Fatec incuba empresas para auxiliar no crescimento visando o mercado





Amanda Mageste

Incubadora da Fatec, Prefeitura e Sebrae, abriga oito empresas

 

A Incubadora de Empresas, que funciona junto à Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo” e tem como parceiros a Prefeitura de Tatuí e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), estuda receber, somente, empresas com “ideias inovadoras e tecnológicas”.

A incubadora, atualmente, trabalha com vários segmentos da economia, uma vez que ainda tem base mista e, apesar disso, de acordo com Therezinha de Moraes Muhamed Jamoul, gerente, o local serve para auxiliar o crescimento das empresas e criar uma parte de inovação nelas.

“Apesar de criar produtos que já existem no mercado, a característica é inovar”, ressaltou Therezinha.

São oito micros e pequenas empresas com sede na incubadora da Fatec. Os segmentos são variados, como alimentação, cosmético, tecnologia, eletrônicos e outros. A incubadora foi inaugurada em 2010 e é uma das poucas na região. De acordo com Therezinha, seis empresas já ficaram incubadas.

“Elas entraram, passaram pelo processo de incubação e saíram porque cresceram demais, ou porque tinha dado o prazo de elas permanecerem”, afirmou.

Cada empresa que entra, tem direito de ficar dois anos na incubadora, podendo prolongar por mais um, de acordo com a necessidade, projeto e de como os estabelecimentos defenderão a permanência deles.

Para se inscrever no processo de seleção, o representante da micro ou pequena empresa deve apresentar, na incubadora, plano e modelo de negócios.

Conselheiros estudam cada proposta, e a das empresas que mais se adéquam aos padrões da incubadora e que têm plano de negócios mais sólidos são escolhidas.

“Primeiro, a empresa manda um ‘planinho’ de negócio para saber a viabilidade, o porquê ela quer entrar, se é compatível com o perfil da incubadora. Ela é analisada por um conselho gestor da Fatec, Prefeitura e Sebrae, para verificar se é compatível com o que a incubadora pode oferecer”.

“Até então, era somente assim: qualquer empresa poderia conseguir entrar para a incubadora. A partir da próxima vez, elas terão um critério de tecnologia ou inovação. Até hoje, não era assim, as pessoas vinham, apresentavam um projeto e, se fosse aprovado, poderiam incubar”, ressaltou Therezinha.

Rosana Bertila Giazomazzi, professora da Fatec, disse que, para as pessoas que tiverem dificuldade com o modelo de negócios a ser apresentado, ela poderá dar uma capacitação para auxiliá-las.

Ela afirmou que, com o modelo de negócios, as pessoas vão começar a perceber o que é inovação.

“A gente não pode colocar produtos que sejam iguais no mercado, já que o Sebrae, a Prefeitura e a Fatec pedem que sejam ideias inovadoras. Até para a gente trazer um desenvolvimento mais rentável para a região”.

“Muita gente não tem ideia do que é uma incubadora. Então, às vezes, uma pessoa chega aqui e quer fazer uma ‘mesmice’, e a gente já começa a falar: ‘Tem que usar uma ideia inovadora’. Aí, já começam os questionamentos sobre o que é essa inovação”, contou Rosana.

A professora argumentou que há muita coisa no mercado. Porém, ela incentiva o empreendedor a “pensar”, porque, apesar de bastante produto inovador, ela acredita que ainda há muito a se criar.

Por este motivo, o rumo da incubadora precisou ser mudado, pois, segundo ela, ainda há bastante coisa diferente a ser construída e pensada.

De acordo com Rosana, a incubadora é um ambiente muito propício para novas empresas, pois oferece visão mercadológica, além de cursos, capacitação, consultoria e auxílio para se crescer e se estabilizar no mercado.

Therezinha aponta que as empresas que utilizam a incubadora têm grande fortalecimento da gestão. “Saem daqui mais competitivas. A gente dá esse suporte de gestão, para que elas possam competir com outras empresas, para não haver mortalidade precoce”.

O prazo de dois anos, podendo ser prorrogado para três, segundo Therezinha, é exatamente para as empresas saírem da incubadora com menos riscos de “quebrar”, para conseguirem constituir uma base sólida.

De acordo com Therezinha, por enquanto, não há cronograma específico a ser seguido pelas empresas, mas existe um “suporte” da Fatec, Sebrae e Prefeitura.

“A gente tenta criar uma ‘agenda’ de acordo com as necessidades de cada empresa que está incubada”, contou.

“Oferecemos as capacitações e oficinas de acordo com o que as empresas necessitam. Os proprietários também podem pedir uma ajuda específica do Sebrae, quando estiverem com algum problema”, pontuou Therezinha.

A gerente afirmou que, mesmo que a empresa saia fisicamente da incubadora, por motivos de crescimento, o Sebrae e a Fatec continuam dando apoio e suporte no que ela precisar.

As empresas ficam em “estandes” dentro da incubadora na Fatec, e a avaliação para definir se estão aptas a saírem de lá, para crescer e aumentar o espaço físico, é feita de acordo com o crescimento, faturamento e quantidade de funcionários.

“Se a estrutura da empresa não cabe mais aqui, ela precisará sair, mas pode permanecer como associada. Sai da incubadora, mas pode contar com o suporte, capacitação e utilização de professores e laboratórios da Fatec. As empresas e a incubadora poderão, sempre, ter uma ligação”, afirmou Therezinha.

Conforme Rosana, a incubadora é um ambiente que consegue abrigar empresas e ajudá-las a formar ideias diferenciadas, para poderem se tornar um negócio viável para o município.

Rosana disse que é importante as empresas de inovação ficarem incubadas para irem ao mercado de trabalho com sobrevida maior, para terem um crescimento e auxiliarem a economia e o desenvolvimento local.

“A incubadora é muito importante para o município, porque temos um ambiente que protege e ajuda a crescer as ideias inovadoras. Porque não adianta termos ideias se não tivermos onde e como desenvolvê-las”, ressaltou Rosana.

De acordo com a professora, o ambiente serve, também, para dar planejamento e controle aos negócios, “porque a ideia pode ser maravilhosa, mas, se não tiver algo que estimule a questão do empreendedorismo, ela não sai do papel”.

Conforme Rosana, a ideia já é um grande passo, mas, sozinha, ela “nada mais é que uma ideia”. A incubadora é importante para desenvolvê-la e protegê-la, pois, se ela precisa ser trabalhada em um “ambiente fértil”.

Therezinha afirmou que a incubadora tem o diferencial de inovação e a capacitação das empresas é “antes, durante e depois” do processo de incubar.

De acordo com Therezinha, é oferecida à empresa toda a infraestrutura, capacitação e suporte gerencial que ela precisa para se estruturar e entrar no mercado para competir com outros estabelecimentos.

“A ideia é que seja uma empresa para o sucesso. De oito, tendo uma ou duas que tenham sucesso no mercado, já é um ganho, porque é complicado, tem muita mortalidade de empresas”.

“Nos primeiros cinco anos, o Sebrae fala que 80% das empresas sofrem com a mortalidade precoce. Então, a gente tenta trabalhar para evitar isso”.

Rosana sustenta que, com a incubadora ajudando as empresas a crescerem, o município sai ganhando em todas as “performances”.

“Ganha na forma de empreendedorismo e no objetivo final, que é a parte de renda, que gera mão de obra, crescimento da região, e a empresa vai poder ir para o mercado de trabalho com uma base”.