Discopatia degenerativa

Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa – Cremesp 34708 *

Discopatia degenerativa é uma alteração comumente encontrada nos exames de imagem, como raio-X, ressonância magnética ou tomografia computadorizada, que significa que o disco intervertebral presente entre cada vértebra da coluna está se degenerando, ou seja, perdendo a sua forma original, o que aumenta o risco de ter uma hérnia de disco, por exemplo. Dessa forma, ter uma discopatia degenerativa não significa que a pessoa tem uma hérnia de disco.

Algumas características da discopatia degenerativa são a presença de:

  • Fibrose, que faz com que o disco fique mais endurecido;
  • Redução do espaço intervertebral, que faz com que o disco fique mais achatado;
  • Diminuição da espessura do disco, que fica mais fino que os outros;
  • Abaulamento discal, que faz com que o disco fique aparentemente curvo;
  • Osteófitos, que é o crescimento de pequenas estruturas ósseas nas vértebras da coluna.

Essas alterações são mais frequentes na região lombar, entre as vértebras L4-L5 e L3-L4, mas podem afetar qualquer região da coluna. Quando nenhum tratamento é realizado para melhorar a qualidade do disco intervertebral, a consequência mais comum é o desenvolvimento de uma hérnia de disco. As hérnias dicais são mais comuns entre as vértebras C6-C7, L4-L5 e L5-S1.

O que causa

A degeneração discal, como também é conhecida, acontece devido a fatores como a desidratação do disco, fissuras ou rupturas do disco, que podem acontecer devido ao sedentarismo, traumas, prática de exercícios vigorosos ou trabalho com esforço físico, além do próprio envelhecimento. Embora possa afetar pessoas jovens, as mais afetadas têm mais de 30-40 anos de idade.

Pessoas que passam muitas horas sentadas e precisam inclinar o corpo para frente, de forma repetitiva ao longo do dia, como motoristas de caminhões, secretárias e dentistas, têm maiores chances de apresentar alguma alteração do disco vertebral.

Não é preciso um evento traumático de grande importância para dar início à degeneração discal, porque ela também pode se desenvolver de forma silenciosa e progressiva ao longo da vida.

Sintomas

A degeneração do disco intervertebral pode não apresentar sintomas, principalmente nas pessoas mais jovens, que ainda não desenvolveram hérnia de disco. Ela geralmente é descoberta em exame de imagem, especialmente ressonância magnética ou tomografia computadorizada. No entanto, podem haver sintomas como dor nas costas, que piora ou ao fazer esforços.

Tem cura?

É possível melhorar a qualidade do disco, eliminando completamente a dor, se essa existir. O tratamento para melhorar a qualidade do disco intervertebral consiste em duas hipóteses: cirurgia, quando já existe hérnia de disco, ou fisioterapia, quando existem dor e limitação dos movimentos.

Algumas orientações importantes em caso de discopatia degenerativa, sem sintomas e sem hérnia de disco, são preservar a coluna, mantendo a boa postura ao caminhar, sentar, deitar, dormir e permanecer de pé.

Além disso, também é importante evitar fazer esforços físicos, e sempre que for preciso levantar objetos pesados, deve o fazer de forma correta, sem forçar a coluna. Praticar exercício físico como a musculação, sob orientação profissional, 2-3 vezes por semana é indicado para todas as pessoas sedentárias e que passam muito tempo na mesma posição durante o trabalho

Tratamento indicado

O tratamento mais indicado é a fisioterapia diária. Se não for possível atingir uma melhora significativa com a fisioterapia, pode-se recorrer à cirurgia para a colocação de uma prótese articular ou discal, ou para remover osteófitos, que são uma espécie de calo ósseo que se formam na coluna, causando dor e desconforto.

Além disso, é importante:

  • Emagrecer, se o indivíduo estiver acima do peso ideal;
  • Evitar esforços desnecessários;
  • Alimentar-se corretamente, dando preferência ao consumo de alimentos anti-inflamatórios, como gengibre, pimenta e açafrão. Usar muitas frutas, legumes e verduras (de preferência de cor verde escura);
  • Fazer algum tipo de atividade física, como caminhada, Pilates clínico ou hidroginástica, por exemplo, se já não houver dor.

Se o trabalho que o indivíduo desenvolve for um dos causadores da espondiloartrose lombar, ele deverá afastar-se do trabalho por tempo indeterminado e, dependendo do caso, pode até mesmo se aposentar.

Quem sofre com a espondiloartrose lombar pode beneficiar-se da prática de exercícios físicos quando as dores forem menos incapacitantes. Mas é importante que o educador físico ou o fisioterapeuta tenham conhecimento do tipo de lesão que o indivíduo possui para indicar exercícios adequados, que tragam benefícios e não agravem a lesão.

Procure sempre um ortopedista para o tratamento.

Fonte: internet.

* Médico pediatra com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) desde 1981. Diretor clínico da Alergoclin Cevac – Clínica de Vacinação Humana.