio e da programação musical.

O Guia Turístico e Gastronômico “Tatuí Cidade Ternura”, produzido pelo jornal O Progresso de Tatuí, foi distribuído gratuitamente à população que visitou o estande de turismo.

Durante a apresentação da Orquestra Sinfônica de Tatuí, o público acompanhou um vasto repertório, dos clássicos de Queen a Frank Sinatra até os populares “Trem das Onze” e “Aquarela do Brasil”.

Para o maestro Eduardo Augusto, “o mais importante é tocarmos um repertório que aproxima o povo da orquestra. Tendo em vista que estamos em uma praça pública, o intuito é que haja essa interação entre o público e a música”, reforçou.

Ele lembrou a presença do maestro João Carlos Martins durante a oitava edição da Feira do Doce. “Neste ano, ele não pôde estar presente, mas a orquestra teve seu brilho e repetiu o sucesso que foi no ano passado”, apontou.

No dia 12 de agosto, a Orquestra Sinfônica de Tatuí voltará a se apresentar na Praça da Matriz, em homenagem ao Dia dos Pais.

Durante os quatro dias da feira, os visitantes também acompanharam o Festival Capital da Música “Maestro Antônio Carlos Neves Campos”, no qual 22 apresentações musicais dos mais variados gêneros passaram pelo palco do coreto central.

“Muito linda! Espetacular! Tatuí é realmente a Capital da Música”, declarou o aposentado Juvenal de Medeiros Filho (Naizi). Ele disse lembrar do pai, Juvenal de Medeiros, ao ouvir o repertório tocado pela orquestra. “Ele tocava na época do cinema mudo e ensaiava com a orquestra no Hotel Del Fiol”, relatou.

Para a aposentada Ana da Silva Gonçalves, a orquestra é a “escola de Tatuí e um incentivo para a cidade”. Ela, que veio de São Paulo especialmente para a feira, declarou que, além de experimentar os “famosos doces caseiros de Tatuí”, ainda os leva para a capital paulista.

O vereador Renan Cortez destacou a organização da feira e citou a segurança e a evolução estrutural do evento como pontos positivos.

“A Feira do Doce tem sido cada vez mais procurada, inclusive, com excursões de outros municípios. Então, é natural que o evento seja melhor elaborado. A administração está qualificando, principalmente esta questão cultural”, apontou.

Ele também comentou sobre a necessidade de um projeto de ampliação da feira. No entanto, segundo ele, questões relacionadas à saúde do município têm prioridade.

“Temos discutido muito sobre a implantação de um espaço de eventos para a cidade. No entanto, ainda temos muitas questões relacionadas à saúde para serem resolvidas”, reforçou.

O parlamentar disse que, simultaneamente, o Executivo tem a intenção de planejar um espaço que contemple um centro de eventos.

“Estamos correndo atrás de um espaço, mas, em se tratando da Feira do Doce, temos todos um carinho com a região central e os comerciantes”, argumentou. O vereador, contudo, anunciou a intenção da expansão territorial do evento para o próximo ano.

Ele explicou que seria uma ampliação maior ao redor da Praça da Matriz, “assim como foi feito nesta edição com a praça de alimentação de salgados, à rua José Bonifácio”.

O presidente da Aprodoce agradeceu o apoio ao “associativismo empregado a todos os produtores de doces durante a organização da feira”. Ele destacou, também, a realização do primeiro concurso de doces da cidade e agradeceu à Fatec pelo incentivo.

“O espaço está ficando pequeno, e tenho certeza de que logo teremos o nosso centro de eventos para abrigar este e muitos outros eventos da nossa querida Tatuí”, comentou.

O secretário executivo da Cultura, Economia e Indústria Criativa do estado de São Paulo, Henrique de Assis, apontou a importância da feira como forma de conexão cultural para o “desenvolvimento econômico e humano entre a cidade e o estado de São Paulo”.

“É uma festa que reforça a identidade cultural e as raízes. E é importante a cidade fomentar para que o estado consiga apoiar. É um momento de reconhecimento e de troca para a população. Nós criaremos laços que irão reverberar não só para a cidade, como no estado todo”, avaliou.

Ele citou o Conservatório de Tatuí como um projeto cultural que fomenta o desenvolvimento artístico local. “Aqui, nós temos o Conservatório, que já faz um trabalho muito legal. A Orquestra de Tatuí foi derivada dos músicos formados pela instituição”, observou.

Ele também lembrou as novas linhas de incentivo cultural por meio do Programa de Ação Cultural (Proac), que estão com inscrições abertas desde o dia 3 de julho, como forma de reconhecimento e desenvolvimento cultural.

“É uma linha aberta para que toda cidade que tenha interesse em receber algum tipo de apoio do estado possa inscrever seus projetos”, comunicou.

“Todas as propostas serão analisadas e, a partir delas, iremos fazer uma análise para construirmos juntos uma política cultural que respeite essas identidades e traduza o anseio que vemos na população”, concluiu.

A secretária executiva do estado, Luciana Leite, lembrou que Tatuí foi um dos primeiros municípios de interesse turístico (MIT) a ser reconhecido em São Paulo, em 2016.

“Isso aconteceu justamente pela diversidade e qualidade de seus atrativos, inclusive, estruturais”, disse. Ela ainda citou os motivos pelos quais a cidade foi amplamente reconhecida pelo estado.

