Da reportagem
Os vereadores escolheram, em sessão ordinária, na noite de segunda-feira, 19, a composição da nova mesa diretora da Câmara Municipal ao biênio 2023/2024. Diversas articulações políticas ocorreram, horas antes, e impactaram diretamente no resultado da votação.
A principal delas determinou a escolha da nova presidência. Por apenas um voto, o parlamentar Eduardo Dade Sallum (PT) foi eleito, aos 29 anos, o presidente mais jovem da história do Poder Legislativo de Tatuí. Ele assume o cargo a partir de 1º de janeiro de 2023.
Conforme apurado pelo jornal O Progresso de Tatuí e publicado na edição do dia 18, nos bastidores da Câmara Municipal, os nomes de João Éder Alves Miguel e Renan Cortez, ambos do MDB, eram os mais cotados para a presidência do Legislativo.
Na tarde de sexta-feira, 16, a reportagem contatou os vereadores, contudo, Cortez preferiu não se pronunciar sobre o assunto antes da votação. Já Alves Miguel comentou que “qualquer um dos vereadores”, com exceção do atual presidente da Casa de Leis, Antonio Marcos de Abreu (PSDB), poderia ser eleito.
A apuração da reportagem confirmou que, até a manhã de segunda-feira, 19, Alves Miguel e Cortez realmente eram os favoritos. No entanto, diversas articulações políticas aconteceram ao longo do dia até cerca de uma hora antes da votação.
Entre as articulações, houve vereadores que mudaram a preferência de candidato e o nome de Sallum, até então cotado para concorrer à vice-presidência, foi colocado para disputar o cargo de presidente.
Outro fator apontado como determinante, conforme a apuração, foi a vereadora Gabriela Xavier Mendes Coito (Podemos). Ela testou positivo para Covid-19 no final da semana passada e esteve presente no plenário da Casa de Leis, apesar de não ter feito um novo teste com resultado positivo.
Por conta disso, Abreu chegou a suspender a reunião parlamentar, a qual só foi retomada após Gabriela apresentar um laudo médico atestando a aptidão para retornar ao trabalho. A ausência dela poderia fazer com que alguma das votações empatasse e o eleito fosse definido em sorteio.
Sallum foi eleito presidente com nove votos, um a mais do que o outro candidato ao cargo, Alves Miguel. O mesmo aconteceu na disputa pela vice-presidência, na qual Abreu recebeu nove votos e Cíntia Yamamoto Soares (PSDB), oito.
Os cargos de primeiro e segundo-secretário serão ocupados por Cortez e Fábio Antônio Villa Nova (PP) nos próximos dois anos. Na votação, eles superaram Márcio Antônio de Camargo (PSDB), por 11 votos a seis, e Gabriela, por nove votos a oito, respectivamente.
A O Progresso de Tatuí, o presidente eleito do Legislativo reconheceu que havia incerteza sobre quem ocuparia o cargo. Para Sallum, “política é senso de oportunidade”.
“Imaginava que poderia ser eleito, mas realmente não tinha certeza. Acredito ter sido uma votação histórica por conta da indefinição até os últimos minutos”, declarou.
“Jogamos com a ferramenta que tínhamos para chegar à presidência, mesmo em uma situação muito atípica, sem ter um ‘bloco’ desde o início”, afirmou Sallum, destacando ser “o único presidente eleito em Tatuí sem fazer parte da base governista ou da opositora nos últimos 30 anos”.
Ele também exaltou o trabalho desenvolvido por Abreu, ressaltando que o atual presidente da Câmara Municipal, nos últimos quatro anos, “arrumou a casa”.
Por ter sido eleito para biênios em legislaturas diferentes, Abreu pôde se reeleger uma vez, no entanto, era obrigatória a saída dele do cargo a partir de 2023.
De acordo com Sallum, a presidência dele terá três papéis fundamentais na Casa de Leis, sendo o primeiro a melhora do apoio técnico aos mandatos e avanço na transparência e publicidade, com a intenção de aproximar a população ao Legislativo e gerar mais debates populares.
O segundo papel, conforme o presidente eleito, é o administrativo. O desejo dele é melhorar as condições de trabalho e valorizar os servidores públicos municipais que atuam no Legislativo.
Por fim, o parlamentar pretende “garantir a independência do Legislativo, a fiscalização do Executivo e dar voz a todos os vereadores”.
“Não vamos permitir qualquer tipo de perseguição a parlamentares. Nós seremos uma presidência em diálogo constante com o Executivo, a fim de acelerar o desenvolvimento da cidade”, finalizou Sallum.