Desenvolvimento infantil em Tatuí era 5º pior entre 27 cidades da RMS

A capacidade de Tatuí de promover o desenvolvimento infantil por meio de acesso aos serviços de saúde e educação voltados às crianças menores de seis anos teve avaliação negativa. É o que aponta estudo referente ao ano de 2015, mas que foi divulgado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) no mês passado.

O estudo apresenta o município como o quinto pior entre as 27 cidades da RMS (Região Metropolitana de Sorocaba). Tatuí obteve IPPS (Índice Paulista da Primeira Infância) de 0,5665, conforme os dados de 2015.

A indicação coloca a cidade na 23ª posição na RMS, cujo IPPS ficou em 0,6961. Tatuí registrou marca bem abaixo também do Estado de São Paulo, que obteve 0,7223. Mesmo assim, o indicador melhorou de 2014 para 2015. Entre um ano e outro, a cidade subiu 0,0422, conforme comparativo feito pela reportagem.

Basicamente, o IPPI é calculado a partir de duas variáveis: a saúde e a educação. Na saúde, a Fundação Seade avalia o percentual de nascidos vivos com baixo peso (menos de 2,5 quilos) e de partos não cesários (naturais) no SUS (Sistema Único de Saúde). Esses dados representam o “esforço” que as cidades realizam para estimular as ações.

Em contrapartida, o órgão leva em consideração os resultados registrados pelas administrações municipais. Em especial, considerando as taxas de mortalidade infantil (menores de cinco anos) e as de mortalidade por causas evitáveis em menores de um ano.

Na educação, os dados que contam são os de matrículas em creche e pré-escolas, em relação à população de zero a três anos e de quatro e cinco anos, respectivamente.

As matrículas contam como “cobertura”, sendo cruzadas com os indicadores de “qualidade”, como número médio de profissionais por turmas e de professores com ensino superior para atender às unidades de ensino.

O estudo da Fundação Seade deste ano cruza as variáveis de dois anos (o IPPI-Saúde de 2014 e o IPP-Educação de 2015), por conta de ser um comparativo. Em função de o levantamento ser relativo, o órgão estabeleceu seis grupos de municípios para ilustrar diferentes situações na escala de atendimento.

Tatuí pertence ao grupo 2, formado por cidades com IPPI baixo (de 0,51 a 0,61). O melhor indicador do município foi registrado pela educação (0,6954); e o pior, pela saúde (0,4375).

Ocorre que o indicador de saúde piorou de 2013 para 2014. No ano inicial, o IPPI-Saúde era de 0,4390, queda de 0,0015. O inverso aconteceu no IPPI-Educação, que saiu de 0,6097, em 2014.

Dentro da RMS, a melhor posição ficou com Cerquilho, que registrou IPPI de 0,8298. Em seguida, aparecem Mairinque (0,8023), Iperó (0,7667), Cesário Lange (0,7548) e Tapiraí (0,7490).

Sorocaba, Tietê, Porto Feliz, Itapetininga, Boituva e Votorantim registraram dados melhores que Tatuí. Elas ocuparam a 7ª, 10ª, 12ª, 13ª, 14ª e 15ª, respectivamente.

Tatuí ficou à frente apenas de Ibiúna (0,5658), Pilar do Sul (0,5469), Jumirim (0,5242) e São Miguel Arcanjo (0,4060). Esta última, com o pior índice da RMS.

O ex-prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, que administrou a cidade nos anos que compõem o estudo comparativo, por meio de nota à imprensa, responsabilizou as “gestões anteriores” pelo mal desempenho de Tatuí.

Na nota, ele sustenta que, enquanto prefeito, foi o “maior investidor na história da cidade, na educação, inaugurando o maior número de creches modernas e monitoradas com câmeras”.

Na saúde, dos 15% obrigatórios, o ex-prefeito destacou que investira 33,5% do Orçamento e promovera “reforma e modernização das UBSs (unidades básicas de saúde)”.

Sustentou, ainda, ter revitalizado o Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”, construído o Cemem (Centro Municipal de Especialidades Médicas) e aumentado de 3 para 12 a quantidade de PSFs (os postos de saúde que atendem pelo Programa Saúde da Família).

“Dobramos o número de pediatras na rede municipal de saúde, e ainda investimos na Santa Casa e outras entidades que cuidam de crianças, como ninguém fez”, acrescentou.