Professores da rede estadual de ensino acompanham os desdobramentos do “estado de greve” decretado na sexta-feira, 8. Em assembleia, docentes ligados à Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) decidiram pelo início da mobilização, que tem por objetivo o reajuste salarial da categoria.
O estado de greve é uma situação na qual os trabalhadores avisam aos governantes que a paralisação pode começar a qualquer momento.
No caso dos professores, ficou decidido que o início da greve será deliberado em nova assembleia, marcada para o dia 29. Caso aconteça, o sindicato irá informar ao governo do Estado o calendário da paralisação e a pauta de reivindicações.
Em Tatuí, os professores ligados à entidade começaram a mobilização nas escolas para conseguir apoio ao movimento grevista.
A representante da Escola Estadual “Professor José Celso de Mello” na Apeoesp, Raquel Vivi Convento, informou que a realização, ou não, da greve será discutida em cada escola, cujos posicionamentos serão repassados ao sindicato.
“Nós precisamos discutir isso entre os professores, para saber se vale a pena, ou não, fazer a paralisação. Ainda vamos conversar sobre isso”, afirmou.
A educadora disse que não é possível saber qual será o posicionamento dos professores e que a realização da paralisação é incerta. “Não posso dar opinião sobre isso, pois é muito cedo para falar. No decorrer do mês, a situação vai se definindo mais”.
Raquel afirmou que o movimento deste ano tende a ser maior que o do ano passado, quando 30 professores aderiram à greve, que durou aproximadamente 80 dias.
Participaram do movimento professores das escolas “Professor José Celso de Mello”, “Professora Lienette Avalone Ribeiro”, “Professora Semíramis Turelli Azevedo” e “Chico Pereira”.
Os professores do Estado reclamam reajuste salarial, protestam contra as condições de trabalho e o fechamento de salas de aula. “Estamos há três anos sem reajuste salarial. Não conseguimos nem a reposição da inflação”, finalizou.
A coordenadora da subsede da Apeoesp em Itapetininga, Creusa Maria de Carvalho, explicou que o governo estadual ainda não abriu negociações com a categoria.
“Quiseram transformar o nosso bônus, que é repassado pelo governo federal, em 2,5% de reajuste. Não aceitamos isso”, disse.
O bônus é pago somente aos professores que trabalham em escolas com bom desempenho em provas de avaliação. Segundo a sindicalista, apenas 20% dos docentes da rede estadual são abrangidos pela bonificação.
Até a definição da greve, as aulas continuam normalmente na rede estadual de ensino, segundo Creusa, que está organizando a ida de professores da região a São Paulo para participar da assembleia no dia 29.
“Os professores que quiserem participar da assembleia podem entrar em contato com a subsede Itapetininga”, informou.