Uma exposição e três shows movimentam a cidade nesta semana. A mostra “Tudo é Sempre Construção, e Também Ruínas” entrou em cartaz na segunda-feira, 21, e segue até o ano que vem. Já as apresentações musicais serão realizadas neste fim de semana. Todas as atrações são grátis e têm classificação livre.
O público pode visitar a mostra de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, na unidade do Sesi (Serviço Social da Indústria), à avenida São Carlos, 900, na vila Dr. Laurindo. A exposição assinada por Andrey Zignnatto fica até 1o de julho de 2018.
Ela consiste em uma instalação, baseada na frase “Aqui tudo parece que era ainda construção e já é ruína”, atribuída a Claude Lévi-Strauss quando da visita dele ao Brasil. Por meio da declaração, o artista realizou trabalho que tenta reproduzir o paradoxo da cultura brasileira no qual o consumismo enraizado compele à constante construção e reconstrução dos entornos das pessoas, o que pode ser considerado como reflexo de uma construção social vulnerável.
Trata-se de uma instalação com um muro de tijolos baianos, no qual quase todos os blocos que compõem a parede são quebrados para fora da estrutura do cimento. O resultado é a formação de uma espécie de ruínas, sobre uma construção ainda em desenvolvimento, atingindo o resultado proposto pelo artista.
“Tudo é Sempre Construção, e Também Ruínas” faz parte do projeto Ocupação Artística no Sesi de São Paulo. A ideia é ocupar espaços diversos, tais como: muros, arquibancadas, jardins, janelas, entre outros, de modo a transformá-los em plataformas expositivas. Os espaços recebem interferências artísticas produzidas em diversas técnicas e materiais e por diversos artistas.
Criada em 2013, a iniciativa promove o contato do público com novas linguagens artísticas, oferecendo-as em locais de grande visualização e circulação. Além disso, propicia o contato direto do espectador com o artista, que poderá acompanhar o processo de criação e de construção das obras.
O responsável pela instalação é natural de Jundiaí, São Paulo. Autodidata, Zignnatto tomou como um de seus eixos formais o tijolo, a partir da própria vivência em olaria, onde trabalhou por quatro anos como assistente de pedreiro. Variadas séries surgiram do embate entre a experimentação formal elaborada com tal matéria e a ideia/conceito que o artista desejara enfatizar.
De 2012 a 2015, o artista acumulou mais de uma dezena de premiações e participações em salões, mostras coletivas e individuais. Entre eles, destaca-se o Prêmio Honra ao Mérito – Arte e Patrimônio, organizado pelo Iphan/MinC (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Ministério da Cultura).
Zignnatto também assinou “Territórios Forjados”, na Funarte (Fundação Nacional de Artes), de São Paulo, em 2015; participou de Temporada de Exposições 2015, do Paço das Artes, na capital paulista; e Umbrella 18o Festival Cultural Inglesa, no British Culture Center, também em São Paulo, em 2014.
Além da exposição, o Sesi traz para Tatuí três espetáculos musicais. Eles acontece, neste sábado, 26, domingo, 27, e segunda-feira, 28. O primeiro será o “Black no Branco”, com a banda Estação do Groove, de soul, black e pop music.
O espetáculo que proporciona entretenimento, cultura e diversão por meio de um repertório composto por 11 músicas conhecidas e breves comentários históricos, baseado nos mais representativos autores da black music – Ray Charles (1930-2004), Stevie Wonder (1950), James Brown (1933-2006), Michael Jackson (1958-2009), e outros.
O show acontece dentro do “Festival Primavera Cultural de Tatuí”, com início às 19h30. Ele visa “divertir o público de forma educativa, oferecendo uma amostra da música negra popular norte-americana”. Por meio das músicas, o evento demonstra a influência em músicos de todas as etnias, incluindo os brasileiros, de forma a provar que a música suplanta fronteiras e rótulos.
Selecionado pelo projeto Território Sesi de Arte e Cultura, o espetáculo é uma das ações que visam ao incentivo e difusão da produção artística regional. A banda que faz a primeira das três apresentações é formada pelos músicos Mário Carvalho, Vicente Spartani, Roger Troyjo, Luiz Kersten e Marquinho.
Neste domingo, 27, a animação ficará por conta de Elaine Teotonio & Banda. O grupo apresentará o show “Divas do Samba”, às 19h30 e com entrada franca.
A carreira da cantora Elaine Teotonio é marcada pela dedicação da artista aos estudos e pesquisas de um repertório de músicas e biografias, de quase duas décadas. O trabalho soma de Chiquinha Gonzaga e Carmem Miranda à Adriana Ribeiro.
No show, Elaine mescla momentos de prosas, nos quais conversa com o público e fala sobre parte da história do samba. A cantora também solta a voz ao longo da apresentação, em músicas de nomes que são as grandes referências delas.
Entre as artistas que constam no espetáculo, estão: Clementina de Jesus, Jovelina Pérola Negra, Clara Nunes, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Leci Brandão, Alcione, Eliana de Lima, Mart´nália e Roberta Sá. Ela ainda interpreta nomes de mulheres que marcaram os nomes na história do samba, como: Elza Soares, Elis Regina, Gal Costa, Marisa Monte, Maria Rita e Paula Lima.
Ainda pelo festival cultural, o Sesi de Tatuí recebe nesta segunda-feira, 28, às 19h30, o show “Música, a Arte de Todos os Povos”, que pretende difundir a cultura negra por meio de releituras de importantes artistas afro-brasileiros, trazendo a história e mostrando como a arte rompe preconceitos e une povos.
A black music estará presente nas composições a serem executadas e é considerada, de acordo com a organização, a maneira que a população negra tem de se fazer ouvir.
O objetivo do espetáculo é mostrar que cantores negros, ao longo da história da música, construíram as vozes dentro de todos os estilos musicais, do jazz ao samba, passando pelo rap e rock, “indo até onde a voz conseguir chegar”. No Brasil, popularizou-se com o samba, que virou paixão e caiu nas graças do povo.
A apresentação ficará a cargo da banda Batucada Groove, formada por Danny Koritiake (voz), Saulo (teclado e coro), Thiago Torres (guitarra), Rodrigo Cabrerisso (baixo), Luciano Góes (bateria e coro) e José de Sá (percussão e coro).