Apresentada na reunião de início dos trabalhos do ano, a diretriz do Comtur (Conselho Municipal de Turismo) para este ano prioriza ações “mais práticas que teóricas”. De acordo com o presidente do órgão, Wagner Eduardo Graziano, o conselho pretende instituir uma linha de trabalho que produza resultados.
“No primeiro encontro, discutimos o caminho que o conselho vai tomar neste ano de 2018”, iniciou. A O Progresso, no mês passado, Graziano disse que o novo prisma permitirá ao Comtur reformular ações de modo a atender plenamente às exigências do MIT (Município de Interesse Turístico).
De acordo com o presidente, a lei está passando por mudanças, como o total dos percentuais contingenciados para uso específico. Entretanto, Graziano ressaltou que Tatuí já previa as adaptações e “aprendeu a lição de casa”.
A ideia do conselho é de priorizar a votação de projetos em vez de apenas discutir propostas. Graziano enfatizou que os planos poderão ser apresentados por diferentes vias. “As ideias podem vir tanto da sociedade civil, do poder público, do próprio conselho ou de representações”, exemplificou.
Por ter composição heterogênea, o Comtur possui como membros integrantes de diversos setores da sociedade. O presidente comentou que, por essa mesma razão, cada uma dessas subdivisões tem vez no conselho.
“O que está acontecendo, ainda, é que nós fazemos um pré-projeto. A proposta é lançada ao conselho, que a aprova e, só depois, ela será realizada”, disse.
Graziano afirmou que a grande dificuldade do conselho não reside na discussão e aprovação das ideias, mas na concretização delas. “Como é que vamos fazer para colocar em prática? E daí, não temos continuidade”, argumentou.
Visando dar novo desenho a esse quadro, Graziano antecipou que o conselho está buscando entendimentos com outros órgãos. Ele está buscando compor, com os presidentes dos demais conselhos municipais, um alinhamento.
A proposta é que todos os órgãos possam “caminhar no mesmo sentido”. “Os conselhos trabalharão juntos, com uma única produção voltada ao turismo”.
Para o presidente, o esforço precisa ser coletivo, dada a natureza turística da “Capital da Música”. Graziano mencionou que, ao contrário da maioria das cidades turísticas, Tatuí não tem mar, parque, montanhas ou estrutura hídrica.
“Nosso turismo é, basicamente, cultural. Então, temos que estar alinhados com os demais conselhos, porque tudo isso é turístico, faz parte do nosso parque turístico. O turismo necessita de projetos viáveis, porque o turismo se cria”, sustentou.
Para estimular a produção de projetos e não unicamente formulação de ideias, Graziano afirmou que o Comtur elencará prioridades turísticas de investimento. A tática é utilizar bem os recursos do MIT, já que o conselho não tem ideia de qual é o valor global de dinheiro a ser liberado anualmente.
O MIT prevê R$ 570 mil por ano para atender às cidades. Entretanto, os recursos obtidos variam conforme os valores constados nos projetos que são aprovados.
Após serem avalizadas pelos conselhos municipais, as propostas seguem para aprovação do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos), da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo.
No caso de Tatuí, a divisão de prioridade pode resultar em ações conjuntas que reforcem um aspecto turístico da cidade. Por esse motivo, o Comtur busca compor uma unidade com os demais conselhos, mas focando uma temática. “Do contrário, um grupo vai querer uma coisa e o outro, outra”, argumentou.
Embora estabelecida pelo Dadetur, Graziano disse que a normatização para a produção de projeto será uma das preocupações do Comtur. O presidente afirmou que o conselho estuda uma maneira de oferecer informações para que os interessados em produzir projetos possam seguir normas e tê-los aprovados.
O primeiro plano de trabalho terá como objeto os doces ABC (feitos com abóbora, batata-doce e cidra), aprovados como patrimônio gastronômico do município. A proposta deve contemplar melhorias na produção e divulgação da iguaria.
Planos similares podem ser elaborados pela sociedade, mas apresentados apenas por conselheiros. Graziano disse que os membros são pessoas aptas a interagir com as entidades, de forma a estimulá-las a contribuir com o turismo.