O Dito Requetem era uma figura impar, suas aventuras dariam um livro, todinho dele. Ele era dividido em três: um deles era o trabalhador… o outro corinthiano roxo e o último, ser extremamente esquecido. Usava uma camisa do Timão, que vestia desde a fundação do clube do coração, não a tirava nem para dormir e nem para lavar. De bar em bar, ele comemorava as conquistas do Timão e, quando demorava vir uma vitória (o que não era raro), ele passava a comemorar um título conquistado no Quarto Centenário, em 1954.
As más línguas diziam que a única vez que Requetem tirou a camisa, ela ficou parada em pé, parecia um manequim. Pior ainda: os linguarudos de plantão falavam que o Dito havia se esquecido de nascer. A mamãe já estava esperando o pimpolho havia nove meses e nada…
O tempo passando e nada do Dito. Chamaram a Dona Malvina, a melhor parteira de Tatuí.
– Deita aí, ordenou a experiente profissional.
Olhou, olhou outra vez, mais uma vez e sentenciou:
– Tá tudo bem, o menino já vem vindo, ele só estava esquecido de sair…
Dito Requetem foi casado duas vezes, e duas vezes separado. Quando perguntado sobre o fim dos casamentos, e respondia:
– Eu me esquecia os endereços das “patroas”!…
Certa feita, eu estava passando pela frente da Santa Casa quando vi o Requetem saindo de lá, com a perna toda enfaixada. Parei e ofereci ao velho amigo uma carona, que foi logo aceita.
No caminho, o “Reque” me contou que havia caído da escada. Um degrau tinha se rompido e, da escada até o chão, foi um segundo. Comentou, ainda, que não foi tão grave assim, já que, depois de medicado, foi mandado para casa.
Era preciso, no entanto, voltar logo à tarde, para passar pelo “arcopedista”, coisa que ele não tinha entendido muito bem, mas que estava gostando da ideia…
E dá-lhe tratamento “arcólico”…
Esse era o famoso e querido Requetem.