Em entrevista coletiva na semana passada, o delegado José Alexandre Garcia Andreucci, despediu-se da titularidade da Polícia Civil do município. Ele foi transferido para a seccional de Itapetininga.
Andreucci demonstrou que registrou “inúmeros recordes no município, ao longo da carreira”. O primeiro deles, o tempo que exerceu o cargo “ininterruptamente”.
O delegado veio para Tatuí em 1991, para assumir a titularidade do 3º DP (Distrito Policial). Na época, a unidade funcionava na rua Adauto Pereira. Depois, assumiu a Cadeia Pública e, na sequência, a titularidade.
Em Tatuí, recebeu 46 moções de elogios concedidas pela Câmara Municipal pelos “relevantes serviços prestados na cidade”. Também se tornou o delegado que “mais concedeu entrevistas” aos órgãos de imprensa da cidade e região.
Nos 23 anos em Tatuí, teve mais de 800 notícias vinculadas em jornais da cidade e região. “Todas elas, sempre esclarecendo crimes”, salientou o ex-titular.
Ele também deu entrevistas sobre “casos complexos”, que renderam mais de 170 reportagens vinculadas nos telejornais de amplitude nacional, incluindo “Bom Dia São Paulo”, “Bom Dia Brasil”, “Jornal Nacional” e “Fantástico”.
Andreucci afirmou que demorou 18 anos para assumir o cargo de titular do município. Até então, havia exercido “todos os cargos da Polícia Civil”. Na cidade, criou o SIG (Setor de Investigações Gerais) unificado e a Central de Inteligência.
Quando diretor da Cadeia Pública, atuou no trabalho de desativação da unidade, que, em 2007, atingiu 300 detentos. “Graças a Deus, a cadeia foi interditada sem dar causa a uma tragédia que estava sendo aguardada e esperada”, disse.
Andreucci citou que teve uma carreira “repleta de recordes” em oito anos como titular – ele assumiu o posto em 2006. A começar pelo número de homicídios esclarecidos.
Dos 72 registrados no período em que ele exerceu a titularidade, 67 foram esclarecidos. Durante os oito anos, houve dez latrocínios (roubos seguidos de morte) na cidade, sendo todos elucidados. “Portanto, 100% de esclarecimento”, frisou.
No ano em que assumiu a função, Andreucci ressaltou que Tatuí apresentava 25 homicídios anuais, sendo que a média de esclarecimentos era de quatro. Em 2013, a Polícia Civil esclareceu todos os crimes de assassinato.
“Esse fato é relevante se considerarmos que Tatuí, em 2003, chegou a ter 35 homicídios, e Brasília, capital federal, que tem a polícia mais bem paga e aparelhada do país, teve, no ano passado, 25 homicídios para cada cem mil habitantes”, apontou.
Ao falar sobre a carreira, o delegado agradeceu o apoio recebido dos policiais civis e funcionários municipais que atuaram ao lado dele. Também citou a colaboração dos meios de comunicação para a divulgação e esclarecimento dos crimes, os leitores e os ouvintes. Agradeceu, por fim, às instituições civis, que “sempre ajudaram”, companheiros e amigos pessoais.
A bem da verdade, para a população, independe se este ou aquele responsável pela prestação de qualquer serviço público é ligado ao partido A, B ou C, se ele alcançou o posto por mérito ou indicação. Interessa se os serviços são bem prestados – ou não.
Isto vale, naturalmente, para todas as instâncias de poder, da federal às municipais. Assim, a expectativa se assenta sobre todas as áreas de ação dos governos, mas, especialmente, sobre saúde, educação e segurança. Em todas, por não encontrar resposta a contento, quem pode apela aos serviços privados.
Ganham os “particulares” planos de saúde, escolas e serviços de segurança. Mesmo assim, há situações em que nem a iniciativa privada pode fazer diferença, como nos casos de esclarecimentos de crimes, por exemplo.
Nos últimos anos, praticamente, Tatuí manteve índice de 100% na identificação dos autores de assassinatos e latrocínios – os crimes mais temidos, compreensivelmente. O maior responsável pelo mérito – necessário reconhecer – é o delegado Andreucci.
Para tanto, inclusive, soube muito bem utilizar-se da imprensa, com quem manteve contato estreito, sempre levando a público informações que poderiam contribuir com as investigações, particularmente com a identificação de suspeitos.
O resultado – e o que interessa à população – é que a cidade destacou-se pelo alto grau de esclarecimento de crimes graves, o que, obviamente e no mínimo, ajuda a inibir a ação de criminosos. A quase certeza de ser preso deve ser algo a ser temido. Ou não?
Está aí o maior desafio da nova chefia da Polícia Civil do município, a qual, pelo bem da própria cidade – pela segurança pública -, deve receber não apenas o apoio irrestrito das demais autoridades, mas da própria população e da imprensa, que pode continuar a ser (bem) utilizada no combate ao crime.
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