Os números correspondentes aos falecimentos por mortes naturais em Tatuí, divulgados pelo jornal O Progresso na edição desta quarta-feira, 6, mais uma vez reforçam o impacto francamente positivo da vacinação em massa sobre a pandemia de Covid-19.
Em paralelo, a mudança de realidade também parece estar impactando de forma muito oportuna a consciência da população sobre a única maneira real e eficaz de se combater o vírus e, assim, abrir caminho a um retorno seguro à normalidade.
As conquistas no enfrentamento à doença e a adesão popular à vacinação na cidade – também animadoramente – seguem tendência nacional, desanuviando as sombras medievais do negacionismo.
Isso, por sua vez, tem permitido o retorno de um tanto mais de “luz”no país, refletida não somente em menos hospitalizações e óbitos, mas no despertar do torpor fanático e, portanto, em esperança de um Brasil mais maduro, produtivo e predisposto à paz!
Como se observa, essas injeções contra Covid-19, muito distante do delírio cômico de carregarem chips socialistas ou potencial para mutações de seres humanos em jacarés-jagunços, têm causado outro efeito colateral extraordinário: imunidade contra a epidemia nacional de desinformação – esta, sim, criada artificialmente em laboratórios virtuais, cuja mais produtivo tem sido o animado “gabinete de ódio”.
Esta consciência mais apurada sobre as insanidades e manipulações oportunistas – que já indubitavelmente em nada se importam com a vida das pessoas, senão somente com as próximas eleições –ficou muito evidente na enquete promovida por este jornal na semana passada.
Pela pesquisa, sete em cada tatuianos identificam a vacinação como responsável pela diminuição profunda dos casos de internações e óbitos por Covid-19, enquanto dois creem no chamado “tratamento precoce”.
Desnecessário observar (mas, não, né?) que, se esse procedimento de fato funcionasse, a atual queda brusca nos casos graves e mortes teria ocorrido muito antes e não justamente agora, quando a vacinação deslanchou.
Mais até: se o “kit-Covid” servisse para algo efetivo, teria simplesmente impedido o avanço da pandemia, vez que teve muito mais adesão no início da tragédia e não agora, quando, pelo contrário, segue cada vez mais desacreditado e, por consequência, escanteado.
Não obstante, considerando ainda haver resistências à “ciência”por um módico contingente afetado pelo vírus das conspirações, vale novamente dar relevo à matemática, ciência razoavelmente aceita pelo negacionismo, que “ainda” não está negando a equação de dois mais dois resultar em quatro.
Isto em vista, seguem os números concernentes a Tatuí, explicitando-se a eficácia dos imunizantes contra o novo coronavírus, sobretudo diante do fato de a campanha ter crescido exatamente no período em que as mortes e hospitalizações diminuíram.
Os números relativos à redução de mortes por causas naturais são apontados em levantamento do Portal da Transparência do Registro Civil, administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais).
O órgão indica um total de 65 óbitos em setembro de 2021, 27,77% a menos que os 90 do nono mês de 2020. Em comparação a setembro de 2019 (79), o número de mortes representa queda de 17,72%.
O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país. As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos para a constatação dos falecimentos) que dão origem às certidões de óbitos, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.
Desde o início da pandemia, a plataforma do Registro Civil passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeita ou confirmada), e, ao longo dos meses, novos módulos sobre óbitos por doenças respiratórias e cardíacas foram adicionados ao portal, com filtros por estado e município.
As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos, e, nesta classificação, estão inclusos os óbitos por Covid-19, SRAG (síndrome respiratória aguda grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia, que é o choque séptico.
Até às 15h de segunda-feira, 4, o registro apontava que, no mês de setembro deste ano, sete pessoas haviam perdido a vida por pneumonia, três por insuficiência respiratória e cinco por septicemia. Não houve morte por causa indeterminada (ligada a doença respiratória, mas não conclusiva) e por SRAG.
Além disso, o levantamento mostra um total de seis mortes por Covid-19 em setembro. Contudo, a assessoria de comunicação do portal explica que, quando na declaração de óbito há menção de Covid-19, coronavírus ou novo coronavírus, considera-se como causa a Covid-19 (suspeita ou confirmada).
Entre as causas cardiovasculares, o levantamento aponta cinco mortes por AVC, uma por infarto e nove por questões vasculares inespecíficas. Outros 29 óbitos estão relacionados a outros tipos de doenças.
No nono mês de 2020, 12 pessoas perderam a vida por pneumonia, três por insuficiência respiratória e oito por septicemia. Não houve morte por SRAG ou causa respiratória indeterminada em setembro do ano passado.
Além disso, o levantamento mostra 16 mortes por Covid-19 em setembro de 2020. Entre as causas cardiovasculares, o levantamento aponta 9 por AVC, 4 por infarto e 12 por causas vasculares inespecíficas. Outros 26 óbitos estão relacionados a outros tipos de doenças.
A base de dados é abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos (naturais e violentos) registrados nos Cartórios de Registro Civil do país. Os números ainda podem ser alterados, uma vez que o portal tem prazo legal de até 14 dias para lançar os óbitos.
A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem até cinco dias para formalizar o falecimento e, depois, até oito para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.
A aferição quanto à cidade é cabal, e só não convence quem definitivamente decidiu por mudar domicílio de Tatuí para a Terra plana, onde os cartórios falsificam certidões, os médicos mentem e caixões são enterrados com paralelepípedos.
Na vida real, em que as pessoas estão penando para abastecer o carro e comprar gás, arroz e feijão, felizmente a vacinação tem ajudado a diminuir mortes, preservar vidas e, ainda, estimular a consciência.