“Os atributos de Tatuí são muitos. O Conservatório, o Sítio Carroção, o Museu ‘Paulo Setúbal’, o Parque ‘Maria Tuca’ são exemplos de turismo para o estado de São Paulo”, elencou.

“O município fomentou o desenvolvimento como forma de gerar emprego e renda para a população e hoje, especialmente, celebramos a produção de doces artesanais e seus mais de 60 produtores que, no ano passado, movimentaram R$ 1,5 milhão na economia”, concluiu a secretária.

O secretário municipal do Esporte, Cultura, Turismo e Lazer, Buko, definiu a festa como “a feira mais doce de todo o estado de São Paulo” e apontou a nona edição como a mais elaborada. “Com muitas inovações na decoração e uma praça de alimentação onde as pessoas ficaram mais tempo no evento”, observou.

Já na cerimônia de encerramento, no domingo, 9, o prefeito elogiou os doceiros que serviram os visitantes de diversas cidades do estado.

Ele destacou, também, o trabalho de segurança das bases móveis da Guarda Civil Municipal, particularmente por não ter ocorrido, nos quatro dias de evento, nenhuma intercorrência.

“Sem nada de confusão; é a cidade que acolhe; são os doceiros que trabalham para trazer alegria para nós. É um orgulho imenso”, elogiou.

Ao final, ele ainda lançou um desafio para a décima edição da feira, que acontecerá no próximo ano: “Ano que vem será bissexto. Então, o feriado do dia 9 de julho cairá em uma terça-feira. Eu desafio vocês a organizarem uma feira de cinco dias, pode ser?” A feira mais doce do Brasil agora em cinco dias”.

Durante a festa de encerramento, os doceiros receberam certificados de participação. “Esta foi mais uma edição memorável, com clima familiar, música de alta qualidade, doces saborosos, geração de emprego e renda e valorização do turismo. Durante esses quatro dias, fizemos história, pois a feira transcendeu a simples venda de doces”, concluiu Cardoso Júnior.

Doceiros

Para a doceira Eliane dos Santos Pinheiro Miranda, da “Torterie e Cia.”, este ano a demanda por doces e público que passaram pelo estande superou a dos anos anteriores.

“Foi delicioso participar novamente da Feira do Doce. Superou demais minhas expectativas. Viramos a referência em itens com pistache na feira. Nossa equipe quase foi à loucura de tanto produzir. Graças a Deus, conseguimos atender à demanda e já estamos ansiosos para a edição de 2024”, avaliou.

Com 90% de seu estoque vendidos, a proprietária da Delizie Gelateria, Ana Flavya Soares Silva, disse que só não vendeu mais ainda por se tratar de doces que dependem de preparação “na hora”.

Ela, que participou da feira pela primeira vez, argumentou que “o espaço está ficando pequeno”. “A feira está cada ano melhor e o espaço físico, ficando bem apertado”, avaliou. “Para o próximo ano, teremos mais produtos da nossa gelateria”, antecipou Ana.

Turistas

O evento ainda contou com excursões oriundas de diversas localidades. Ônibus e vans realizavam o embarque e desembarque dos turistas na praça Manoel Guedes, do Museu Histórico “Paulo Setúbal”.

De acordo com o gerente-geral do Hotel Del Fiol, Fábio Rogério Vieira, com o fluxo de visitantes na cidade, a gestão hoteleira registrou aumento de cerca de 20% no número de hóspedes durante o período do evento.

“Houve incremento, sim. A festa está cada vez mais consolidada e, com isso, outros grupos começam a chegar para conhecer a cidade em busca de algo agregado, não só a festa do doce, mas em entretenimento de uma forma geral. O foco principal ainda está sendo de sexta para sábado e sábado para domingo”, informou.

“Doce Harmonia”

O primeiro concurso “Doce Harmonia”, promovido pela Aprodoce, em parceria com o Núcleo de Consultoria e Pesquisa em Gestão Empresarial (Conpeg), da Fatec (Faculdade de Tecnologia de Tatuí – “Prof. Wilson Roberto Ribeiro Camargo”), e com o apoio da prefeitura, também foi novidade da nona edição.

Segundo a organização, o concurso teve o objetivo de “aprimorar a arte culinária e gastronômica relacionada à fabricação de doces e confeitaria, reconhecendo e premiando os melhores doces tatuianos em três categorias distintas.

Elas estiveram divididas em: “tradicional” (doces que se enquadram nas tradições da culinária local ou regional), “gourmet” (com abordagem “refinada e sofisticada” em termos de sabor, apresentação e combinação de ingredientes) e “inovador” (que demonstrem criatividade e originalidade).

Pela categoria tradicional, a doceira Ariete Poles de Camargo recebeu o certificado de primeiro lugar por arroz doce intitulado “Receitas do Sítio”.

Na gourmet, o primeiro lugar ficou com a Ana Banana Cone Trufado, pelo “Cone Trufado Rafaello”, e o segundo lugar foi para Paula Ananda Brigadeiro Gourmet, pela “Coxinha de Morango Gourmet”, seguida pela terceira colocada, Cacau Rosa, que apresentou o “Cone Trufado Crocante de Nutella”.

Na categoria “inovação”, a doceira Raissa Confeiteira Artesanal ficou com o título de campeã, com a receita “Brigadeiro de Caramelo com Sucrilhos e Flor de Sal”. O segundo melhor doce foi o “Fondue de Coxinha de Cenoura com Nutella”, da Marielo Alimentos, seguido pelo Enrolado & Granulado, com a receita “Moscow Mule”.