País planaltico, em grande parte com relevo propício, despertou a atenção dos produtores da época e com o pioneirismo do Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Souza para a instalação dos primeiros trilhos das estradas de ferro no Brasil. Escoar a produção de café para os portos era a principal função e lógico, depois como transporte de passageiros.
Final do século XIX e até meados do XX vivemos sobre trilhos, muitas cidades surgiram com as estradas de ferro, como Marília-SP, por exemplo. Tudo que consumíamos era via ferroviária, o custo transporte ferroviário quase 30% mais barato que outros meios. Todavia esse quadro mudou lamentavelmente para pior, com a implantação das indústrias automobilísticas a partir dos anos 50 por aqui.
Novas e melhores estradas, comércio de peças automotivas, consumo de petróleo, a cara do Brasil mudou, era a época dos grandes interesses e por isso havia a necessidade de “esquecer” as viáveis estradas de ferro, começando o crime do sucateamento das mesmas. Até os bondes de algumas cidades, como São Paulo, foram retirados (na Europa ainda hoje são intensamente utilizados).
Estava acontecendo um dos grandes absurdos na história da administração pública do país. Preços subiram, a poluição aumentou e o trânsito ficou caótico. É o preço que pagamos pelo abandono premeditado das ferrovias. Elas até ajudaram o esporte com a criação por todo o país de diversos clubes, entre eles o de funcionários da Estrada de Ferro Araraquara, surgindo então a Associação Ferroviária de Esportes, clube tradicional e histórico do futebol de São Paulo.
Ainda lutando para se manter, a “ferrinha” carinhosamente chamada, tem a fama de ter revelado grandes nomes para o futebol brasileiro. A foto é de 1967 e podemos recordar de alguns bons valores da época. Em pé: Carlos Alberto, Baiano, Fogueira, Fernando, Teodoro e Rossi. Agachados: Peixinho, Rui Júlio, Téia, Bazani e Pio. Grandes recordações e enorme desprezo pelos que por interesse estrangeiro, acabaram com um maravilhoso patrimônio do nosso país.
NOTA: As fotos são do arquivo pessoal do autor, que data de 50 anos. Ele, como colecionador e historiador do futebol, mantém um acervo não somente de fotos, mas de figurinhas, álbuns, revistas, recortes e dados importantes e registros inéditos e curiosos do futebol, sem nenhuma relação como os sites que proliferam sobre o assunto na rede de computadores da atualidade
