Da reportagem
A violonista Gabriele Leite, ex-aluna do Conservatório de Tatuí e integrante do Quarteto Abayomi, também da cidade,está entre os seis músicos da Forbes Under 30 – lista da revista Forbes com jovens abaixo dos 30 anos que se destacaram em 2020.
Desde 2014, a lista Forbes Under 30 destaca os empreendedores, criadores e “game-changers” brasileiros abaixo dos 30 anos. Na edição de 2020, a revista selecionou seis nomes (em alguns casos, representados por duplas ou trios) em 15 categorias.
São 90 listados em artes plásticas e literatura; artes dramáticas (cinema, teatro e televisão); ciência e educação; design, arquitetura e urbanismo; esportes; finanças e venture capital; gastronomia; indústria (inclui infraestrutura e logística); marketing e publicidade; moda; música; tecnologia e inovação; terceiro setor e empreendedorismo social; varejo e e-commerce; e web (inclui e-sports).
Cada candidato é avaliado segundo uma série de critérios e métricas objetivas e subjetivas, como faturamento, criatividade, ineditismo, benefícios sociais reais e projetados, número de pessoas impactadas e “potencial de transformação no setor, no mercado, na comunidade, no país e no mundo”.
Eles foram eleitos entre aqueles que se inscreveram (ou foram indicados pelos leitores) na plataforma Under 30 do site da Forbes (forbes.com.br/under30/), entre os sugeridos pelos líderes e especialistas das respectivas áreas e entre os nomes pesquisados pelos jornalistas da Forbes.
Em nota à imprensa, a assessoria de comunicação do Conservatório de Tatuí ressalta que, aos 23 anos, Gabriele se destaca “pela trajetória de empenho e dedicação, encanta os críticos, coleciona prêmios e inspira os jovens e adultos por onde passa”.
A musicista começou a estudar música aos sete anos por influência dos pais. Participou do Projeto Guri, na cidade de Cerquilho, e ingressou no Conservatório de Tatuí em 2010, onde se formou em violão clássico.
A partir daí, formou-se em violão pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), foi finalista do concurso internacional Imagine Brazil e ganhou vários prêmios, como o de melhor participação brasileira no 27º Festival Internacional de violão de Koblez, na Alemanha.
Atualmente, cursa mestrado em violão clássico na Manhattan School of Music, em Nova York (EUA), com bolsa de estudo integral concedida pela Cultura Artística, mantém aulas virtuais e aguarda o visto para os Estados Unidos.
Gabriela conta que já era para ela estar no exterior, mas, devido à pandemia, iniciou os estudos de forma online e deve seguir assim até que consiga se mudar, nos próximos meses. Paralelamente, promove uma campanha de financiamento coletivo para a ida.
“Está sendo uma experiência enriquecedora e de grande troca cultural. Para ter noção, só nesses seis meses de aula, já realizei dois sonhos de fazer masterclass com as melhores referências do violão: o violonista cubano Manuel Barrueco e o espanhol Pepe Romero”, contou a jovem.
Em 2020, Gabriele também foi eleita pelo júri popular como “Jovem Talento no Grande Prêmio da Revista Concerto” e recebeu convite para ingressar no time “Augustine Strings”, um grupo seleto de artistas beneficiados com os materiais da marca.
A violonista tocou em festivais nacionais e internacionais, como o Festival Internacional de Campos do Jordão e XIX Festival de Música de Ourinhos.
Participou de masterclass com David Russell, Fábio Zanon, Paulo Martelli, Sharon Isbin, Aniello Desiderio, Berta Rojas, Tilman Hoppstock e Franz Halasz, entre outros.
Ficou em primeiro lugar no I Concurso Nacional Assovio Vertentes (2018), no XXXI Concurso Nacional de Violão Musicalis (2018) e no XXIX Concurso Nacional de violão Souza Lima (2018).
Gabriele ressalta que a vida cultural de Tatuí na escolha da profissão teve papel decisivo. “Essa efervescência é muito forte no interior, principalmente em cidades que estão próximas a Tatuí. Sou de Cerquilho, e vi uma oportunidade de seguir na música no Conservatório”, comenta.
“Sem dúvida, Tatuí é o celeiro de muitos artistas como esse primeiro ponto para chegar na música, no aprendizado, para se desenvolver e começar uma carreira musical”, acrescenta.
A musicista ainda ressalta que o Conservatório foi fundamental para desenvolver o que ela tinha de básico e aprofundar os estudos para começar a pensar na possibilidade de seguir no meio artístico.
“O Conservatório me deu todo o suporte necessário para, cada vez mais, entender que a carreira musical é quase sempre estar bem alinhada a boas instituições”, afirmou.
Gabriele conta que, ainda pequena, sonhava em estudar no Conservatório de Tatuí, mas não tinha idade para entrar na instituição, que, além disso, ficava em outra cidade.
A mãe, costureira na cidade de Cerquilho, ouviu dizer que havia aberto um Projeto Guri no município e decidiu matricular a filha de sete anos.
Em 2010, Gabriele realizou o sonho de entrar para o Conservatório de Tatuí, onde foi aluna do professor Jair Teodoro de Paula e, também, dos professores Ricardo Grion, Angela Muner e Edson Lopes.
Conciliando os dois cursos, Gabriele se formou no Conservatório de Tatuí em 2015. Alçou novos voos, mas mantém laço com Tatuí, onde integra, junto com professores da instituição, o Quarteto Abayomi.
Indagada sobre a transformação por meio da música, a artista responde: “Quero levar a música a lugares inóspitos, onde as pessoas não têm acesso, ou, então, não entendam o papel fundamental dessa prestigiosa ferramenta que é a arte”, finaliza.