Da reportagem
A escritora tatuiana Cristina Siqueira entregou, nesta sexta-feira, 24, na Emef “Prof.ª Maria Eli da Silva Camargo”, no Jardim Rosa Garcia I, o “mural poético” intitulado “Homens, Reparai Bem que As Árvores Têm Alma”.
Produzido em azulejo, o projeto conta com dimensão de 2,80 metros de comprimento por 2,50 metros de altura e é, explica a autora, um “muralismo, tipo de arte que tem como suporte paredes e painéis permanentes”.
Cristina comentou que o projeto tem, para ela, um significado muito forte, por se tratar de “uma arte poética, transmitida em linguagem atual, que propiciará uma relação de proximidade com o público, de forma a despertar a sensibilidade e enaltecer um tema ecológico, histórico e social com raízes no passado”.
Ela conta que a arte muralista tem como tradição cultural o continente europeu. “Tem uma cidade pertinho de Amsterdam que tem cem murais enormes. E a arte muralista vem desde os primórdios, em Portugal, de azulejo”, explica.
O verso da arte muralista é uma exaltação à série “Sertanejas”, do escritor tatuiano Paulo Setúbal. E ela disse ter se emocionado com o tema por falar sobre a ecologia, sobre a qual relatou ter apreço e respeito.
“É um grito de alerta, é ser vivo. E ele tem de ser tratado dessa maneira, como ser vivo e que nos serve. A vegetação nos serve, o verde nos serve”, salienta.
Durante a cerimônia de entrega, Cristina afirmou estar feliz e emocionada com o resultado, em razão de o projeto ter tido envolvimento com as crianças da escola. “O trabalho que eles apresentaram hoje é maravilhoso. Eles fizeram parlendas e murais, e foi tudo muito bonito”, ressaltou.
Baseando-se na arte da escritora, a equipe pedagógica da instituição desenvolveu, com as crianças, trabalhos relacionados à escrita e às artes visuais. Durante quatro meses, os alunos produziram poesias ilustradas, rimas e coral com músicas sobre o tema.
Cristina disse ter escolhido a escola em razão da dedicação que a instituição e os alunos tiveram com ela no ano passado, quando foi o tema escolhido para ser homenageado no desfile cívico de 11 de agosto.
“Eu me emocionei muito no desfile, porque eles fizeram um trabalho maravilhoso. Não foi simplesmente uma homenagem. Eles levaram meses para fazer cartazes e colocar aquelas crianças na rua para contarem a minha história”, salientou.
Após a homenagem, Cristina contou ter procurado saber mais sobre a escola. E disse ter se identificado com o bairro, por ele ainda preservar algumas árvores nativas, flores nas ruas, e por algumas casas ainda cultivarem jardineiras.
“Tem quaresmeiras espalhadas por tudo quanto é canto. E nessa escola tem uma área fantástica de vegetação. Quando visitei ela pela primeira vez, vi o verde que tinha ali. Eles têm até uma árvore de pau-Brasil, imagina que coisa maravilhosa”, concluiu.
O projeto foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo – do Ministério da Cultura, do governo federal, por meio da prefeitura de Tatuí – e teve como patrocinador máster a cerâmica Strufaldi.