Raul Vallerine
É durante as fases de maior adversidade que surgem as grandes oportunidades de se fazer o bem a si mesmo e aos outros. (Dalai Lama)
A frase “fazer o bem faz bem”, conhecida por todos, é cientificamente provada: pesquisas mostram que atos de gentileza ajudam no bem-estar e na saúde emocional de quem os prática. Já dizia o ditado: “bondade em balde é devolvida em barril”.
Mesmo na correria do dia a dia, é muito importante programar a rotina para fazer ações em benefício do próximo. Afinal, se cada um faz um pouquinho, no fim, temos um impacto de grande escala.
Fazer o bem faz bem, dá a sensação de bem-estar. Em outras palavras, essa sensação reduz os níveis de estresse e dá um equilíbrio emocional. Ajudar as pessoas que mais precisam com boas ações é fundamental para que a gente conquiste um mundo melhor.
Mas você já parou para refletir sobre como praticar atitudes positivas no dia a dia podem colaborar com quem as pratica? Causar o bem com boas ações já dá um quentinho no coração de imediato.
Ações altruístas ativam áreas do cérebro ligadas ao prazer e à recompensa. É o que mostra um estudo realizado nos Estados Unidos por pesquisadores brasileiros, que monitorou, através de ressonância magnética,
Nesse estudo realizado na Suíça para entender como fazer o bem beneficia as pessoas, foi constatado que as pessoas que eram voluntárias em algum projeto são menos esgotadas, menos estressadas e têm uma saúde mental melhor.
Além disso, fazer o bem ativa áreas importantes do cérebro, responsáveis pela sensação de prazer e recompensa. Isso foi resultado de outro estudo, que ao entregar uma quantia para algumas pessoas, elas poderiam escolher entre fazer ou não uma doação.
Quem fez a doação, teve o sistema de recompensa ativado no cérebro, causando a liberação de sensação de prazer, satisfação e aumenta a motivação, no trabalho humanitário.
Muitas vezes, as pessoas querem fazer o bem, mas não sabem por onde começar. Um primeiro passo é consultar as instituições do seu bairro, que podem mostrar quais as iniciativas e necessidades que precisam no momento.
Fazer o bem não é apenas ser voluntário. Várias outras atitudes ajudam os outros e a si mesmo, e podem ser feitas pontualmente ou incorporadas ao dia a dia.
A doação de sangue, por exemplo, é de extrema importância, especialmente durante a pandemia, que trouxe uma queda significativa do estoque dos bancos de sangue. Lactantes também podem doar leite materno.
Ajudar vizinhos de mobilidade reduzida a fazer pequenos reparos em casa ou compras de supermercado não tem custo e pode motivar outras pessoas da comunidade a se ajudarem.
Preservar o meio-ambiente é fazer o bem para todos. Informe-se sobre atitudes que contribuem para a preservação dos ecossistemas e para a desaceleração das mudanças climáticas, como reduzir o lixo produzido e consumir de maneira consciente.
É fundamental entender que a descoberta de como fazer o bem deve se tornar parte da rotina. Auxiliar um desconhecido, ser cordial no tratamento com as pessoas e pensar coletivamente são apenas algumas das ações que devem ser exercitadas diariamente, e que podem ajudar a transformar o mundo.
“Quem não vive para servir, não serve para viver”, disse Mahatma Gandhi. A espiritualidade, na busca por explicações para a nossa existência, entende o ato de servir como “ser-vir”, deixar o nosso “ser” vir à tona; é como colocar para fora as nossas virtudes.
Afinal, o que nos traz felicidade é a sensação de servir positivamente, impactando o mundo à nossa volta, edificando e evoluindo com a vida para que, ao fim da nossa jornada, possamos ser lembrados pelo bem que deixamos como legado.