Alexandre Russo, de 22 anos, liga Tatuí aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O velocista que disputaria vaga na final do atletismo na prova do revezamento 4×400 metros, na noite de sexta-feira, é ex-aluno do Conservatório de Tatuí.
Russo concluiu em 2010 o 7º semestre do curso da área de cordas sinfônicas. No dia 19, ele competiria no estádio do Engenhão. A participação estava prevista para acontecer após o fechamento desta edição (às 17h).
O velocista formado em música é reserva do time que também tem Hederson Estefani, Pedro Luiz de Oliveira, Hugo de Sousa, Peterson dos Santos e Lucas Carvalho.
Conforme a assessoria de comunicação do Conservatório, Russo costuma se apresentar nos cultos evangélicos da igreja Bola de Neve, na cidade de Campinas, onde frequenta.
Ele começou a tocar aos 3 anos, incentivado pela mãe, que tocava piano por hobby. A primeira apresentação veio aos 5 anos. A habilidade do garoto logo fez dele “spalla” (primeiro-violino) da Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório de Tatuí.
Aos 17 anos, Russo se encantou pelo atletismo ao ver uma reportagem sobre a quebra do recorde mundial nos 100 metros rasos pelo jamaicano Usain Bolt.
“Desde pequeno eu amava correr. Sempre era o mais veloz na escola e nos jogos escolares”, contou o jovem, que integra o clube de atletismo BM&FBovespa e é sargento da FAB (Força Aérea Brasileira), em nota enviada à imprensa.
A mãe de Alex, que sonhava ver o filho músico, levou um baque. “Foi muito difícil para ela. Quando comecei a treinar, eu ainda estudava violino, trabalhava em administração em uma empresa com meu pai e ia para escola. E do nada falei: ‘mãe, quero encerrar meus estudos no violino e virar atleta”.
Inspirado pelo recordista jamaicano, Russo foi atrás de um professor de atletismo em Boituva, onde vivia, e começou se arriscando primeiro nos 100 e 200 metros rasos. Convidado para a equipe do professor Evandro Lázari em Campinas, se especializou nos 400 metros, prova que melhor se adaptava a seu biotipo.
No currículo, estão conquistas nos campeonatos sul-americano juvenil e sub-23 e o 6o lugar no Troféu Brasil, que lhe garantiu a última vaga olímpica nos 4x400m.
O Brasil não chega a uma final olímpica no revezamento 4x400m há 24 anos. Se conseguisse na noite de sexta-feira, “a música na comemoração estaria garantida”. Conforme nota, Russo levou violino para a Vila Olímpica dos atletas.